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Alice pôde fazer o caminho para a escola mais tranquilamente aquele dia, já que não estava atrasada.

No caminho via alguns alunos utilizando bicicletas para chegar à escola mais rápido e outros iam caminhando, assim como ela.

Naquela manhã, por incrível que pareça, ela estava de bom humor, não estava pensando tanto sobre as dificuldades que enfrentaria ao longo do dia.

Ao chegar na escola foi até seu armário de sapatos, já que era obrigatório trocá-los. Após colocá-los com calma reparou como era o primeiro andar da escola, ali que ficavam algumas salas dos clubes e, bem na frente da entrada, a secretaria.

Subiu as escadas e foi até sua sala, onde já haviam alguns alunos conversando. Alguns dos seus colegas a cumprimentaram, tentando aproximarem-se mais dela, Alice apenas sorria para os mesmos ou acenava com a mão.

Não entendia nada do que eles falavam e isso era frustante.

Tirou sua mochila e, antes que se esquecesse, foi até a representante Mizushima devolver o dinheiro que havia gasto com ela no dia anterior.

𑁋 Ei, Mizushima 𑁋 Alice se aproximou da mesma que conversava com algumas meninas.

𑁋 Ah, olá, Diniz-san! Bom dia! 𑁋 sorriu amigavelmente para ela enquanto a respondia em inglês 𑁋 Precisa de algo?

𑁋 Toma, o dinheiro que gastou comigo ontem 𑁋 estendeu uma moeda de ¥ 100 para a mesma.

𑁋 Ah, não precisa, Diniz-san!

𑁋 Precisa sim, pega 𑁋 estendeu e Mizushima acabou pegando a moeda.

Após isso, Alice retornou ao seu lugar, colocou o fone em um dos seus ouvidos e o tampou com o cabelo. Sabia que o uso de fones de ouvido era proibido, mas ela não sobreviveria muito tempo sem música.

Entretanto, quando Alice saiu de lá, as meninas começaram a comentar sobre a mesma, em japonês, claro.

𑁋 Nossa, ela é bem mal educada, não é? 𑁋 uma das meninas disse.

𑁋 Verdade, ela foi bem rude em chamar a Mizushima-chan somente pelo sobrenome. E outra, por que ela estava falando em inglês? Não sabe japonês não? 𑁋 riu a outra menina enquanto olhava para Alice.

𑁋 Gente, dê uma chance para a Diniz-san, ela é nova no país, não conhece nossa cultura 𑁋 Mizushima disse.

𑁋 Bem que suspeitei mesmo, porque não é possível! 𑁋 a segunda menina disse enquanto ria 𑁋 Ela é da onde?

𑁋 Do Brasil, pelo o que ela me falou.

𑁋 Brasileira? Que legal! Nunca conheci uma 𑁋 a primeira menina disse.

𑁋 Ela chegou ontem e não fez questão de sorrir para ninguém. Está de cara fechada toda hora que a vejo! 𑁋 a segunda disse.

𑁋 Deixe ela quieta, Takada-san 𑁋 Mizushima disse para cortar aquele assunto.

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As aulas da manhã passavam de forma lenta e, com as duas últimas aulas sendo de matemática, não facilitava nada.

A última coisa que Alice havia aprendido em matemática em sua escola no Brasil foi logaritmo, mas aquela matéria que a professora estava passando era bem mais avançada do que Alice imaginava.

Alice olhava para o quadro não entendendo nada, já que a professora havia escrito como resolver aquela equação.

Ela pegou seu celular para traduzir o que estava escrito no quadro, mas mesmo com a foto, não adiantava muito, já que a tradução era bem literal.

A professora percebeu que ela estava com bastante dificuldade em ler o quadro, decidiu que conversaria com algum aluno para perguntar sobre Alice. Estava preocupada com a mais nova.

Os dois últimos horários da manhã acabaram e logo a professora foi conversar com os dois representantes da turma.

𑁋 Mizushima-san, Yoshida-san, posso conversar com vocês rapidamente? 𑁋 as duas assentiram e se aproximaram mais da professora 𑁋 É sobre a Diniz-san, como ela está na sala?

𑁋 Como assim, professora? 𑁋 Yoshida perguntou.

𑁋 Vi ela tirando foto do quadro, ela sempre faz isso?

𑁋 Ela não entende nosso idioma, professora, então usa o celular para traduzir o que está no quadro 𑁋 disse Mizushima.

𑁋 Não entende?

𑁋 Não, ela sabe inglês e usa ele para se comunicar, mas japonês creio que ela não saiba nada.

𑁋 Ah, entendo.. bom, obrigada, meninas 𑁋 as duas fizeram uma pequena reverência à mais velha.

A professora saiu da sala e foi até a secretaria, teria que conversar com a diretora sobre isso. Bateu na porta e entrou, encontraram a diretora mexendo em seu notebook.

𑁋 Senhora Nakamura-sama, posso conversar com a senhora?

𑁋 Ah, claro. Sente-se 𑁋 a mais velha disse e a professora se sentou.

𑁋 É sobre a Diniz-san, a aluna estrangeira nova do primeiro ano. Vi que ela não entende nosso idioma e até tira fotos do quadro para traduzir.

𑁋 Ah sim, isso eu sei, pois eu a autorizei a utilizar o celular para isso.

𑁋 Então, senhora Nakamura-sama, vejo que mesmo com o celular ela tem muita dificuldade em compreender o que falamos.

𑁋 Realmente, vejo que mesmo que ela tenha chegado ontem, ela evita conversar. A mãe dela teve que utilizar um aplicativo de tradução para podermos conversar.

𑁋 Então, será que nenhum aluno poderia ajudá-la e acompanhá-la? Pelo menos a entender um pouco do nosso idioma e costumes.

𑁋 Uma excelente ideia, mas qual aluno poderia se disponibilizar para isso?

𑁋 Hm.. tem um aluno do 1° 3 que acho que poderia ajudá-la no que ela precisar. O aluno Matsuno Chifuyu, que anda com o Baji Keisuke do 1° 6.

𑁋 Sei quem são. Realmente, o Matsuno-san seria uma ótima opção para ajudá-la. Irei conversar com ele sobre isso, certo?

𑁋 Certo 𑁋 se levantou e se curvou 𑁋 Muito obrigada, senhora Nakamura-sama!...

... Continua.

𝐀𝐋𝐄́𝐌 𝐃𝐀𝐒 𝐏𝐀𝐋𝐀𝐕𝐑𝐀𝐒; Chifuyu MatsunoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora