Nightmare (Beomjun/Yeongyu)

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Sinopse

Num mundo onde a linha entre sonho e realidade se desvanece, Choi Beomgyu, um jovem assombrado por pesadelos e amnésia, é arrastado para uma praia misteriosa por estranhos. Confrontando um enigma que desafia a lógica, ele segue esses desconhecidos numa jornada cheia de enigmas, onde o surreal se mistura com o concreto. O que ele encontrará no limite entre o sonho e a vigília?

Capítulos escritos: 2

Estimativa de capítulos: 40


Capítulo Um

Uma gota de chuva caiu sobre uma das têmporas suadas de Choi Beomgyu, traçando um caminho por sua pele em direção à bochecha saliente e leitosa. Assim que ele saiu do prédio principal da faculdade, o vento frio alentou seu espírito, adentrando seu moletom de forma a gelá-lo da cabeça aos pés.

Não seria eufemismo dizer que ele odiava aquele clima. O inverno tempestuoso de Seul, o uivo alto do vento, o pequeno filete de suor que escorria de sua nuca às suas costas, lembrando-o de que mesmo no frio ainda era possível suar.

Nem sempre fora assim, no entanto. O adjetivo "ranzinza" estava fora de seu vocabulário anos atrás, de acordo com sua mãe e sua avó, mas o acidente mudou tudo, apesar de Beomgyu não se lembrar dele. Sabia que havia sido atropelado por um ônibus a caminho de sua formatura no ensino médio, que havia ficado em coma por três anos e que, ao acordar, passou a sofrer de amnésia retrógrada. Entretanto, era apenas isso. Ele sabia daquelas informações, mas não se lembrava de tê-las vivido. Até certo ponto, isso o fazia sentir como se fosse um telespectador de sua própria vida.

De qualquer forma, aquele acidente tinha sido o divisor de águas. Agora, seus dias eram preenchidos por duas coisas: dor e incompreensão. A amnésia retrógrada não foi o único efeito colateral deixado por um acidente que ocorreu há pouco mais de seis anos, tendo em vista que Beomgyu desenvolveu uma cefaleia pós-traumática. Em outras palavras, seus dias eram repletos de enxaquecas constantes.

Seu neurologista havia mudado sua receita médica ao longo dos anos. Os dois, médico e paciente, tentaram quase todos os tipos de analgésicos disponíveis no mercado farmacêutico, mas, no fim do dia, a única coisa que curava a dor de cabeça de Choi Beomgyu era uma noite de sono.

Nas últimas semanas, porém, seus sonhos foram invadidos por pesadelos cruéis, violentos e perturbadores, impedindo-o de descansar. Por serem recorrentes e virem em má hora, os pesadelos pareciam querer deixar Beomgyu sem opções. Acordado ou dormindo, ele sentiria dor.

A incompreensão era uma consequência dos episódios de cefaleia. Às vezes, quando a dor se tornava tão insuportável que seu corpo parecia querer ceder, tremendo e suando frio, ele se perguntava o que havia ocorrido há tantos anos para que acabasse daquele jeito. Como não havia nenhum registro — policial, midiático ou legal — do ocorrido, ele se questionava se não tinha feito parte de algo muito mais grave.

É claro que as dores fortes não eram as únicas que contribuíam para esse tipo de pensamento. Seu corpo parecia ter sido remendado de uma ponta a outra. Uma cicatriz extensa em seu braço direito indicava o local em que sua equipe médica realizou um enxerto de pele. Uma cicatriz similar, em sua coxa direita, só era visível no verão, quando usava bermudas. Parte de sua sobrancelha esquerda não crescia mais, pois precisou levar cinco ou seis pontos no local. Teve uma fratura exposta no joelho direito e uma hemorragia interna na perna esquerda.

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