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A masmorra era um lugar deplorável. Uma luz fraca e trêmula emanava das tochas presas às paredes de pedra. Brandon escutou água pingando de algum lugar daquele espaço, fazendo ratos correrem para não serem molhados por aquela água pestilenta. Era um lugar estranho, um que ele nunca tinha estado antes.
A luz da lua entrava pelas rachaduras, mas sem demonstrar o horário por ela. Parecia ser mais de meia noite, ele pensou. Mas tudo estava muito quieto, até ele notar o barulho de uma corrente. Brandon começou a ir na direção do único barulho naquele local estranho, seus passos ecoando pelos corredores. Ele atravessou diversas celas, não encontrando nenhum prisioneiro ali.
Inconscientemente, sua velocidade começou a diminuir enquanto chegava perto da cela no fim do corredor. Seu coração, diferente dos seus passos, estava mais acelerado do que nunca. Como se Brandon estivesse com medo, mas o moreno não se sentia realmente assustado. Seus olhos focaram nas grades da última cela, era como se ele fosse cada vez mais atraído para lá. Não havia guardas, mas o Evander tinha certeza que tinha mais alguém ali... do outro lado daquela porta.
Ele se aproximou mais, vendo uma fumaça arroxeada saindo de lá. Sem guardas, não havia ninguém que o parasse. Era como se ele tivesse uma pergunta a apenas a pessoa atrás daquela cela pudesse responder. Apenas aquela pessoa poderia lhe dar a resposta que precisava. Brandon precisava vê-la, mesmo sem ter certeza se deveria entrar.
Quase como se lesse seus pensamentos, uma enorme alavanca começou a girar sozinha, fazendo as barras de ferro subirem. Brandon respirou fundo e seguiu em frente, caminhando por paredes de um corredor ainda mais longo e escuro. As grades em sequência se suspendiam sucessivamente diante dele, fechando-se atrás assim que ele as atravessava. Finalmente, chegou ao fim do corredor, a última grande se abrindo para que ele entrasse na cela.
A prisioneira estava sentada em um banquinho bem no meio do recinto, com os olhos fechados como se estivesse dormindo. Mas bastou Brandon pisar no chão sujo que ela revelasse íris incrivelmente roxas, olhando para o fundo da sua alma. O moreno estremeceu, vendo os cabelos pretos caindo pelas costas da garota.
- Você de novo - disse suavemente a prisioneira.
- Olá - foi a única coisa que saiu da boca do garoto, que estremeceu um pouco de nervosismo.
- Quem é você?
Era Brandon quem devia estar fazendo as perguntas, mas parecia que sua voz tinha simplesmente sumido. Ele estava até com medo de gaguejar.
- Perdeu a voz? - ela perguntou, novamente.
- Não... - respondeu o moreno - Só não sei o que devo dizer.
