JOGO DE MARIONETES | O egoísmo dos homens revela suas sombras mais obscuras.
Valentim nunca enxergou Maeve como uma criança.
Desde o momento em que a sequestrou ainda bebê, ela foi apenas um experimento. Uma arma em potencial.
Criada entre cientista...
— Que isso, linda? Vai ficar uma cicatriz incrível — disse Yisa, dando um tapinha nas minhas costas.
— Até parece — revirei os olhos.
— Culpe o seu pai, eu só segui ordens e dei as ordens — finalizou ela, com um sorriso de lado. — Até a manhã, cenourinha.
— Até, tia Yisa.
Subi para meu quarto, que ainda trazia as imagens da floresta de Pandora pintadas nas paredes. Entrar no banheiro, me despir e tomar um banho quente foi quase como renascer.
Meu corpo humano estava dolorido, mas a água quente ajudava a aliviar o que ainda doía depois das horas no avatar.
Enquanto deixava a água escorrer pelo meu corpo, meus pensamentos voltavam à floresta, ao clã, aos filhos de Jake, e à Liz. Eu estava dentro da missão da minha vida. Não podia haver falhas, nem hoje, nem amanhã, nem nunca.
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O SOL BATEU DIRETO NOS MEUS OLHOS logo de manhã, me obrigando a abrir os olhos e levantar da cama. Fui para a cozinha, ainda sonolenta, e comecei a tomar meu café da manhã quando Liz entrou, colocando um pen drive sobre a mesa.
— O que é isso? — perguntei, pegando o pen drive com curiosidade.
— Seu pai encontrou mais vídeos da Grace e pediu que eu deixasse com você — respondeu ela, com a voz calma, quase sem me olhar.
— Tá bom — murmurei, aceitando o pen drive. Liz se retirou logo depois, voltando para suas tarefas, deixando o silêncio preencher o cômodo.
Terminei de comer, me levantei e fui direto para o meu quarto. Peguei o computador e conectei o pen drive, sentindo uma pontada de tensão no estômago.
Respirei fundo e cliquei no vídeo.
Grace apareceu na tela, sorrindo. "A biodiversidade de Pandora é um verdadeiro espetáculo. Cada criatura e planta parece contribuir para um ecossistema harmonioso, demonstrando a complexidade e a interdependência que muitas vezes subestimamos em nosso próprio planeta."
Sorriu de forma leve e, de repente, mudou de assunto.
"Bem... mudando de assunto, minha barriga está enorme." Levantou-se, mostrando o tamanho na câmera. "Estou com 32 semanas. Quando chegar a 36, não vou conseguir mais ficar no Avatar, não vou caber na máquina de transferência, infelizmente. Ela não vai ficar comigo, isso eu tenho certeza. Mas me pergunto se ela tem a mesma marca de nascença que eu, aqui atrás da cabeça."
Grace virou o cabelo, revelando a mancha vermelha que descia pelo comprimento do pescoço, misturando-se aos fios ruivos. Meu estômago se revirou.
Nós éramos iguais. Cabelos ruivos, pele clara com sardas... mas os olhos eram diferentes, e ainda assim, aquela marca de nascença, idêntica, me deixou em silêncio. Eu sabia que carregava aquilo comigo também, no mesmo lugar, a mesma mancha vermelha que parecia me lembrar constantemente dela.