JOGO DE MARIONETES | O egoísmo dos homens revela suas sombras mais obscuras.
Valentim nunca enxergou Maeve como uma criança.
Desde o momento em que a sequestrou ainda bebê, ela foi apenas um experimento. Uma arma em potencial.
Criada entre cientista...
Observei a tela, meu olhar fixo na imagem da Grace. Um misto de raiva, curiosidade e... algo parecido com saudade começou a surgir. Eu não queria sentir isso, não agora. Não podia. Minha missão precisava ser minha única prioridade.
Desliguei o vídeo, forçando a mente a se concentrar. Eu precisava focar totalmente na missão. Nada de distrações. Nada de lembranças. Nada de Grace. Pelo menos, não por enquanto.
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ACORDEI CEDO, meu corpo azul ainda sentindo cada músculo dolorido, mas nada que me impedisse de me levantar. O sol batia nos meus olhos, e a vila começava a acordar junto comigo. Os Na'vi se moviam com naturalidade, e eu os observava, tomando nota de tudo que faziam.
Quando meus olhos encontraram Kiri e Spider, meu coração bateu um pouco mais rápido, mas respirei fundo. Eles não sabiam quem eu realmente era, mas eu sabia quem eram. E isso era o suficiente para que eu começasse a atuar.
— Oi. — Spider disse com um sorriso tímido, tentando parecer amigável.
— Oi. — respondi, com um pequeno sorriso.
— Vem com a gente, vamos te mostrar as coisas por aqui. — Spider indicou, mas antes que eu pudesse seguir, Kiri se adiantou:
— Sai, menino macaco, ele pediu pra mim falar! — empurrou Spider de leve, que riu.
Sorri por dentro. Funcionava. Eles estavam me vendo como alguém normal, alguém confiável. Era exatamente o que eu precisava para meu plano.
Segui-os, sentindo cada músculo reclamar, mas tentando parecer leve.
— Ali é a cabana da Tsahìk. Ela ajuda os doentes lá — Kiri apontou, andando na frente. — E aquele lugar é onde a gente faz os rituais e cantos para Eywa.
Spider acrescentou detalhes sobre os treinos que faziam, e eu balancei a cabeça, anotando mentalmente cada informação. Tudo isso seria útil, mais tarde. Cada detalhe contava.
— Ei, você vai conseguir andar direito? — Kiri perguntou, olhando minhas pernas ainda machucadas.
— Vou conseguir sim — respondi, tentando soar confiante, mesmo sentindo a dor. Mas, por dentro, pensei: "Eles não precisam saber o quanto isso dói. Apenas finja."
— Ah, legal! — Spider disse, sorrindo. — A gente não deixa ninguém cair, não se preocupa.
Kiri deu um tapinha no braço dele, e ele revirou os olhos, rindo. Eu não pude deixar de sorrir também. Aquela sensação de descontração era parte do meu ato, eles precisavam confiar em mim.
Caminhando pela vila, observei cada gesto deles. Kiri era prática e curiosa, Spider era mais brincalhão, mas atento.
Eles me estudavam tanto quanto eu os estudava, mas eu estava sempre um passo à frente, sempre consciente do meu papel.
Quando chegamos à clareira, Kiri apontou para uma árvore enorme:
— Aqui é onde a gente treina e brinca. Se quiser, pode tentar. Mas vai doer um pouco.
— Eu posso tentar — respondi, fingindo animação.
Spider riu.
— Ótimo, você vai ver, não é nada de outro mundo!
Enquanto eles brincavam e conversavam, eu mantinha o controle da situação. Minha cauda balançava levemente e as vezes eu ria das coisas que eles falavam.
Olhei para eles, estudando suas expressões, suas pequenas interações. Kiri ria com Spider, e ele fingia ser arrogante, mas ambos se preocupavam comigo de forma quase natural. Eu precisava registrar tudo.
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Só avisando rapidinho: o primeiro capítulo está em terceira pessoa, diferente do resto da história. Ele é assim de propósito, só pra explicar a história da Maeve de um jeito mais direto. Depois disso, tudo passa a ser em primeira pessoa, na visão dela. Beijos!!💋💋