Elas estavam no quarto de novo. Mesmo sentadas tão próximas uma da outra, parecia que havia um deserto as separando.
— Yongsun-ah... — Moonbyul chamou, quebrando o silêncio. Não houve resposta, mas a morena sabia que a loira estava lhe ouvindo — Lute por mim.
Yongsun finalmente reagiu, virando seu rosto para Moonbyul. Elas se encararam por segundos, mas pareceram horas — Lute por mim.
— Eu não posso — Yongsun respondeu, era palpável sua tristeza e conformidade com toda aquela situação — O amor não está em guerras, Byul-ah. O amor é gentil e sabe quando precisa ir.
— Não — Moonbyul negou, seus olhos começaram a brilhar por conta das lágrimas que esperavam o momento de serem libertas. A morena rapidamente limpou seus olhos, rastejando em direção à namorada, fazendo-a se deitar na cama e ficando por cima dela. As duas voltaram a se encarar. A dor parecia física, e em algum momento, começou a ser.
— Byul-ah, o amor é gentil, suave como uma brisa — Yongsun acariciou o rosto da namorada delicadamente, observando o esforço da morena para não chorar.
— Lute — Moonbyul pediu, suplicou.
Yongsun negou, continuando a tocar no rosto de Moonbyul, confortando-a. Foram longos minutos até Moonbyul fechar os olhos e respirar fundo, rolando para o lado e se deitando ao lado da loira.
Moonbyul respirou fundo, — Onde a gente se perdeu?
E Yongsun respondeu. Quando elas esqueceram coisas, perderam coisas, largaram coisas. Quando elas valorizaram coisas e, pouco a pouco, esqueceram delas. Quando as mãos, antes unidas, deslizaram até se soltarem, quando datas importantes perderam a importância, quando conversas rotineiras perderam a frequência, quando horas se tornaram segundos, quando cada uma começou a seguir seu próprio caminho.
— Ah, eu vejo agora — Moonbyul suspirou. Yongsun apenas concordou.
As duas ficaram ali deitadas, olhando para o teto do quarto, em silêncio. Não havia mais nada a ser dito.