03 | Dormindo

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O céu era iluminado por diversos relâmpagos que caíam

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O céu era iluminado por diversos relâmpagos que caíam. Além da chuva forte, restava um clima terrível na casa. Após o beijo de ontem, nem China nem Eua tiveram coragem de dizer uma palavra sequer um ao outro.

No momento, a casa parecia um cemitério. Com apenas o som dos trovões ressoando. China e Eua estavam trancados em seus devidos quartos, ainda pensando sobre o que havia acontecido.

China resolvera descer para buscar um chá, ao mesmo tempo que Eua decidira pegar um lanche. Sendo assim, os dois acabaram se encontrando na cozinha, criando um ambiente incômodo.

Os dois se encararam por alguns segundos e desviaram os olhares em seguida, sem dizer uma palavra. China colocou a água para esquentar e Eua começou a fazer seu sanduíche.

Hesitante, o americano resolvera quebrar o silêncio.

─ Hey, você tá fazendo chá? ─ perguntou, tentando criar assunto.

─ Ah!... Sim, de morango silvestre ─ sorriu calmamente.

─ Hm, nunca provei, é bom?

─ É meu favorito depois de hibisco.

Silêncio novamente. Sinceramente, o silêncio era algo muito comum entre eles.

─ Olha... Eu sei que o que aconteceu ontem... ─ China se atreveu ─ Bom, o que aconteceu ontem não foi ideal. Mas eu acho que seria melhor se a gente continuasse se dando bem, até pra gente sair desse castigo do ONU o mais rápido possível ─ suspirou ─ Né?

─Ah, claro! Concordo com tudo que você falou ─ sorriu ─ Afinal, o que aconteceu ontem poderia ter acontecido com qualquer pess- ─ CABRUMMM!!!

Com o barulho do trovão, Eua se assustou, jogando a faca do pão longe e se encolhendo no chão.

─ Eua?? ─ o asiático correu até o outro ─ O que houve?

─ N-não, tá tudo bem ─ o americano voltou ao normal ─ D-desculpa, eu só levei um susto, sabe? Com o trovão e tals... ─ se levantou cabisbaixo

─ Tem certeza que tá tudo bem? ─ perguntou se aproximando mais do outro, fazendo-o estranhamente corar.

─ Claro! Tenho certeza ─ sorriu nervoso.

─ Tem certeza mesmo? Você tá vermelho que só! Estamos em trégua, eu posso te ajud-

─ Olha, cara, eu tô bem mesmo, agora para com isso, falou? ─ cortou o outro secamente

─ Belez- ─ o apito da chaleira o interrompeu, correu para apagar o fogão, terminou de fazer seu chá e Eua subiu para seu quarto com o sanduíche.

Logo mais, China passou a se preparar para dormir. A chuva havia ficado mais forte, os relâmpagos mais constantes e o barulho mais alto. Porém, já na cama, o oriental começara a escutar barulhos estranhos vindo do quarto de Eua.

─ Mas o que?... ─ se perguntou enquanto se levantava a cama e se dirigia ao quarto alheio.

Assim que chegou no quarto, se deparou com o americano encolhido no canto do quarto, murmurando palavras incompreensíveis e aparentemente tendo uma crise de pânico.

China se assustou, correu até o outro e sem o tocar, disse:

─ Ei, Eua, eu tô aqui, fica tranquilo, nada vai te acontecer. Lembra da nossa conversa ontem, você tá seguro comigo ─ tentou o acalmar, apenas recebendo um abraço desesperado do outro que chorava.

─ E-eu tenho m-medo... ─ murmurou.

─ Ei, ei, tá tudo bem... ─ passou a mão nos cabelos loiros do contrário ─ Você não precisa ter medo, mas tá tudo bem se você tiver. Eu tou aqui, você não tá sozinho ─ repetia.

Após um tempo, o americano conseguiu se acalmar. Ainda respirando pesado, ele começou a explicar:

─ Foi mal... E-eu... Não é que eu tenha medo de trovão, mas... Quando eu era uma colônia ainda, me trancaram em um cela onde nem água tinha para eu beber. Eu passei a noite nela, uma noite fria e chuvosa, com relâmpagos horríveis, desejando o colo de minha mãe ─ suspirou ─ Desde então, odeio dormir sozinho em dias assim.

China se comoveu. Sabia bem como era ter uma infância ruim. Abraçou o contrário fortemente e o olhou nos olhos.

─ Você não tá sozinho, você tem a mim agora. Se você quiser... Bom... Se você quiser você pode dormir comigo...

Eua arregalou os olhos diante da proposta. Mas por algum motivo, a achava tentadora. Apenas assentiu com a cabeça, concordando com a ideia.

China ajudou o outro, que ainda estava fraco, a se levantar. Os dois se dirigiram à cama e se deitaram. Eua continuou agarrado a China, com medo dos fortes relâmpagos, enquanto que esse o fazia um pequeno cafuné.

Os dois se olhavam intensamente. Aquilo era estranho, mas era bom, e os dois sabiam disso. De repente, por um impulso, os dois começaram a se aproximar mais e mais, até que se beijaram.

Diferente de seu primeiro beijo, esse era mais demorado, mais forte e intenso. Curioso, Eua cogitou utilizar a língua, a qual foi bem aceita pelo asiático. Continuaram se beijando, se separando e se beijando novamente, brincando com mãos bobas por um bom tempo, até que se cansaram e foram tentar dormir.

A verdade é que nenhum dos dois conseguiu dormir muito bem essa noite. Tanto pelos trovões quanto pelos beijos trocados.

Afinal o que estava acontecendo com eles? Inimigos que se beijam nas horas vagas? Aquilo só poderia ser uma piada de mal gosto do ONU.

Afinal o que estava acontecendo com eles? Inimigos que se beijam nas horas vagas? Aquilo só poderia ser uma piada de mal gosto do ONU

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842 palavras

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