JOGO DE MARIONETES | O egoísmo dos homens revela suas sombras mais obscuras.
Valentim nunca enxergou Maeve como uma criança.
Desde o momento em que a sequestrou ainda bebê, ela foi apenas um experimento. Uma arma em potencial.
Criada entre cientista...
Ele se aproximou lentamente, com calma, e se sentou ao meu lado. Senti meu corpo relaxar um pouco.
— Era uma pessoa boa no geral. Não éramos muito próximos, mas conversávamos às vezes. Quando cheguei em Pandora, ela já morava aqui. — Jake sorriu levemente, escondendo algo que eu não poderia saber. — Você não a conheceu, não é mesmo?
— Não, ela morreu na guerra entre o Povo do Céu e os Na'vi. — minha voz tremeu um pouco, e uma lágrima solitária escapou. — Fui criada por meu pai.
— Sinto muito. — Jake colocou a mão sobre meu ombro, e eu assenti.
— Olo'eyktan, eu sei que talvez seja pedir muito... — comecei, hesitando por um instante. — Mas posso passar algumas noites aqui? Só até meus machucados melhorarem. — olhei para meu corpo, ainda marcado pelos ferimentos, mas sem sangue graças a Mo'at.
— Sim, com certeza. — Jake respondeu, levantando-se. — Espere um pouco.
Fiquei ali, surpresa. A facilidade com que fui aceita me pegou de surpresa. Minha cauda balançava involuntariamente.
— Crianças. — Jake chamou, olhando para fora da barraca. — Sei que vocês estão aí, entrem aqui.
Três pré-adolescentes apareceram, acompanhados de uma criança que segurava a mão da garota que ajudou Mo'at a cuidar das minhas feridas. Meu coração apertou ao perceber a presença deles, misturando curiosidade com um leve nervosismo.
— Esses são Neteyam, Kiri, Lo'ak e Tuktirey. — Jake apontou para cada um, um a um.
Primeiro, Neteyam, o mais alto e aparentemente mais velho, cabelos trançados e longos. Sua expressão era séria, mas havia algo gentil em seu olhar, que avaliava cada gesto meu.
Em seguida, Kiri, a garota que eu havia visto antes, mais baixa que Neteyam, com uma postura curiosa, quase da mesma altura do garoto ao lado.
Lo'ak veio depois, cabelos raspados nas laterais e soltos no topo. Menor que Neteyam e com uma cara de atentado.
Por fim, Tuk, a pequena de cabelos curtos, ainda segurando a mão de Kiri. Ela me olhou com olhos grandes e curiosos, completamente alheia à tensão que eu sentia.
Eu já sabia da existência de Neteyam, Kiri e Lo'ak. Rai'uk havia me contado tudo o que podia sobre eles. Mas Tuk... Tuk era uma novidade.
Kiri e Neteyam me conduziram até uma barraca onde eu poderia descansar. Cada passo doía, minha perna latejava, mas tentei não demonstrar fraqueza. Apoiei-me na garota e no mais velho, mantendo a postura ereta.
Jake e Neytiri ficaram a sós, suas vozes baixas, quase sussurradas, mas eu conseguia captar pedaços de suas palavras.
— Confia nela? — Neytiri questionou.
— Não, mas quero dar uma chance. — Jake respondeu, o olhar fixo em mim. — Ainda precisamos saber mais sobre o que aconteceu com os pais dela, no tempo em que estive com o povo do céu. Liz nunca mencionou que tinha uma filha.
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