Ex's Window • sope | ABO

🍊 | 03

• quantidade de palavras: 4301;
• capítulo não betado.

🍊
EX'S WINDOW
capítulo três: o caso e a viagem

Quando deu início aos estudos para se tornar um policial, Hoseok sabia que as coisas não seriam nada fáceis para si, no entanto, parecia cada dia mais difícil. Lidar com aquele tipo de pessoa não era nada como ele pensou que seria, todos os filmes e séries que assistia quando era criança eram pura mentira e ele não sabia mais como fazer para se livrar daquela eterna sensação de não ser bom o bastante, de ser insuficiente. Havia sacrificado tanto de sua vida por aquilo e no fim ele já não sabia mais se havia valido a pena fazer tanto por algo que estava desgastando-o dia após dia, deixando-o sem dormir, e o pior de tudo: longe de todos que amava, e mais especificamente, da única pessoa que ele não queria estar longe.

O caso atual estava deixando-o cheio de fios brancos na cabeça, ômegas e crianças eram sequestrados por todas as partes, aparecendo dias depois sem vida ou traumatizados demais para ter qualquer lembrança sobre o que aconteceu durante o tempo em que estiveram nas mãos de seus sequestradores. A única pessoa que conseguiu dizer algo infelizmente não sobreviveu tempo suficiente para dar mais detalhes, mas Hoseok sempre seria grato a ela por ser dado um único nome, que foi suficiente para chegar até onde estavam agora.

— Abre a porra da boca, comece a falar onde eles estão e o que vocês estão fazendo com eles, fale. — Seokjin disse, ele já não tinha nenhuma paciência, mas era de seu feitio conseguir se manter longe o suficiente de seu objeto de ódio. Estava indo bem, mas a alfa parecia não querer colaborar além de estar calma demais por saber que eles não poderiam mantê-la ali por tanto tempo. — Vamos, uma das vítimas deu seu nome completo e aparência, a senhorita deveria saber que isso é o bastante para que nós possamos prendê-la, não é?

A mulher riu, e Hoseok, que apenas observava Seokjin conduzir aquele interrogatório, se ergueu de sua cadeira e inclinou-se sobre a mesa, olhando a alfa nos olhos enquanto os seus próprios refletiam o tom vermelho vivo dos olhos de seu lobo cheio de ódio e nojo pela mulher. Um soco fez a mesa tremer e a mulher se assustar, mas não o bastante para começar a falar. Hoseok rosnou, ameaçando bater no rosto dela dessa vez, mas Seokjin o segurou.

— Se acalma, Jung, quer perder a razão porra? Vai bater em mulher? — Seokjin disse em seu ouvido, mas não baixo o bastante para ela não conseguir ouvir. — vai pegar um ar lá fora, cara.

— Bater em mulher? Essa vagabunda está escondendo o filho da puta que está matando crianças e ômegas, ela não é uma mulher, é um monstro. — O delegado rosnou para o Kim, mas se soltou e caminhou até a porta, sairia dali antes que perdesse a cabeça e matasse a única pessoa que poderia levá-los até o paradeiro do verdadeiro serial killer. — Faça essa puta falar, vou mandar a Moon vir, qualquer coisa ela soca a cara dessa puta maldita.

Em todos os seus mais de trinta anos, Hoseok nunca usou palavras como aquelas contra uma mulher, mas ele não conseguia se fazer de cego diante das coisas hediondas que ela estava acobertando, ele não poderia usar a ética para isso; se pudesse, a mataria com suas próprias mãos. Talvez fosse um péssimo delegado por isso, mas ele não tinha sangue de barata.

Caminhou direto para a máquina de café e pegou um pouco em um dos copos pequenos descartáveis, em seguida, seguiu para fora do prédio, na área própria para fumantes e acendeu um cigarro. Bebeu o café em um gole, ignorando quão quente estava; tragou o cigarro, soprando a fumaça depois de alguns segundos, olhando para o céu. Aquele caso iria acabar com o pouco de sanidade que ainda restava em sua mente, deveria saber que aquilo não era para ele, deveria ter ouvido seu antigo superior e ficado na narcóticos, era muito mais fácil lidar com cartéis e viciados do que lidar com os crimes violentos e hediondos que lidava, principalmente quando ele também se atrevia a acompanhar os detetives nas cenas dos crimes.