𝟒. 𝐅𝐢𝐫𝐬𝐭 𝐭𝐢𝐦𝐞 𝐈 𝐬𝐚𝐰 𝐲𝐨𝐮.

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                                                                                   Helena Duarte

17.03.1987

Em um curto período de tempo, meus olhos encontraram com os olhos dele, arregalei meus olhos e tirei as mãos dele da minha cintura, empurrando seu peitoral para longe de mim, dando passinhos para trás. 

Olhei para ele, sem graça, senti minhas bochechas queimarem, logo desviei meu olhar de seu rosto.

—  Perdão. —  Falei com um rosto sério,  virando-me de costas para ele.

Caminhei depressa em direção a saída. Quando ouvi uma voz falando alguma coisa, virei meu rosto para trás.

—  Ei, qual é seu nome? —  O cacheado me perguntou.

—  Eu nem te conheço. —  Falei, virando meu rosto para frente, saindo do Whisky a Go Go, entrando com tudo no primeiro táxi que eu vi, respirei fundo, olhando para o retrovisor, vendo o cacheado em que eu me esbarrei rindo.

Que homem estranho. Por isso é guitarrista! Meu antigo colega de classe era guitarrista e ria sozinho também, sempre tive medo dele. 

Desviei meu olhar do retrovisor para o taxista, que era um senhorzinho, de aparentemente, cinquenta anos, que olhava para mim um pouco assustado. 

—  O que houve, garota? Algum garoto te importunou? — Diz se ajeitando no banco, colocando as mãos no volante do carro.

—  Ah...—  Dei um sorriso sem graça. —  Não aconteceu nada demais, senhor...Apenas esbarrei em um homem e fiquei com vergonha —  Tentei não lembrar do constrangimento que passei alguns minutos atrás, algo totalmente impossível. Peguei o dinheiro que estava nas minhas mãos, e entreguei para o senhorzinho. —  Sunset Strip, apartamento Sunny City, por favor. 

Ele pegou o dinheiro, colocando no portas-luvas, fechando logo em seguida. 

—  Com vergonha, por quê, senhorita? Por acaso, a senhorita gosta do rapaz? —  Rapidamente neguei com a cabeça, fazendo ele rir.

—  Eu nem conheço ele! —  Falei, sentindo novamente minhas bochechas ficarem vermelhas. — Foi muito vergonhoso! Eu mal cheguei na cidade e já faço isso. —  Choraminguei, ouvindo o senhorzinho rindo da minha cara.

Ele negou com a cabeça, ainda rindo, girando o volante começando a ir em direção ao endereço pedido.

—  A senhorita é de outro país? Percebi pelo sotaque. 

—  Sou do Brasil! —  Sorri, ao lembrar do meu país.

Ele sorriu também, continuando o trajeto até o apartamento.

— Do Brasil? Já ouvi  falar desse país! É o país do samba? Eu tenho até alguns discos de samba —  Perguntou animado, apontando para alguns discos que estavam espalhados pelo carro, como se fosse uma pequena decoração. —  Mas enfim, senhorita, o que veio procurar em Los Angeles? Ser cantora? Aqui tem várias oportunidades. —  Falou curioso.

Fiquei quieta por alguns segundos e depois o respondi.

—  Eu vim procurar meu pai. —  Revelei, sendo sincera, no meu rosto não esboçava nenhuma reação.

O senhorzinho me olhou em silêncio, voltando sua atenção no caminho.

—  Ah... —  O senhorzinho falou apenas isso, sem palavras. —  Eu espero que você encontre seu pai, garota! —  Sorriu gentilmente e eu retruibi o sorriso.

—  Sabe, senhor...?

—  Matt. —  Falou o nome dele, virando mais uma esquina.

Virei meu rosto para a janela, vendo alguns carros passarem por nós, suspirei.

𝗦𝗲𝗲 𝗬𝗼𝘂 𝗔𝗴𝗮𝗶𝗻 | SlashWhere stories live. Discover now