piquerez, palmeiras.

5.1K 137 57
                                    

heloisa,🦋

ser mais nova, já é um saco, é sempre vista como a criança ou como quem deveria ser protegida de algo. mas agora imagina ser irmã de um jogador de futebol.

veiga, raphael veiga, aliás. é meu irmão mais velho, são só alguns anos, oito para ser mais exata. o que não significava muito, já que ambos já éramos de maior, mas ele sempre fazia questão de me tratar como uma criança indefesa.

temos uma relação incrível, com excessão do seu ciúmes excessivo por qualquer um que se aproxime de mim com segundas intenções. ele sempre deixou claro, que seus amigos e companheiros de equipe eram um território proibido pra mim.

e para ser sincera, eu não ligava, afinal, para que eu iria querer um palmeirense? eu odiava rivais, mas é claro, sempre tem alguém que nos faz duvidar de nossas próprias crenças.

e esse alguém era o piquerez. não era grande coisa, apenas flertamos algumas vezes disfarçando de discussões, mas que no fundo, sabiamos que era mais que aquilo.

de alguma forma, o uruguaio mexia comigo, e pouco me importava se ele era rival ou amigo do meu irmão. eu apenas queria ele!

hoje iriamos a uma festa, para comemorar a final da supercopa do Brasil. bom, eles iriam pra comemorar, já eu iria só fingir estar contente com a vitoria do time, apoiar meu irmão e de quebra, encher a cara pra esquecer a raiva que o flamengo me fez passar.

-vamos, lolô. se apresse, ou vamos acabar chegando no fim da festa! - ouço os resmungos do meu irmão e reviro os olhos, terminando de passar um batom vermelho na boca.

-não me chama assim, não tenho mais treze anos. - reclamo dando uma ultima olhada no espelho.

eu usava um vestido preto, justo, com uma fenda na coxa e um decote nos seios. calçava um salto rosé meio grosso, mas confortável o suficiente para não querer tira-ló no meio da festa, já no cabelo, eu havia feito algumas ondas nas pontas.

-tem dezenove, grande diferença. - é a vez dele de revirar os olhos.

-é mesmo, diferença o suficiente para ser presa, caso eu cometa um crime, se você continuar torrando minha paciência.

-como se você tivesse alguma. - ele resmunga baixo, mas o suficiente para eu ouvir, mas ignoro seu comentário, já que ele sempre dizia que eu era estressada demais. - não fica chateada maninha, no fundo você já sabia que perderiam.

-quer mesmo falar disso, sr sem mundial?

-51, helô.

-51 é pinga, não fode! - ele novamente revira os olhos, e então fomos ao andar de baixo, encontrando minha cunhada, Bruna.

ela estava deslumbrante, com um vestido mais solto na cor vermelha e um salto preto, não tão alto, pois ela já tinha uma altura considerável.

-você tá incrível, prometo distrair seu irmão, pra você se divertir um pouco hoje! - ela sorri cúmplice, enquanto veiga se dirige até o carro, sem nem fazer idéia do que minha cunhada estava tramando. - soube que existe um uruguaio que tá louquinho pra ficar com você.

-nem fala desse ser humano, só de pensar, já me dá náuseas. - minto enquanto lhe ofereço um sorriso falso.

-vou fingir que eu acredito, okay?

𝙁𝙄𝙁𝘼 𝙒𝙊𝙍𝙇𝘿 𝘽𝙊𝙔𝙎, 2023Onde histórias criam vida. Descubra agora