ADMITIR; swiss ghoul

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Gritos e risadas de alegrias ecoavam pelo canto vazio do cômodo cúbico alaranjado, o sol banhando a figura feminina que ria e gritava alegremente enquanto tentava se defender das cócegas do homem.

— Jutty! Eu não consigo respirar! — Ela disse, rolando de barriga para baixo na toalha de piquenique que se encontrava disposta na varanda.

— Vamos, [Nome], admita que gosta de alguém! — O macho disse, pressionado contra o corpo menor, as mãos em seu pescoço enquanto a fazia rir descontroladamente com cócegas padronizadas.

— Eu já disse que não, oras! Não tenho interesse em ninguém! — Falou ao tentar respirar fundo para recuperar o fôlego extinto, o sorriso encantador pintado nos lábios.

O Ghoul multiinstrumentista a olhou, o cigarro pendendo entre os lábios terracota, a barba rala roçando em seus braços ao se abaixar ao lado da outra figura.

A casa era disposta com cores que demonstravam a personalidade de [Nome]. Em detalhes de madeira bruta, a varanda era decorada pelas inúmeras comidas espalhadas pelo pano xadrez vermelho.

O sol tardio pintava a pele dela como ouro, o sorriso inegável ainda amostra. — Talvez. Talvez eu goste de alguém, Taylor... — Riu, se virando para ele, centímetros de distância para os separarem.

Ao passar o braço julgado musculoso, 'Jutty' notou o estremecer da moçoila, o sangue subir as bochechas. — E quem seria esse alguém, amor? — A questão pairou no ar, o silêncio emergindo. O cheiro das rosas frescas recém lavadas pela chuvinha da manhã ainda claro.

— Descubra sozinho. — Ela deu seu resultado, tateando a toalha no piso de lajotas rosadas, procurando por algum tipo de alimento que a saciasse.

— Como irei descobrir, amora? — Oh, aquele maldito apelido, aquele que fazia o coração palpitar, o estômago se encher de borboletas e o rosto rosar.

A vergonha e timidez nítida a fez rir, olhando para os olhos escuros daquele que ela realmente amava, aquele que a tratava como uma mulher de verdade.

— Vejamos... É um homem... — Iniciou, ouvindo um som baixo de compreendimento. — Ele...Ele é bonito...

— Não está me ajudando, [Nome]. — Swiss zombou, a colônia forte e masculina a embriagando profusamente. — Seja mais específica, amora.

— Ãh...Ele toca guitarra. — Uma risada tímida saiu dos lábios dela. Desviando o olhar e se levantando, ela sacou o cigarro aceso dos lábios dele.

[Nome] se sentou na beirada da sacada de vidro, olhando para a paisagem urbana, tragando o objeto, a nicotina manchando sua alma.

— Está sempre comigo, quero dizer, o tempo todo! — Ela especificou, fechando os olhos ao soltar a fumaça do cigarro. O ar de fim de tarde, frio, mas ainda assim quente a tocou. A linha tênue do brilho solar penetrando o rosto.

— Esse homem...Por tal acaso seria a mim mesmo, amor? — Ele adivinhou, pisando levemente na cerâmica, pondo as mãos fortes em torno da cintura dela, a mantendo próxima.— Devo verbalizar, amora. Caso este homem for a mim, saiba que estarei a sua mercê.

Uma risada. [Nome] o olhou de canto de olho, colando os lábios ao canto da bochecha dos dele.

— Sim. É você. Sempre foi você, vida.


GHOUL'S IMAGINE; theghostbandOnde histórias criam vida. Descubra agora