11 AMOR

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Naquela noite o mensageiro chegou a Monthbell com a os detalhes da proposta do príncipe Abel.

— O que diz ai meu senhor?

— Diz que pretende tomar posse de Monthbell ainda essa semana, também quer conhecer minha filha durante o tempo que passar aqui... Seu desejo é casar com ela em um mês.

— Uma semana e um mês?! Não está muito apressado?

— Ele está mais preocupado com seu pai... Também prefiro assim.

Enquanto isso em Durhan, o príncipe recebia as informações de Ian.

— Suas suspeitas estavam certas, seu tio assumiu o comando do reino em lugar do rei seu avô que está acamado.

— Faz sentido... Onde já se viu um mensageiro de diplomacia negociar terras do reino?

— Esse irmão de seu avô é um covarde. Muito bajulador também... Mesmo assim pretende continuar com o acordo?

— Sim. Visto que minha mãe nunca teve direito ao trono por ser mulher, é natural que o irmão do rei herde o trono se tiver apoio dos nobres... Por isso quero que descubra quem são os nobres que o apoiam.

— Providenciarei isso alteza. — fez uma reverência antes de sair. 

No dia de transição, como foi chamado, Abel entrou em Monthbell para a posse preliminar, pois as negociações legais ainda não terminaram.

Mas o jovem  não deu uma grande festa, embora uma bela recepção tenha ocorrido por parte do povo que o acompanhou por todo o caminho desde a entrada até os portões do palácio.

Durante o desfile os nobres esboçavam irritação e insatisfação. Os comerciantes falavam de suas inseguranças com as mudanças que viriam. O povo era curioso, desejavam observar o príncipe que possuía a espada mítica, já as crianças tinham a esperança de ver o dragão cruzar o céu.

Chegando ao palácio outra recepção, criados e guardas perfilados, para dar as boas vindas ao novo senhorio.

No grande salão as princesas se apresentaram. Eloisa a mais velha não demonstrou timidez, logo tomou o braço do príncipe, e se ofereceu para mostrar o palácio.

Sonia se manteve em silêncio e não os acompanhou.

"Por que minha irmã tem tanta sorte? Abel é um belo homem, parece mesmo tudo que dizem... Enquanto a mim, serei entregue a um monstro, provavelmente nas garras da morte com todos em Assaph..." choramingou a mais nova.

 Foram junto com o casal: Ian, dois guardas, a governanta e a dama de companhia da princesa.

No trajeto do corredor Abel sentiu a princesa passar a mão sobre todo o braço dele, ao fim a moça encostou a cabeça em seu ombro para dizer-lhe baixinho:

— Estou tão feliz que meu príncipe seja um homem forte.

O príncipe ficou rubro até as orelhas e cambaleou as pernas fazendo os que seguiam atrás perceberem toda a situação, embora não tivessem ouvido as palavras da princesa.

Após visitarem várias salas chegaram, por fim, a sala de música. Esse foi o único momento em que a princesa soltou o braço dele, para apresentar o piano que antes pertencera à mãe de Abel.

— Ouvi dizer que sabe tocar o piano, poderia nos contemplar? 

Timidamente o príncipe aceitou o pedido e começou a tocar.

Eloisa manteve a proximidade e teceu elogios, mas Abel acabou por perder o ritmo e a compostura, quando a princesa acariciou sua nuca.

Rapidamente o jovem se levantou e dando como desculpa, precisar resolver questões de estado, se retirou com Ian e seus guardas.

Guerra e DragãoWhere stories live. Discover now