Ⅵ.

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J.


Enquanto Guilherme tinha ido para a cozinha, eu fui para a sala e me joguei no sofá.


- "O que 'cê vai querer assistir?" - Gritei e ouvi o som da pipoca estourando. Enquanto ele caminhava em minha direção.

- "Acho que terror."- Ele falou e sentou do meu lado no sofá. - "Oh, folgado."- Reclamou rindo, empurrando minhas pernas para longe. Mas assim que o loiro tirou, eu coloquei elas no colo dele.

- "'Cê não tem cara de gostar de terror." - Eu falei, abrindo a Netflix e clicando no perfil com o nome dele.

- "Você parece se surpreender demais comigo." - Tomou o controle da minha mão e eu ia começar a reclamar, mas desisti assim que vi o olhar mortal que ele me lançou. - "Não tem nenhum filme bom para assistir."- O mais baixo falou e virou o rosto para mim. - "Que foi?"- Questionou. Eu sem querer, acabei encarando ele demais enquanto o via escolher algum filme todo concentrado.


Ele é meio fofo.


- "Tu é feio demais, cara." - Eu disse rindo, o garoto não podia saber que eu acho totalmente o contrário. Guilherme revirou os olhos e empurrou minhas pernas que ainda estavam em seu colo. 

- "Vai se foder." - Disse fingindo estar bravo e rindo.

- "'Tô brincando, tu é fofinho, Gui." - Eu me sentei tentando apertar as bochechas dele, que já estavam vermelhas. Ele tentou empurrar minhas mãos, mas em um momento ele parou e arregalou os olhos. - "O quê?" - Perguntei preocupado

- "'Tá sentindo esse cheiro?" - Eu estava tão hipnotizado em irritar ele que nem percebi o forte cheiro de queimado que subia. - "A pipoca!"- Se levantou correndo e foi em direção a cozinha, enquanto eu só sabia rir.


Peguei o controle e continuei deitado escolhendo um filme. Esse menino é maluco, por gostar de terror.

Passou pouco tempo e observei q ele já voltava.


- "Escolheu um filme?" - Perguntou e se sentou do meu lado, mas dessa vez ele mesmo puxou minhas pernas para deixar em seu colo.

- "Precisa mesmo ser terror?" - Eu falei, descontente. Detesto terror, como esse moleque consegue gostar?

- "Tu não gosta?" - Disse rindo e estendendo um balde de pipocas para mim. A maioria delas estavam queimadas, eu que não ia comer isso. Neguei com a cabeça e ele deu de ombros.

- "Sei lá, não faz muito meu estilo..."- Eu respondi, jogando o controle para ele.

- "Eu acho que você tem medo, isso sim." - Riu mais alto, mas depois colocou um milho na boca e fez uma careta, deixando o balde de lado. Desta vez, quem riu fui eu.

- "Não é medo, eu só não gosto. Prefiro comédia." - Eu tentei refutar. A verdade é que eu tenho medo sim, não entendo, fazer filme de monstro e bicho, quem gosta disso é maluco.

Amores OpostosOnde histórias criam vida. Descubra agora