"Alves, tenha paciência com Maria... Ela só tem quatro anos..." Beatriz argumentava em sua mente, delirando de febre.

O irmão escutou tudo. Extremamente revoltado, com a situação de sua irmã chorando, e a mãe sem poder defendê-la. Joaquim toma uma atitude, desce as escadas correndo para chuta o barril diversas vezes.

— É tudo culpa sua, seu monstrinho! Até minha irmã apanhou por mexer com você!

"Pare! Pare! Me deixem ir para casa! Mamãe, papai!" o tritãozinho chorar, com seus gritinhos de golfinho.

Rapidamente o capitão age dando-lhe um tapa no rosto.

— Ficou louco! Sabe o quanto essa criatura vale? — braveja.

— E a mamãe?! Desde que chegou só liga para esse monstrinho! Eu o odeio! — segurando o choro Joaquim foge de casa. O pai ainda tenta impedi-lo aos gritos, mas não sai atrás do jovem.

~ ~ ~

O dia inteiro passa e Maria fica sozinha em casa com a mãe.

O irmão irritado passou a manhã atirando conchinhas ao mar. Almoçou na casa de um amigo e desanimado, não conseguiu brincar na praia. Ficou assistindo as pipas coloridas brincarem com o vento.

Somente com as luzes alaranjadas do pôr do sol, pintando de roxo as nuvens abundantes, Joaquim retorna para casa. Subindo as escadas, ele encontra a menina chamando a mãe sem resposta.

— O que foi Maria? Deixe a mamãe dormir, eu ajudo você... — interrompe a fala e arregala os olhos percebendo algo.

Deixando os ombros caírem o irmão se aproxima, sem acreditar. Levantando a mão para tocá-la, sentindo o "rigor mortis", logo se afasta e seus olhos se enchem de lágrimas.

"Mamãe, não... Quem vai cuidar de nós agora? A Maria é muito pequena, eu não vou saber o que fazer quando o papai estiver no mar..."

— O que foi Joaquim? Por que a mamãe não acorda? — suplica Maria sem entender a situação

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— O que foi Joaquim? Por que a mamãe não acorda? — suplica Maria sem entender a situação.

— Fique aqui tomando conta da casa eu vou trazer o papai! — grita o jovem descendo as escadas com raiva, sai batendo a porta. No caminho enxuga as lágrimas, várias vezes, e engole o choro se preparando para encara o pai com raiva.

Correndo até o cais, o jovem encontra o galpão onde o capitão está apresentando aquela criatura. A plateia vibra, quando Alves retira o tritão do barril. Erguido pelo braço, a criaturinha se debate no ar.

Suas mãos ainda estão amarradas nas costas, impossibilitando qualquer defesa.

Para agradar os expectadores o capitão o puxa pelos cabelos, para que sua cabeça incline e todos possam ver as guelras no pescoço. Maravilhada a plateia se aproxima para vê-las, abrindo e fechando ante aflição.

Finalmente é devolvido ao barril, para que não morra sufocado. Os aplausos dos expectadores enchem o ar do galpão, assustando o pequeno no barril.

"Socorro mamãe, me tire daqui... Faça-os parar, nunca mais vou sair escondido, eu prometo. Quero voltar para casa..."

Alguns se aproximam, colocando suas mãos na água, apalpando e cutucando a calda do pobre tritãozinho que fica encurralado, a mercê dos curiosos. Se debate e chora com seus gritinhos agudos semelhantes ao assobio de um golfinho. 

O capitão precisa empurra os expectadores para saírem e Marco recolhe o dinheiro, dispensando todos até a próxima apresentação. Assim a plateia deixa o local, entre risadas e palavras de admiração.

Os dois se olham vibrando de alegria, nunca antes receberam tanto dinheiro, tão facilmente.

— Essa criatura é uma mina de ouro! Imagine quando levarmos para as outras ilhas!

— Ficaremos ainda mais ricos quando chegarmos a capital! Hahaha!

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Meu TritãoWhere stories live. Discover now