3 - Caminhos Cruzados

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@Carol

Depois de Deus ter mandado um anjo para me ajudar, eu consegui chegar no hotel. O taxista era um fofo, um senhor que quis me contar tudo sobre a vida dele, e como não estou podendo dispensar colegas, quis me enturmar com ele e a sua longa história que durou os 24 minutos até o meu destino.

Fiz toda aquela burocracia de check - in no hotel e fui para o meu quarto, que ficava no fucking vigésimo sétimo andar. É pra matar qualquer um né não?

Entrei naquele elevados que mais parecia um foguete de tão rápido que ele subiu os 27 andares e dei de cara com um corredor lindíssimo em cores vermelho e dourado.

Quando coloquei o cartão para abrir a porta do apartamento 270 eu percebi o quanto valeu a pena subir todos esses andares. O cheiro de lugar limpo, misturado com um aroma de uma flor que nenhum botânico saberia dizer. A janela aberta, exibindo a paisagem de toda Nova Iorque. Os detalhes nos móveis que, eram poucos, mas singelos e lindos. E o que mais me chamava atenção: aquela cama gigantesca, cheia de cobertores e travesseiros que, se fossem tão bons quanto pareciam, eu ia me sentir nas nuvens. Se eu pudesse ficava nesse quarto de hotel pro resto da minha vida.

Tentei organizar as minhas roupas no closet do quarto e depois liguei pro meu irmão, já que ele com certeza estaria em casa e meus pais estariam doidos querendo uma notícia sobre mim.

- Olá, minha irmã novaiorquina - ele disse e eu dei risada

- Olá, meu irmão preferido - eu falei e ele revirou os olhos

- Sou o único irmão que você tem, engraçadinha - ele falou

- Por isso mesmo - eu brinquei e vi a câmera do celular sair do rosto do meu irmão e ir para o rosto dos meus pais

- Oi minha bonequinha - meu pai disse - Como estão as coisas por aí?

- Tudo certo, pai - eu falei e minha mãe começou a fazer perguntas do tipo: "Você comeu?", "Como foi a viagem?", "Teve turbulência?".

Quando me despedi, tive vontade de ficar com eles pro resto do dia ligado ali, só pra ficar olhando pra carinha deles. Mas como eu sei que as pessoas também tem responsabilidades, eu mudei meus planos e decidi passar o resto do meu dia dentro da banheira, com um som ligado no máximo, aproveitando a minha própria companhia.

Abri um vinho e fiquei ali, ouvindo Bruno Mars e aproveitando para relaxar um pouco a minha cabeça.
Eu não sabia ao certo o que iria fazer pela próxima semana, mas tinha algumas coisas em mente.

Trouxe bastante roupa, mas não imaginava o frio que estava nesse lugar. Então eu quero comprar algumas roupas de frio, jantar em lugares novos enquanto tenho tempo e andar pela Times Square como sempre sonhei.

Só percebi que estava há muito tempo dentro da água, quando meus dedos começaram a enrugar. Então vi que já estava mais do que na hora de eu sair e me trocar.

Deixei o ar ligado no quente dentro do quarto e coloquei um roupão para escolher a minha roupa e sair.

Teria que pedir um táxi, já que o aluguel do meu carro só seria liberado amanhã de tarde. Então desci um pouco mais cedo para pegar o táxi e conseguir passar para pegar um café, antes de ir ao shopping.
Nova Iorque é o verdadeiro sonho americano, pelo menos pra mim. Mas não é o lugar mais seguro do mundo.

Before you go Where stories live. Discover now