"Broken arm... again"

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Não passava de duas horas da manhã.
Eu estava novamente no hospital, depois de cair da escada e comprometer a cicatrização do meu braço, antes quebrado.

- Isso que dá não prestar atenção no que faz. - Baji diz. Me dava um sermão enquanto me olhava com o cenho franzido.

- Tira essa carranca do rosto. - Falo me segurando para não revirar os olhos. - Acidentes acontecem. A culpa nem foi completamente minha, não avisaram que as escadas estavam molhadas.

- E o que eu te avisei sobre escadas? - Disse me lembrando de seus avisos.

- Não vou incomodar alguém toda vez que eu tiver que descer um vão de escadas. - Falo. Tento juntar a palma das minhas mãos, mas tudo que tive foi os dois gessos se chocando um com o outro.

Baji ri da cena junto a mim.
Se senta no chão ao lado da maçã do hospital.
Acabei de acordar da mine cirurgia que fizeram. Com a queda os ferros que colocaram saíram do lugar.

- É estranho... Como eu me acostumei tão rápido assim? - Penso alto.

- Com o braço?

- Não. Com vocês. - Deixo Baji confuso.

- Destino talvez? - Diz após alguns segundos voando em seus pensamentos.

- Tá mais pra loucura. Como eu confiei em um monte de gangsters, membros de gangue e que me sequestraram e me levaram para longe de minha casa? - Falo ficando incrédula comigo mesma.

- Louco atrai louco. - Fala.

- Eu sou louca? - Questiono, mas logo me recordo do que havia acabado de falar. - Sim, eu sou louca.

- Mas graças a essa loucura que nos encontramos. - Diz se levantando com um sorriso no rosto.

Uma coisa que também não conseguia assimilar... É que nós dois estamos namorando.

- Foi a melhor parte dessa confusão toda. - Completa. - Então o moreno se inclina na maca, ficando apoiado pelos cotovelos.

Um selinho longo, foi tudo o que tivemos tempo de fazer, até que a enfermeira entrasse na sala. Por azar o meu, era a filha do Hantaro.

- Você já teve alta, não precisa ficar aqui por muito tempo. - Diz sendo informal.

- Obrigada. - Agradeço educadamente.

- É... Baji, lembra do seu número? Eu pedi pra você, mas acho que você acabou esquecendo de me dar. Já que saiu tão rápido. - Fala ignorando minha presença.

- Não, eu não sai porque esqueci, eu só não queria ter que te dar o meu número mesmo. Mas pelo acaso do destino aqui estou eu nesse lugar novamente. - A expressão de felicidade, da enfermeira, vai se esvaindo. Logo a guria toma conta de seu rosto.

Ela apenas bufa e se vira bruscamente, saindo no quarto.

- Vamos embora logo. Não quero ter que lidar com mais ninguém daqui. - Baji diz se levantando da cama. Me ajuda a me levantar. Logo saímos do quarto de hospital.

Por incrível que pareça, mesmo no inverno, o dia estava incrivelmente ensolarado. Uma chuva na noite passada havia molhado as estradas, passeios e gramado.

O ar estava fresco e o céu ensolarado, chegando a derreter a fina camada de gelo que geralmente cobrem os vidros dos carros pela noite. O dia estava ótimo.
É difícil, muito difícil um dia ensolarado no inverno aqui no Japão. Mas é sempre bom ter o calor do sol queimando nossas peles de vez enquando.

- O céu tá aberto, mas a neve ainda cobre a cidade. - Falo olhando o chão, enquanto amassava a neve pisada sobre meus pés.

- Ainda é inverno. O sol não está tão quente a ponto de derreter a neve. - Baji diz. Sinto o olhar de Baji sobre mim, mas não ouso olhar de volta.

Partners In Crime ( BAJI x Leitora )Onde as histórias ganham vida. Descobre agora