Take Care - BlindAether!AU

Capítulo 4

 Xiao estava em silêncio enquanto observava Aether dormir em seu colo, o garoto cego estava desmaiado desde aquele ataque, Xiao o observava com uma pequena confusão em sua cabeça, ele não entendia o porquê do susto, Aether estava com ele.

Xiao, começando a ficar entediado, levantou a cabeça e a bateu na árvore, era chato ficar parado, havia tantas coisas que ele poderia estar fazendo, talvez até mesmo pudesse já ter chegado em Mondstadt se não fosse por esse" garoto.

— Acorde logo, mortal. — Xiao murmurou com seu tom irritado.

O Yaksha revirou os olhos quando não houve uma resposta, aquele humano vinha o irritado mais do que os outros, seja pelo seu jeito desajeitado ou por seus murmúrios incoerentes, simplesmente irritante, talvez fosse por Xiao não ser muito social, especialmente com os mortais.

Mais algum tempo passou e o Yaksha estava começando a ficar preocupado, apesar de não querer admitir, Xiao estava realmente achando estranho por quanto tempo que Aether estava dormindo, afinal não era como se Xiao dormisse muito.

Após alguns minutos, que se pareceram horas, o Yaksha ficou sem paciência, ele pegou o pulso de seu acompanhante e começou a balançar de um jeito que, para um semi-deus, não era nada, mas a situação era diferente para os humanos e Xiao pareceu não perceber antes que Aether começasse a gritar.

Aether não se lembrava como havia chegado ali, mas também não se importava, agora ele podia ver e Lumine também estava com ele. Tudo estava bem novamente, os gêmeos haviam conversado e agora estavam tomando chá em um vale, árvores bonitas e saudáveis com as folhas mais verdes que ele havia visto, a grama estava decorada com flores cor-de-rosa que emitiam um cheiro doce. Tudo acompanhado pelo chá e na companhia de sua irmã, nada podia ser melhor do que aquilo.

A conversa variava muito, em um momento eles discutiam sobre o sabor do chá e em outros falavam sobre suas aventuras passadas.

—... E então, como está o chá? — Lumine perguntou tirando sua xícara de seu pequeno pratinho.

Aether, antes de responder, levou a ponta de sua xícara a boca e tomou um pequeno gole, com o sabor adocicado entrando.

— Doce~ — Ele respondeu.

Lumine acena olhando para sua bebida e então começa a beber. Aether assiste enquanto lentamente deixava sua xícara no pratinho. De repente, tudo começou a tremer, Aether olhou para sua irmã, que parecia completamente inabalada.

Aether sentia seu corpo começando a ficar cada vez mais e mais pesado. Então, Lumine, ainda com a xícara em mãos, tirou um relógio da mesa e disse:

— Acho que é hora.

Um sorriso gentil surgiu nos lábios dela deixando o relógio na mesa.

— Nos veremos depois... — Ela disse acenando.

Tudo tremia, Aether estava ficando tonto, apesar disso, ele não queria deixar Lumine, ele não podia deixa-la ir, não quando tudo estava perfeito.

— Lumine! — Aether gritou com desespero em seu peito.

— Tchau, tchau...

Xiao soltou o pulso do garoto quando gritos começaram a escoar de seus lábios, o Yaksha realmente não entendia os humanos, Aether gritou aleatoriamente por alguns momentos, mas um nome saiu de seus lábios: "Lumine". Xiao sabia que aquele não era comum, principalmente para Mondstadt ou Liyue, Xiao sentiu mais uma pequena raiva surgir, seria Lumine que deixou o humano por ali? Por que o mortal gritou seu nome?

— N-Não...! — Aether gritou chorando.

— Mortal. — Xiao o chamou observando-o.

Aether levantou a cabeça e olhou para Xiao. O Yaksha observou o loiro por meio segundo antes de começar a falar.

— Você está bem? — perguntou.

Aether levou alguns segundos para compreender a pergunta, ele ainda estava se lembrando de tudo. Com isso, alguns segundos foram passados em silêncio, Aether podia sentir um pouco a irritação de Xiao pela voz, mas não seria bom tocar nesse ponto, por tanto o loiro apenas acenou.

Sonhos eram bons, principalmente quando a realidade era tão escura e... silenciosa quanto era.

Aether não sabia como estava seu rosto, mas ele forçou um sorriso e respondeu:

— Sim, não se preocupe, Xiao...

O rosto de Xiao ficou vermelho.

— Eu não estou preocupado, mortal!

—...

—...