12 - Sangue

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As paredes,junto ao chão, estão repletas de sangue. O corpo em cima dele,agora jogado por não aguentar mais ficar de pé,clama por misericórdia ao homem acima dele,que também está repleto desse líquido vermelho em suas vestes e rosto.

-- Por favor...Tenha piedade-O homem sem rosto, no chão, suplica em inglês-Eu fui obrigado a trabalhar pra eles,eu não queria...-Ele tenta se ajoelhar,mas as dores que sente são tão insuportáveis, que é difícil sair do lugar.

-- Hmm,curioso...-O homem de pé ironiza, com um ar de superioridade, levando seus cabelos para trás com as mãos sujas-Antes você só falava usando um livro, de repente, aprendeu a falar oralmente-Ele ri do desespero do outro-Olha,se não tem as informações que eu preciso,eu não posso te ajudar.

-- Eu...-O homem pensa por alguns segundos-Eu não posso contar,eles vão acabar comigo-Ele explica com lágrimas escorrendo pelo seu rosto.

Isso faz o outro o olhar com fúria,com ódio do que acabou de escutar. Como ele pode ter mais medo da federação do que dele nesse momento?

O homem se arrepende observando esse ser humano, que soa como um monstro,vindo em sua direção. Seu rosto está com um tom avermelhado pela raiva que esbanja,e suas mãos estão tremendo com uma faca em uma delas. Entretanto, não é uma tremedeira de insegurança, é uma tremedeira por estar insaciável.

Cell,em seguida, aponta sua faca já ensanguentada, e se aproxima lentamente em direção a sua presa. Ele faz tudo isso com um olhar ansioso, como se fosse um prazer o que está prestes a fazer.

-- Não, por favor...-O homem começa a gritar,a berrar o mais alto que pode. Cell se abaixa a sua frente, o analisando milimetricamente.

-- Ninguém vai te ouvir agora!-Cell sussurra pra ele confiante-Em fim,eu te agradeceria,mas você não me serviu de nada.

Ele fala isso,e passa com velocidade a faca pela garganta do outro, o matando de uma vez por todas. Achou que iria conseguir algo desse funcionário, porém estava errado, era um inútil como todos os outros.

Cell fica o observando, morto em sua frente, aproveitando a sensação que o momento lhe traz. Descreveria como um alívio em seu peito, como quando você está ansioso para saborear uma refeição, e finalmente chegou o momento de você se esbanjar dela. Isso,o traz um momento de adoração ao cadáver bem a sua frente.

Entretanto, agora é a hora da sobremesa.

Ele olha em direção a barriga do corpo no chão, de uma forma involuntária.

Começa a se aproximar lentamente dela,puxando a parte de cima do uniforme do homem. Já pode sentir o cheiro de sangue fresco em suas narinas,já que o homem apanhou tanto durante a tortura, que há sangue por todo seu corpo.

Ele começa a mostrar os dentes, com um brilho ansioso nos olhos.

-- Gatinho...-Ele escuta nas suas costas. Cellbit ergue o rosto na hora,nervoso por ouvir a voz de Roier.

-- Guapito-Ele se põe de pé, continuando de frente, está muito ensanguentado para o marido vê-lo.

-- Vira!-Roier ordena, fazendo Cellbit engolir o seco. O mesmo se vira lentamente,com medo de assustar o outro.

Agora Roier tem a visão completa de Cellbit, que está com os cabelos bagunçados de uma forma relaxada, com sangue não só no rosto,mas por toda sua roupa de detetive, e principalmente, em suas mãos.

Que seguram uma faca.

-- Guapito-Cell repete, está com uma expressão de cachorro abandonado, com os olhos brilhando como se não quisesse ser repreendido.

-- Cellbit, já conversamos sobre isso. Não pode matar as pessoas ao ar livre, quer dizer, olha em volta-Roier o repreende. Cell sabe que ele tem razão, visto que está literalmente na entrada do Spawn.

-- Mas...-Cellbit se prepara pra argumentar, pra dizer que o homem estava ali perto, e que não poderia deixá-lo livre.

-- Sem mas, não pode pronto e acabou-Roier cruza os braços com a feição brava,fazendo Cellbit abaixar a cabeça rendido.

-- Ok-Cellbit sussurra. Roier começa a olhar pros lados para conferir se não há ninguém os observando.

-- Vem,vamos pra casa,precisa tomar um banho-Roier o puxa pelo braço apressadamente, caminhando para parte de dentro,onde ficam as Waystones, abandonando o cadáver aonde estava-Vai deixar o banheiro todo manchado,olha, vou te falar viu...-Roier continua resmungando segurando as mãos do marido.

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Cell sai do banheiro, com um pijama qualquer e os cabelos molhados. Suas mãos ainda estão levemente rosadas,mas de resto, parece um novo homem.

-- Agora sim, revigorado-Roier sorri satisfeito e vai em direção ao marido, depositando um selinho demorado em seus lábios.

Após isso, fica alguns segundos o encarando,como se quisesse dizer alguma coisa.

-- Hm?-Cell pergunta confuso. Então, ele fica nervoso repentinamente.

Será que Guapito está chateado com ele? Será que ultrapassou os limites?

-- Guapito, eu não...-Cellbit começa a se explicar com a voz falha, fazendo Roier ergue uma sobrancelha.

-- Quantas vezes eu falei pra você tomar cuidado para não ser visto?-Roier questiona frustrado. Nesse momento, Cellbit fica tonteado novamente-Eu não quero ninguém da federação e nem da ilha atrás do meu marido pra o prender ou sei lá o que...

-- O que? Achei que você estava...

-- Procurando uma forma de não dar na sua cara? De não puxar seus cabelos e te arrastar pelo chão?-Roier completa sua pergunta, ainda bravo. Cellbit não pode negar o quão fofo seu marido aparenta quando está irritado.

-- Guapito...-Cell murmura com manha,fazendo Roier achar graça no fundo, e se lembrar de todas as vezes que Cellbit reclama não ter nada a ver com um gato, mas literalmente quase ronronou agora.

-- Promete tomar cuidado?-Roier pede com a preocupação evidente nos seus olhos. Cell dá um sorriso de lado,e puxa levemente seus braços, o aproximando.

-- Prometo-Cell afirma com sinceridade,fazendo o outro relaxar um pouco-Eu amo você-Ele declara,fazendo a expressão de raiva do outro murchar.

-- Eu também amo você, mi amor-Guapito corresponde, selando seus lábios novamente.

Guapoduo - One ShotsWhere stories live. Discover now