Saí do carro e sorria caminhando calma e via as árvores altas escondendo o brilho do sol. Algumas crianças me olhavam curiosas, e essas até corriam em minha volta me fazendo rir.

A nostalgia refletia em meu rosto e percebi o pequeno parquinho com chão de areia, e vi o balanço que havia sido reformado.

Me aproximei com cautela e vi uma criança brincando no escorregador, uma menina dos cabelos morenos, no canto do parque havia um homem a olhando, era um homem que parecia ter uns cinquenta anos, eu não poderia julgar se era ou não o pai da menina, mas seu olhar era tão... Estranho.

Ele pareceu não me notar como se eu fosse um fantasma ali, e se aproximou da menina e se agachou. A menina estava sentada na descida do escorregador, o homem trocava umas palavras com ela e eu apenas a via negar a cabeça sem ouvir sua voz.

Eu não entendia o que o homem a dizia mas assim que ele ia por as mãos na perna da menina, rapidamente avancei e agarrei a mão do mesmo o impedindo.

- Se afasta dela.. Agora!    - Exclamei e a menina correu se afastando e o homem me olhou sério e expressava irritação, mas este olhou para cima de meus ombros e rosnou afastando de meu aperto e avançando em passos rápidos para longe saindo do meu campo de visão.

Confusa, olhei para trás vendo a criança encolhida no colo da qual imagino ser a mãe, e o homem que guarda o celular. A mulher se aproximou de mim com lágrimas descendo.

- Muito obrigado por ajudar nossa filha! Céus, eu deveria estar mais atenta! Como fui idiota!   - Exclama a mulher.

- Não sei nem como agradecer.   - Diz o homem com um sorriso fraco coçando a nuca estando envergonhado.

- Está tudo bem... Tenho que ir.   - Sorriu curto e eles acenam e eu me retirei em passos rápidos.

Entrei no carro ofegando fraco e soltei uma risada.

Fiz uma boa... Ou uma ótima ação hoje, ainda mais em uma cidade grande... Como queria que Thomas tivesse visto isso!

Fiquei mais aliviada por eles nem terem desconfiado de mim, nem do meu rosto, isso tornou uma parte do dia muito satisfatório.

Após o parque eu dirigi até uma loja de roupas, ainda era cedo para voltar para casa e assim que passei pelas novas portas da loja eu senti o ar gelado sobre meu topo, sorri contente e caminhei sobre os corredores vendo diversas roupas, já que praticamente tudo eu perdi ao deixar minha casa.

Comprei algumas peças íntimas de preços baixos, e poucos vestidos, algumas calças e meias, camisolas; vejo alguns homens irem para o lado masculino da loja, e vi um homem alto e moreno, que me lembrou Thomas, por ser quase o tamanho dele.

Vejo as roupas que ele pegava, e assim que ele se afastou, me aproximei e vi as camisas de botões que poderiam servir em Bubba. Seria perfeito!

Comprei algumas camisas e olhei uma parte onde havia cuecas. Meu rosto esquentou e mordi os lábios olhando o chão.

Não Sarah, céus, não...

Eu paguei as coisas porém ao chegar nas últimas peças e por nas sacolas, o homem atrás do caixa me olhava atentamente, ele parecia ter uns trinta e poucos anos, com um olhar juvenil.

-   ... Ei... Você. Você... Você é a mesma mulher descrita no jornal, não é?    - Meus olhos se alargam e  mãos ficaram trêmulas, respirei pesado tentando me controlar.

Merda, tinha tudo para não dar errado!

- Não. Deve ser um engano, senhor.   - Por pouco não sussurro ou gaguejou, abaixando um pouco o rosto para que o boné fizesse sombra em meu rosto.

- Sério? Sabe, se for você mesma...  Eu tenho umas teorias... Aquele maluco que está te aprisionando não é?! Ele é um Sawyer! A família dele vinha para cá, fazia muitas loucuras, matava uns ricos e..

- Desculpa mas estou atrasada.   - Digo pegando as sacolas rapidamente e antes que ele segurasse meu pulso, apressei me afastei o olhando assustada.

- Ei! Espera! Posso te ajudar!    - Mas eu avancei rápido para fora puxando a atenção o das pessoas que passavam, e joguei as coisas nos bancos de trás, e dirigi rápido saindo da cidade nas pressas.

Pelo choque, eu segurava o choro, consegui sair da cidade e voltar para a estrada da floresta, porém parei no meio do caminho ofegando forte. Eu estava tão nervosa, meu coração acelerado a ponto de doer no peito, a garganta fechar e lágrimas caírem sem parar em minhas bochechas.

Eu chorei me encolhendo e comecei a estapear o volante com brutalidade. Que merda! Não era pra isso ter acontecido!




Após conseguir me recuperar, voltei a dirigir e cheguei na casa mas percebi Bubba à frente do estábulo. Confusa, saí do carro e caminhei até ele o qual estava com um chapéu de cowboy e me olhava empolgado.

- Thomas?    - O observei e sem nenhuma resposta, ele segurou minhas mãos às deixando abertas, e põe em meus olhos me fazendo rir -  Okay, okay, é a tal surpresa certo?

Demorou poucos minutos para ele me posicionar na frente de algo, e logo ele afastar minhas mãos e vi o estábulo com cerca de quatro cavalos, e apenas isso me deixou com um sorriso de ponta a ponta. Foi uma visão incrível, até parecia que nada do que acontecerá alguns minuto atrás realmente aconteceu, pois aquela cena realmente me surpreendeu me fazendo perder o ar por poucos segundos.

- Que incrível, Thomas!   - Sorri grande.

Ele segurou minha mão e me levou para dentro. Havia cavalos e éguas porém separados, marrons, brancas, pretas... Todos lindos!

Eu estava os olhando de longe até notar Bubba puxar-me para perto de um dos animais e conduziu minha mão para próximo e toquei no topo de um que era marrom escuro. Este estava me olhando e moveu o rosto me fazendo rir impressionada.

- Oi...   - Sorri divertida.

Bubba fazia carinho no corpo do animal que estava parado.

- Como os achou? Onde?

- Flor... Floresta.   - Disse ele com um sorriso, eu sorri por alguns segundos.

- ... Sabe que o lugar deles não é aqui. Presos aqui.

- Nece... Necessá...  - Eu ia rebater, mas apenas parei para pensar um pouco e suspirei fraco.

- Okay. Mas não é necessário quatro! Podemos soltar dois. Só somos nós aqui, Bubba.   - Digo sorrindo querendo que ele mudasse de ideia, e para meu alívio, ele concordou.

Escolhi uma fêmea e um macho para soltar, a fêmea era branca com manchas marrons e o macho era preto. O soltamos próximos de casa e eles seguiram para longe.

- Isso é um ato bom, viu?   - Sorri para Bubba que revirou os olhos e me segurou na cintura e me puxou para um beijo. Prontamente retribui o abraçando no pescoço.











𝐿𝑒𝑎𝑡ℎ𝑒𝑟𝑓𝑎𝑐𝑒 - 𝑈𝑚𝑎 𝐻𝑖𝑠𝑡𝑜𝑟𝑖𝑎 𝑁𝑎𝑜 𝐶𝑜𝑛𝑡𝑎𝑑𝑎 +18 Donde viven las historias. Descúbrelo ahora