Capítulo 6

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Capítulo 6-
"Berço de Ouro."

Cap 66;1
Orientação aos Sem Alma.

Anjos caiem em meu inferno, alguns quebram as regras do Criador e viram meus demônios, não diariamente, porém enxergo assas sendo retiradas e almas puras se tornando corrompidas com normalidade. Entretanto, um chamou minha atenção.

Ele, um Infiel - como gosto de nomear aqueles que traem seu Criador - me trouxe uma alma humana, um belo ser, até seu espírito era esculpido com uma silhueta admirável, porém em seu peito havia uma grande marca que a fazia ter um lugar entre minhas celas de carvão acessas por fogo nunca apagado.

Ela incrivelmente não gritava de dor, entre todos os gritos que ecoavam entre suas prisões, presos por pena de pecado, eu queria vê-la sofrer como a todos.

Mas ao me aproximar e tentar entender o porquê não esperneava, encontrei sua alma desmanchando e se remodelando no ar, formando palavras, que se juntadas eram frases que se compreendidas era um desabafo.

Ela dizia:

Você me passava a sensação de estar no céu. Tinha espaço para mim em ti, em teu corpo precioso revestido por ouro, em teus cabelos encaracolados com textura de nuvem que me levavam a devaneios, seu olhar havia um efeito calmante instantâneo e sua língua era meu medicamento de camomila que a prescrição medica me obrigava a colocar na boca todos os dias, em vez de fazer careta, eu agradecia.

Então eu fiz algo de errado. A culpa foi minha, meu anjo, por isso fui arremessada ao inferno e arrastada para longe do paraíso de estar ao seu lado ou você me engara e não havia assas para voar? Como eu tu foras expulso do céu, antes de chegar a me conhecer tu eras um anjo caído e o que fez foi cumprir tua promessa de estar sempre ao meu lado, me puxando para o abismo contigo.

Paralisado vi o fogo daquela cela se apagar e as portas se abrirem para a alma rodear o meu corpo.

O inferno dela era amar alguém que não a amava, não de verdade.

Eu chorei por um amor que não era meu e deixei a alma tentar escapar do cativeiro.

Porém, ela, como o resto dos sem alma, não é aceita em outro lugar que não seja a escuridão.

Um condenado a prisão perpétua pode ter anos de espera no corredor da morte, mas ele não terá outra saída além do julgamento final, que não cabe ao juiz que dita as leis na Terra.

O que eu espero de vocês, meus diabos, é que não se apaixonem por outra raça, arriscam-se a amar e serem condenados a pena de morte.

- O que queres? - Minha avó pergunta, pois continuo tentando conciliar o que estava acontecendo

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- O que queres? - Minha avó pergunta, pois continuo tentando conciliar o que estava acontecendo.

Ele se lembrava de mim. O que isso mudaria, o que isso significaria?

Destinados A Dor Do Amor.Where stories live. Discover now