𝙁𝙄𝙁𝘼 𝙒𝙊𝙍𝙇𝘿 𝘽𝙊𝙔𝙎, 2023

Pablo Gavi, barcelona.

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-E então, Xavi anunciou que eu seria titular, e me disse que eu não deveria me preocupar. - Ao ouvir toda aquela baboseira, não posso evitar revirar os olhos.

Estava a mais de duas horas sentada na ponta de uma mesa, ouvindo o garoto em minha frente se gabar sobre como tudo mudou quando ele subiu para a equipe profissional do Barcelona.

É óbvio que eu já conhecia toda aquela história, já que já ouvir a mesma ladainha milhões de vezes, em todas as oportunidades de ser contada. Nesta ocasião, estávamos eu, Pablo e alguns amigos próximos na cozinha da casa de Aurora, comemorando o primeiro gol do garoto em uma eliminatória de Champions league.

De início eu achava tudo aquilo bobo, um motivo tão fútil para comer comida cara, beber vinhos que provavelmente pagariam a mensalidade da minha faculdade e ouvir ele se gabar mais uma vez. Mas eu prometi a Aurora que dessa vez estaria presente, depois de dispensa seus convites tantas vezes que mal posso contar.

Conheço os irmãos Gavira desde que me entendo por gente, minha avó e guardiã legal, trabalhava para os pais dos dois, e nos tornamos grandes amigos. Ao embalo de nossa juventude eu me guardei aos estudos e Gavi iniciou nas categorias de base do time catalão, Aurora cresceu e saiu de casa, arrumou um namorado, mas permanecemos próximas.

Eu acompanhei toda a carreira do jovem de 19 anos, vi o garoto um ano mais velho que eu, sair de um menino cavalheiro para um moleque metido.

-Sarinha, está me escutando? Você está alheia aí. - Aurora é quem me tinha do transe. -Perguntei se queria sobremesa? Gavi estava contando sobre seu primeiro jogo e você estava patetando aí. - A mais velha rir.

-Estou bem, Aurora, não se preocupe. Só preciso descansar um pouco. Eu vou indo!

-Nem se eu ficasse maluca, minha mãe me mataria se deixasse você sair essa hora sozinha.

Ela sempre foi assim, protetora, comigo e com seu irmão. Afinal, ela é mais velha!

-Durma aqui, tem um quarto sobrando. Meu irmão também vai ficar.

-Agora eu faço questão de ir embora mesmo. - Aurora rir, ao contrário de seu irmão, que revira os olhos na outra ponta da mesa. -E ouvir seu irmão se gabar com a mesma história de novo? Tô fora.

-Não seja boba, você vai dormir aqui sim. Sabe que faz parte da família, não é cunhadinha? - Ela rir, já o moleque metido parecia um pimentão de tão vermelho. Não entendi.

-Não enche Gavira. Bom, já que é assim, eu vou subir! - A mais velha assente e então eu me direciono até as escadarias daquela casa que eu conhecia tão bem.

Passava boa parte do meu tempo aqui, com Aurora, quando não estava estudando. Ela é como minha irmã, crescemos juntas e sempre nos identificamos muito, ela é minha melhor amiga!

Ao entrar no quarto que por essa noite seria meu, já foi direto ao banheiro, tomar um banho para que eu pudesse me trocar e enfim descansar.

Não prolongo muito o banho, afinal o cansaço físico presente em mim, era bem aparente, ao chegar no closet não encontro nada além de camisas masculinas, suponho que sejam do Gavira mais jovem, afinal, Aurora jamais deixaria roupas de seu namorado no closet das visitas.