Márcio
Márcio: Vocês o que? - perguntei apontando a arma na direção deles.
Os arrombados deixaram a vadia da Yara viva, e o pior que ela viu o rosto de geral. O combinado era trazer a piranha aqui, nós dar um sacode nela e meter uma bala na cabeça dela, mas esses otários deixaram ela viva e para piorar minha situação quem achou ela foi o Guerreiro, o dono dessa porra toda aqui, que já não vai com a minha cara e desde quando era menor era doido pra comer a Yara.
Tô fudido com esses otários, vou ter que sair do morro até a poeira baixar pra ver se aquela fudida vai abrir o bico e os moleques vão vir atrás de mim, e o pior de tudo é que se eu rodar, eu vou rodar sozinho, até por que ninguém vai acreditar que a mãe da mina tá envolvida.
Jonas: Porra chefe, nós achou que era só para dar um susto, e não matar a mina.
Márcio: Acharam errado, agora vou ter que sumir um tempo, se chega no ouvido do Guerreiro o que eu fiz, não vão ter um pingo de ressentimento em me jogar em um vala.
Jonas: Mas cê vai pra onde chefe ?
Márcio: te interessa? Ninguém precisa saber para onde eu vou não, é até questão de segurança.
Sai do barraco e vou juntar minhas coisas e falar com a Silvana que os caras fizeram merda, ainda bem que eu não mencionei nada que a mãe dela tava envolvida se não a merda ia ser maior ainda.
[....]
Silvana: tá mas e agora? E se a pirralha abrir a boca ?
Márcio: você nega porra, só quem tá sujo sou eu, ninguém vai pensar que você teria envolvimento com isso.
Silvana: mas e você? O que você vai fazer? Não pode ficar dando telha aqui no morro.
Márcio: eu sei porra, vou pra casa que tenho em Angra e você fica me passando a visão de tudo que tá rolando aqui e se estão atrás de mim.
Ela assentiu e eu fui arrumar minhas malas, preciso sair o mais rápido possível daqui.
Até porque não tem só esse b.o da Yara, se descobrem que eu que fiz a denuncia da estradinha pro BOPE o Guerreiro pendura minha cabeça na porta do morro
Mas fazer o que, eu preciso da grana e esses arrombados daqui não me ajudam e nada, tive que me aliar ao melecas e a primeira coisa que eles me pediram foi alguma prova que dava pra confiar em mim e que eu seria útil, e como tudo por aqui se move por dinheiro não demorou muito pra um vaporzinho de merda da com a língua nos dentes
[....]
Já tô chegando na minha casa em Angra, não tive nenhum contratempo, e agora só curtir minhas férias.
O único arrependimento que tenho é não ter fudido aquela desgraçada sozinho, mas vou ficar tranquilo por que terei outras oportunidades e farei questão de eu mesma apagar essa vagabunda.
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Além Do Morro
Non-Fiction"Aonde eu sou cria ninguém gosta da polícia" "Aonde eu sou cria de nada vale sua vida"