06 | Desejo

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Quando percebi a mierda que tinha acontecido, puxei a porta com mais força do que gostaria, assustando a mulher de olhos verdes que ainda estava focada em querer olhar para porta preta como se pudesse ver através dela

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Quando percebi a mierda que tinha acontecido, puxei a porta com mais força do que gostaria, assustando a mulher de olhos verdes que ainda estava focada em querer olhar para porta preta como se pudesse ver através dela. Meu coração parecia ter parado dentro do peito, não conseguia descrever o que estava sentindo no momento.

Este deveria ser o último cômodo que ela poderia ver, pelo menos hoje e agora.

Me sentia exausto pela viagem, queria apenas chegar e descansar, mas parecia que sempre que eu voltava para Espanha, descanso era só uma palavra que não existia no meu dia a dia. Não me estressava com facilidade, porém, tinham coisas que não davam para serem evitadas e se tratando dessa, era impossível que eu deixasse passar batido.

¡Maldición! Quem foi que deixou essa porta aberta? ― enrijeci, Melissa ainda estava assustada, provavelmente com o pouco que olhou, o que para minha sorte não foi muito, já que a porta dava acesso a somente um pedacinho das escadas que iam até o porão da mansão e para o meu azar, com certeza foram os quadros nas paredes que deixaram ela mais estática que o normal. ― Helena! HELENA! ― gritei o nome da minha governanta mantendo a calma, mas não me importando se estava mais nervoso que o habitual.

A mulher com estatura baixa, magra, cabelos pretos presos, dez anos mais velha do que eu e que trabalhava para mim acerca de cinco anos pôs a cabeça pela brecha do quarto de Diego que ficava do outro lado do corredor imenso da casa, e assim que viu minha cara furiosa, veio correndo até onde estávamos.

― Em que posso ser útil, seu Daniel? ― seu olhar era direcionado ao chão, assim como de todos os meus funcionários e eles sabiam o porquê.

Há quatro anos, um ano antes de eu decidir que iria morar em Nova York, quase aconteceu uma tragédia que me levou a um estado robótico e gélido. Voltava da escolinha que fui buscar o meu hijo, o dia tinha sido tranquilo e o trânsito estava calmo. Bem, era o que eu achava.

Diego tinha apenas três anos e estava sentado na sua cadeirinha no banco de trás tagarelando, fazendo-me escutar tudo com atenção enquanto eu dirigia tentando entender algumas palavras erradas e desconexas de como tinha sido seu dia no recreio, quando a lataria do meu carro foi atingida por um caminhão sem freio deixando que o meu veículo não só ficasse com um buraco do lado do carona direito, mas também que rodopiasse duas vezes pela estrada quase vazia.

A primeira coisa que fiz depois que o airbag abriu foi olhar para o pequeno atrás de mim, alguns estilhaços da janela tinham entrado pelo seu braço e perna direita. O choro incontrolável preenchia o carro, então procurei por mais sinais de que algo pior poderia ter acontecido, mas por um milagre o impacto não foi tão prejudicial.

Os olhares que recebi quando voltei do hospital com ele foram de pena, no entanto, não queria que aquelas pessoas sentissem dó de mim que havia sofrido só um corte na testa e do meu filho que quase poderia ter perdido a vida por minha causa, por isso os obriguei a não nos encarar por dias que se tornaram semanas, meses e anos. Prometi a Diego que não voltaria a dirigir qualquer carro de novo se isso fosse o manter seguro, mesmo sabendo que a culpa do que aconteceu não foi completamente minha.

MINHA INSANA PERDIÇÃO - livro 3 da série: Os AvellarΌπου ζουν οι ιστορίες. Ανακάλυψε τώρα