Meu paraíso em sua escuridão

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— Tu és digna, allat. Nós dois sabemos quem de fato és o ímpio entre nós dois. Tu me alcançastes, pequena, e fostes além. Me arrebatastes... — Separei – me dele bruscamente não acreditando na verdade de suas palavras.

Arrebatei a este demônio?

Alcancei a este homem inatingível?

Nunca acredites nas doces mentiras que saem da boca de um demônio...

Eu o fiz uma vez e perdi parte da minha essencia no processo...

— Mentes. Se realmente o alcancei, por que não me amastes? Se realmente o arrebatei, por que queres ir ao campo de batalha e morrer? Elucide – me, demônio. Faça - me entender como cheguei até ti se sinto como se tu estivesse além do mar, além do horizonte para mim? — Novamente Mardok se aproximou de mim dessa vez sem tocar – me.

— Desde que esperes por mim, eu voltarei, nuri. Sempre voltarei para ti, por ti. Desde que prometas que me esperarás, desde que digas que não acabamos ainda e que me deixarás te recompensar apropriadamente. — Indignação subiu pela minha garganta quando percebi o que esse homem ardiloso estava fazendo. As vezes meu ódio pelo Mardok atingia conotações tão altas que me deixavam doente. Uma voz intrigante atormentou meus pensamentos.

Você pode o odiar, mas o ama com maior intensidade e o quer vivo.

Mamãe cuide do meu papai para mim.

A voz doce da minha menina perdida encheu minha mente.

— Como podes dizer – me isso com essa expressão cínica? Estas colocando sua vida, sua segurança nas minhas mãos, em minha promessa, na minha palavra! És cruel e aterrador, Mardok. Como podes pressionar – me dessa maneira? Depois de tudo, depois de ofertar – te em confiança a minha vida, meu amor e devoção, você me traiu! — Mamãe cuide do meu papai para mim. A voz de Alba repetia – se uma e outra vez em minha cabeça, fazendo – me consciente de que não poderia deixar esse homem morrer. As lágrimas desceram descontroladas e levei as mãos a cabeça achando que enlouqueceria.

— Sempre estive nas suas pequenas e delicadas mãos, nuri, desde o maldito momento em que coloquei meu olhos em ti, apenas fui cego e arrogante demais para dar – me conta que ti eras meu maior e mais profundo almejo. — Os lábios dele estavam desenhados em um sorriso de escarnio e comiseração.

Tu és meu destino, minha sina, minha maldição. Tal qual eu sou a sua. — Encarei – o descrente.

— Desculpe – me a falta de crença, mas todas as tuas ações vis para comigo não me dariam uma única indicação que sequer gostavas de mim, além do fato que apreciavas afundar – se em meu corpo, muito menos que me amastes. — Falei desdenhosa, mas meu âmago ansiava por acreditar nele.

Ansiava por ser amada por ele, sentir esse amor, ansiava por ser dele.

Prove – me demônio.

Ama – me

Por favor, faça – me crer em ti novamente.

Ama – me

Pelos céus cure minha dor.

Ama - me

Traga – me a vida novamente.

Ama - me

Faça – me respirar.

Ama – me

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⏰ Last updated: Sep 16, 2023 ⏰

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Da guerra ao AmorWhere stories live. Discover now