A Intocável: Futuro Abalado 💙 Livro 2 da Trilogia Ilusões 💙

💙 Quinze 💙

Tiago

Evelyn não estava nada bem e eu não estava sabendo muito bem o que fazer, ela havia comentado meio por cima comigo que havia recusado uma proposta de emprego por causa da viagem.
Não tivemos muito tempo para conversar mais sobre porque naquela manhã já estávamos organizando o restante das malas. Com a ajuda de um dos funcionários estava terminando de descer as malas e ela segurava Melanie no colo.
— Vai ficar tudo bem, meu amor. — Tento confortá-la, mas ela nem sequer olha pra mim.
Eu queria muito poder fazer algo na prática pra ajudá-la a se sentir melhor, contudo depois de tantas tentativas falhas, resolvi deixar que ela tivesse tempo com seus pensamentos, para organizá-los. Sei que após isso ela irá conversar comigo.
Levaremos Agatha e Aniele pra nos ajudar a olhar a Melanie. Sempre gostei daquela cidade, de morar lá, era tudo tão simples. Entretanto, me conformo porque aqui é bonito e vale mais ter Evelyn ao meu lado bem mentalmente do que tudo.
A viagem até o aeroporto foi silenciosa, mas quando descemos, eu quis comprar um lanche para comermos dentro do avião.
— Eu vou comprar um lanche pra gente. — Aviso todas elas. — Alguém tem preferência? — Pergunto e todas negam.
— Vou com você de companhia. — Agatha disse e seguimos para a lanchonete mais próxima.
— Bom dia, como posso ajudá-los? — Diz o atendente.
— Bom dia, quero quatro coxinhas e dois cigarretes.
— Ela está bem mesmo? Está tão abalada, coitadinha.
— Agatha comenta quando estamos numa distância considerável.
— Eu não sei o que fazer Agatha, mas acho que mais alguma coisa aconteceu e ela não me contou ainda. — Digo e o atendente volta com os pedidos. — Obrigado.
Pego os salgados da mão dele que estão quentinhos e muito bem embalados e voltamos em silêncio pra perto de onde Aniele e Evelyn estavam.
Evelyn me olha no momento em que me sento perto dela.
— Que foi, amor? — Pergunto vendo seu olhar de preocupação.
— Essa situação toda está acabando comigo. — Ela encosta seu rosto em meu ombro.
— Eu estou aqui com você, querida. Não prometo tirar os problemas, mas farei o possível pra te ajudar a lidar com tudo. — Olho nos olhos dela.
— Obrigada. — Ela se inclina um pouco pra mim, e eu dou um selinho nela.
Ficamos aguardando até que nosso voo fosse anunciado.

[...]

Chegamos na cidade por volta de 20h no aeroporto. Evelyn segurava minha mão forte, sua tensão por estar ali já não passava despercebida por ninguém.
— Já comuniquei Carlos que estamos à espera dele. — Avisei.
Poucos minutos se passaram e ele apareceu, acompanhado de Jorge.— Boa noite, senhores, espero que a viagem tenha sido boa. — Jorge cumprimenta.
— Boa noite Jorge, deu tudo certo sim. — Entregamos nossas malas pra ele.
— Viemos em dois carros para mais confortabilidade de vocês. — Falou mais baixo pra mim e eu concordei com a cabeça.
Chamo Evelyn e explico pra Agatha e Aniele que vamos em carros separados e que a bebê vai com a gente, e elas concordam.
Abro a porta pra Eve e ela entra sem dizer nada.
— Você quer ficar num hotel? — Eu pergunto e ela nega com a cabeça. — Tudo bem, pra nossa casa mesmo Carlos.
— Sim senhor. — Ele dá partida.
Quando ele estaciona, pra nossa surpresa, senhor Luís está sentado na calçada com uma moça que deduzi ser sua enfermeira.
Vejo a expressão de Evelyn mudar na hora e seus olhos se enchem de lágrimas. Em seguida, ela me entrega a bebê e sai do carro desesperada.
— Pai! — Choramiga e eu tento descer atrás dela.
— Evelyn, minha filha, porque está aqui? Não deveria se preocupar com seu velho aqui.
— Claro que devo pai, o senhor é a única família que tenho. — Consigo me aproximar, mas apesar de ouvi-la falar aquilo, não fico ofendido, sei a importância que o pai tem na vida dela.
— Não diga bobagens filha, você tem Melanie, e o Tiago. — Ele diz olhando pra mim me cumprimentando.
— Eu não deveria ter deixado você aqui, pai. — Ela o abraça.
— Vamos para dentro, querida. Vocês devem estar cansados. — Ele chama e se levanta com dificuldade.
Eu me viro para a enfermeira.
— Quem contratou você? — Pergunto direto e sério.
— Vim por meio da Agatha, senhor. Me chamo Mariana. — Diz fazendo uma pequena reverência para mim.
— Muito prazer, Mariana, eu sou o Tiago Ribeiro.
— Muito prazer, senhor. — Diz abrindo espaço para que eu entrasse na casa.
— Então você ajuda ele em tudo ou só com as idas ao médico, as sessões de terapia e cuidados com a alimentação? — Pergunto.— Ajudo basicamente em tudo.
— Bom, se foi indicada por Agatha, significa que podemos confiar em você, não é? — Questiono e ela assente. — Minha esposa se encontra muito afetada como pôde ver.
— Sim senhor. Podem ficar tranquilos que durante a estadia de vocês farei o possível para mostrar minhas competências. — Diz envergonhada, mas ao mesmo tempo com uma postura confiável.

[...]

Após nos instalarmos em nosso quarto, Evelyn e eu fomos conversar um pouco.
— Como você está se sentindo meu amor? — Pergunto acariciando seu ombro, tentando confortá-la.
— Ah, Tiago, olha pra ele. Papai não está nada bem... — Ela fica calada, pensativa. — Não escolhemos uma boa hora para nos mudarmos. — Me olha com os olhos marejados.
— Não se culpe por isso, nós não sabíamos que isso aconteceria. — Olho diretamente em seus olhos pra que ela veja minha sinceridade.
— Não sei por quanto tempo vou querer ficar aqui. — Me olha com dúvida e insegura.
— Tudo bem, amor. Eu estarei aqui pra você! — Beijo a testa dela.
— Obrigada. — Ela me olha com aquele olhar de ternura.
— Eu amo você. — Dou um sorriso fraco pra ela.
Mariana bateu na porta logo em seguida, anunciando que o jantar estava pronto, e eu nem tinha falado com Evelyn sobre ela. Me pareceu ter atitudes de pessoa que realmente se pode confiar, Agatha não indicaria qualquer pessoa, ainda mais sabendo que tipo de filha ele tem.
Descemos e Luís já se encontrava na mesa, e a mesa já estava toda posta. Agatha sentava ao lado da Aniele, que estava com a Melanie no colo.

Oi gentee
Mais um capítulo fresquinho...
O que acharam?
Bom, por hoje é só, espero que tenham gostado 💙
Beijinhos da Miih 😘