Acordei com o meu telemóvel a vibrar que nem um maluco, estiquei a mão na direção da mesinha de cabeceira e agarrei nele, olhando-o. "Lulu s2"
Chamada
" – O que foi Lucy?"
" – Olá amor, bom dia"
" – O que queres?"
" – Era para te dizer que fui embora e só volto daqui a uns dias, houve uns problemas cá em casa e ya..."
" – Mas esta tudo bem?" – Eu perguntei e sentei-me.
" – Sim bebé, não te preocupes, esta tudo bem."
" – Lucy, estas muito elétrica."
" – Estou com sono e tu sabes como é que eu fico quando estou com sono, mas provavelmente devo de ir dormir. Olha que vai estar imenso calor hoje, por isso bebe muita água. Amo-te" – Ela falou e logo a seguir ouvi pi-pi-pi.
Chamada
Deixei o telemóvel escorregar pela minha mão e voltei a deitar a cabeça na almofada. Aquela rapariga ás vezes tinha com cada pancada. Ergui a cabeça e tentei perceber que horas seriam pela luz que entrava pelos buraquinhos dos estores. Desisti e peguei no meu telemóvel, desbloqueando-o. 08:54.
"Vou matar aquela gaja" – Pensei e suspirei.
Levantei-me. Estava com calor e de certa maneira, estava a sentir-me um pouco presa no quarto. Talvez um copo de água fresca me fizesse voltar a dormir de novo.
Admirei o meu aspeto de sem-abrigo em frente do espelho e perguntei-me o que é que Cameron iria pensar se me visse naquele estado. Tinha os olhos um pouco inchados, provavelmente por chorar enquanto dormia e estava de cuecas com a tal t-shirt que Cameron havia deixado lá em casa. O meu cabelo estava todo despenteado e parecia que se o tentasse pentear, iria partir o pente. Atei-o num rabo-de-cavalo e olhei-me novamente ao espelho. Assim estava melhor. O meu estomago fez um pequeno ruido e calculei que em vez de beber só água, também devia de comer alguma coisa. Abri a porta e saí do quarto, começando logo a sentir o ar mais leve e um certo cheiro a panquecas.
"Panquecas? Como assim cheira a panquecas? Será que Lucy as fez e deixou para mim?"
Era pouco provável, provavelmente tinha-as feito e depois distraíra-se e comera-as todas, por isso é que não tinha mencionado nada durante a chamada de 2 minutos no telemóvel. Decidi ir espreitar na mesma. Desci as escadas e caminhei a até à cozinha. A porta estava fechada.
"Que estranho..."
Meti a mão na maçaneta, rodei a mesma e abri a porta. Vendo alguém no fogão.
Cameron.
O meu cérebro parou de funcionar por momentos e limitei-me a ficar paralisada ali, a olhar para ele, sem conseguir distinguir se era real ou se ainda estaria a sonhar.
Ele virou-se para mim e aquele sorriso à Cameron rasgou o seu rosto.
" – Olá Little Angel" – Ele disse olhando-me a sorrir com os braços ligeiramente abertos como se me estivesse a convidar para um abraço.
Corri literalmente na direção dele, e embrulhei os meus braços no seu pescoço, sentindo os seus braços nas minhas costas, juntando-me mais a ele. O seu cheiro preencheu rapidamente a vias respiratórias, deixando-me anestesiada e hipnotizada.
" – Finalmente little Angel..." – Ele sussurrou ao meu ouvido.
Olhei-o nos olhos e depois olhei para a sua boca, não aguentando mais e juntando as nossas bocas.
A sensação dos seus lábios nos meus era uma sensação que eu ansiava já desde o momento, em que o vira a ir embora pela porta da rua e a entrar naquela carrinha.
" – O que é estas aqui a fazer?" – Eu perguntei baixo, quando as nossas bocas se separaram por milímetros para que pudéssemos respirar.
" – Não aguentei mais estar longe de ti."
Naquele momento, depois de ter ouvido aquela frase, senti o meu coração a encher-se de uma felicidade tremenda.
" – Hey, hey, o que se passou little Angel? Estas a chorar porque?" – Ele disse preocupado segurando o meu rosto com as duas mãos.
" – Porque estou feliz." – Eu disse entre soluços.
Ele sorriu, mas aquele sorriso que até os olhos sorriem e consegues perceber mesmo que a pessoa esta verdadeiramente feliz. E então, os seus lábios uniram-se outra vez aos meus.
" – Preparei-te o pequeno almoço..." – Ele disse.
" – Reparei" – Disse eu olhando para a mesa da cozinha cheia de comida. – "Tu deves achar que eu tenho estomago para isso tudo."
" – Atão little angel, estou a treinar para quando tivermos os nossos filhos. Tenho que fazer muito comer porque vamos ser muitos." – Ele disse e eu derreti por dentro, mas tentei manter-me forte.
" – Estas a pensar ter quantos filhos?"
" – 4" – Ele respondeu diretamente.
" – Foda-se, não vão ser todos meus de certeza"
" – 2" – Ele disse e riu.
" – Assim ta melhor, e já sabes os nomes?"
" – Little Angel junior e Cammy junior"
" – Cameron, sê um pouco mais original.." – Eu disse e afastei-me dele para ir para a mesa.
Ele riu e meteu as panquecas à minha frente.
" – Ta bem que acabei de acordar, mas não vou conseguir comer isto tudo."
" – Come o que conseguires, o que sobrar come-se depois." – Ele disse e sentou-se ficando a olhar-me.
Ficamos em silencio por momentos, enquanto eu comia tudo o que conseguia e apercebi-me que estava com mais fome do que pensava. Cameron limitava-se e observar-me a comer com um pequeno sorriso nos lábios.
" – Hope e Gabriel" – Ele disse quebrando o silêncio.
" – Ham?" – Eu disse com a boca cheia de comida.
" – O nome dos nossos filhos...Hope e Gabriel."
Olhei para ele, a tentar arranjar forças para controlar as lágrimas que tentavam sair dos meus olhos.
" – Gostas?" – Ele perguntou, olhando-me com uma expressão curiosa.
" – Adoro." – Eu disse e inclinei-me para lhe dar um beijinho.
