— Não sem você! — Artemis gritou, mas os machos já estavam se aproximando, ela já conseguia ver o Grão-Senhor entre as árvores.
— Por favor, meu amor. Por favor — ela implorou, deixando um beijo na testa da filha com os lábios ensanguentados. — Vá. Vá e se salve. Por favor.
Artemis não queria deixar a mãe. Não podia. Mas estava com medo. Estava com tanto, tanto medo...
— Eu te amo, querida — a mais velha disse com um sorriso triste, lágrimas deslizando pelo rosto sujo de lama. — Amo demais. Encontre seu irmão e diga-o que também o amo, que vocês são as melhores coisas que podiam ter acontecido comigo.
— Eu prometo que vou dizer, mamãe — Artemis chorou ao se aproximar para abraçar a mãe, mas a fêmea a afastou, sem tempo para isso. A garotinha precisava correr.
— Vá! Vá! — a mãe gritou, já dando as costas para a menina para se jogar nos machos que agora estavam a poucos passos.
Artemis se esforçou para correr, mesmo cambaleante. Seu corpo inteiro queimava de dor, mas as costas... as costas estavam insuportáveis. Além da ardência das feridas, também coçava. Tudo o que sentia era pura agonia e ela só queria gritar, só queria se encolher e chorar.
A menina ouviu quando a mãe gritou. Ouviu quando os machos voltaram a correr atrás dela.
Artemis alcançou uma clareira, as árvores rodeando a terra forrada por neve. O local era aberto e amplo, os machos a encontrariam facilmente ali.
Artemis já sentia que estava morta.
— Quer viver, criança?
A garotinha congelou no lugar, seus olhos violetas ficando arregalados de medo por aquela voz gélida e horripilante.
— Seu tempo está acabando. Se quiser escapar, precisa se virar e me ver.
Ela não olhou. Mas ainda tremia, seus pés descalços queimando contra a neve. Artemis só queria se jogar no chão e não levantar mais.
— Ali está ela! — Um dos filhos do Grão-Senhor da primavera gritou ao avistar a fêmea.
Artemis finalmente se virou na direção da voz assustadora, soltando um soluço ao se deparar com a figura esguia de pele cinzenta, os olhos completamente pretos, no mesmo tom da barba rala em seu queixo magro demais. As roupas esfarrapadas balançavam de acordo com o vento.
— Se quiser fugir, eu a ajudo. Vou manda-lá para um lugar seguro — o feérico disse.
— Quero ir para a minha casa. Quero ver meu irmão — Artemis murmurou com a voz dolorida.
— A Corte Noturna não é segura. Não para você.
— Mas...
— Prythian, esse continente, esse mundo não é seguro para você, criança. Se quiser viver, aceite a minha ajuda.
Artemis deu um passo para trás.
— Esses homens da Primaveril são inofensivos comparado ao que lhe espera se continuar aqui — o macho disse, estendendo a mão para ela. — Precisa partir para viver, menina. Precisa partir para que sua corte não caia em desgraça. Precisa partir para que tudo isso, tudo o que você ama, não caia em desgraça.
— Meu irmão. Preciso do meu irmão — e de Cassian e Azriel, que apesar de não serem seu sangue, também cuidavam de Artemis como se fossem. Precisava encontrá-los.
— Não há tempo para isso. Eles te encontrarão um dia. Eu juro que encontrarão — o macho garantiu, sacudindo a mão.
— Como?
— Não há tempo para nada disso, criança. Apenas vá e salve a si mesma. Eles te acharão quando chegar a hora, quando for inevitável...
— Quando o quê for inevitável? — Artemis perguntou com a voz frágil, mas o Grão-Senhor da Corte Primaveril finalmente chegou na clareira junto com os filhos.
Sua mãe não estava com eles.
Artemis começou a tremer ainda mais. Não havia mais tempo. Ela morreria.
Não. Não, não morreria.
— Me tire daqui — a garotinha pediu ao macho desconhecido, sem sequer saber seu nome, sem saber se ele realmente falava a verdade.
Mas que escolha ela tinha?
Ela aceitou a mão do macho.
Artemis não cumpriria com a promessa que fizera a mãe. Não veria Rhysand novamente, por um longo tempo.
Tudo o que Artemis sentiu antes de ficar inconsciente foi uma névoa cinzenta a rodeando, até que seus pés não tocassem mais a neve, até que o silêncio da clareira fosse substituído por barulhos muito altos e desagradáveis, até a luz do luar ser substituída por luzes fortes e coloridas que vinham de todos os lados.
·˚ ༘ Oii rsrsrs.
·˚ ༘ Eu sei que foi bem curtinho, mas foi apenas para começar a explicar o que aconteceu com a Artemis, a história dela será extremamente importante para a fanfic.
·˚ ༘ No próximo capítulo já teremos Azriel e Maggie, e eu adoro as interações deles dois, sempre me acabo de rir kkkkkkkk.
·˚ ༘ Quem sabe eu poste o primeiro capítulo amanhã junto com FIREBIRD, o que vocês acham? 👀
——— F. 14 de outubro de 2023.
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𝗪𝗢𝗡𝗗𝗘𝗥𝗟𝗔𝗡𝗗, acotar; azriel
Fantasy*ೃ༄ WONDERLAND A irmã de Rhysand estava viva. Viva, e em perigo. Havia um feiticeiro caçando-a, querendo usá-la para fortalecer a própria magia e tomar todo o continente para si. Azriel precisava encontrá-la primeiro e levá-la para casa em segurança...
ೃ༄ 𝗣𝗿𝗼́𝗹𝗼𝗴𝗼 ೃ༄
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