Lua De Sangue ( Livro 1 )

Capítulo XI - Gayan e Kurai

- Nada disso! - Indaguei. - Rafaela vai continuar a morar comigo!

- Mas, Mitsuo...

- Gayan, não tem outro jeito?

- Eu te falei do jeito mais fácil... - Suspirou. - Tudo bem, acho que tem outro modo. Mas acho que vai ser pior.

- Tem haver com fugir?

- Não. Mas com a carta que lhe entreguei.

- Bem... Se for pela Rafaela, eu farei... - Suspiro.

- Oh, vejo que você realmente gosta dela - Gayan murmurou.

- Gostaria que se conhecessem - Sorri.

- Não, ainda não. Melhor deixarmos quieto, pois a moça pode estranhar, afinal, você ainda não falou sobre a sua parte vampira, certo?

- ... Ih, é verdade, não tinha pensado nisso.

- Viu? Você é meio imaturo nesta parte.

- Eu não sou! Sou apenas... Cuidadoso.

- Desde quando? - Ele riu.

- Ah, fique quieto! - Reclamei. - Eu irei até Collette e ouvirei o que ela tem para me dizer...

- Tudo bem, mas tome cuidado.

- Tomarei, não se preocupe.

- Acho que melhor Rafaela ficar em outro lugar no dia que isso ocorrer, apenas por uma precaução.

- Mas aonde ela ficará? - Perguntei.

- Nas empresas Xosn, é claro! - Ele riu.

- O que?! Eu estaria morto se voltasse lá!

- Só por causa dele? - Gayan me encara, meio sem entender.

- Não diga o nome dele. Sabe que existem espiões em sua posse, creio que ouviu falar do Mox, não é?

- O robô que os auxiliou na viagem? Creio que sim.

- Bem, eu confio nele pois fui seu criador, mas não posso mais aceitar os outros.

- Outros? - Gayan pergunta.

- O Tox, por exemplo - Expliquei.

- Oh, entendo - O meu amigo suspira. - Bem, acho que teremos de esperar até tentar achar um jeito de continuarmos bem.

- Compreendo.

Me levantei.

- Bom, vou me preparar para a visita. Até mais.

- Adeus, Mitsuo.

۝ Gayan ۝

Mitsuo fechou a porta atrás de si. Meu olhar vaga e para em uma carta, que fora-me entregue na hora que ele entrou, pois isso não pude verificar seu conteúdo. Abri o envelope e leio:

Prezado Gayan,

Gostaria de fazer um apelo, sei que é pedir muito, mas o Mitsuo me contou sobre a tal colega, creio que ela não sabe ainda sobre nós, vampiros, pois Mitsuo é muito ruim em contar coisas sobre, por essa razão, pedirei gentilmente que cuide de meu filho e de Rafaela.

Com carinho,

Tatsuo.

Fiquei relendo a carta por três vezes. Suspirei. Eu pego o interfone.

- Chamem Kurai, quero falar com ele.

Mas antes de desligar o telefone, um rapaz com os olhos vermelhos e cabelo preto entra.

- Me chamou?

- Sempre pontual, Kurai.

- Qual o trabalho?

- Quero que proteja uma moça, amiga de Mitsuo.

- É amiga mesmo? Ou é... “ Amiga ” ?

- É real.

Kurai se sentou.

- Aquele cara é realmente uma figura, acha que no íntimo, está enganando-nos, ele está errado. - Ele fala, inexpressivo.

- Uh, o que você quer dizer? - Pergunto.

- Eu creio que essa garota fez o mundo dele virar e até mesmo a mãe não sabe disfarçar isso.

- Haha. Acho que você está certo.

Entreguei a carta. Ele leu quase sem se mover.

- É menos sentimental do que eu achei - Kurai diz, se virando para mim. - Você tem certeza que esse é o trabalho certo para mim?

- Tenho, envolve ação.

- Cuidar de uma moça? Estou fora! - Ele riu.

- Você nem viu ela.

- E você? - Perguntou.

- Confio em Mitsuo... - Retruquei.

- Uh, então está bem, eu vou, mas o que terei que enfrentar? Vestidos? Um armário? - Kurai riu.

- Kurai, você sabe que não pode ofender ninguém por aqui, afinal, não é culpa dela que...

- Não mencione. Caso contrário, não aceitarei!

Suspiro.

- Tudo bem, você ganhou. Entrego minhas cartas a você. É Collette novamente.

Kurai pela primeira vez levantou a sobrancelha.

- Ela está querendo atacar alguém?

- É Rafaela a nossa ... “ Vítima ” - Expliquei.

- Uh, agora o caso complicou, você sabe o que ela fará conosco se nos descobrir.

- Só será vocês dois. Não se preocupe.

- Mas você e os outros não se envolveram?

- Claro que não! Estamos todos protegidos e bem seguros. Não se preocupe, Kurai.

Kurai suspira. Ainda inexpressivo.

- Teve notícia de algum deles? - Perguntou ele.

- Além de Mitsuo? Não. Creio que a última vez foi na época em que ainda estávamos em Tomnsto.