Príncipe do Dragão

Capítulo 3

Capítulo 3: O medo do Desconhecido

Muitas vezes, Hadrian se pegava pensando em como seria se nunca tivesse saído do orfanato. Provavelmente ele teria sido enviado para o reino mágico, assim como ele estaria fazendo daqui a algumas horas, mas agora tendo que fingir que aquela runa em seu braço não existia.

Seu quarto tinha livros espalhados por todos os cantos quando chegaram com a sua roupa, dizendo que logo viriam o ajudar a se arrumar. A ansiedade ameaçava o consumir aos poucos, o medo do desconhecido ainda era algo que ele convivia constantemente..

Ele era esperado, não havia como fugir das obrigações.

Leo e Hadrian criaram algumas Leis e projetos a favor dos bruxos que viviam em seu reino, esses que eram mandados para o reino mágico assim que fizessem onze anos e sem permissão de voltar, nem mesmo para verem suas famílias.

Um deslize sequer e ele ficaria preso naquele reino também.

Encarou sua coroa de príncipe, esta que estava sobre uma almofada dentro de uma caixa de acrílico. Ansioso como o dia em que ela foi posta em sua cabeça em uma grandiosa cerimônia que ele nunca desejou.

Sua roupa estava pendurada em um cabide na parede, o fazendo engolir seco o nervosismo enquanto ia se trocar, se recusando a aceitar a ajuda para se trocar. Era difícil vestir aquelas roupas reais, mas ele estava acostumado a odiar a ajuda das pessoas para se vestir. Ele não precisava de ajuda de empregados para se vestir, ele poderia muito bem fazer aquilo sozinho.

Desde o início de suas aulas de etiquetas ele sempre escolhia usar cores escuras.

"Use algo bonito, para que não esqueçam quem você é. Mas nunca chame mais atenção do que seus irmãos."

Sua professora dizia aquilo, longe dos seus pais e seus irmãos, dizendo que ele nunca deveria ofuscar eles, a verdadeira família real. O preto era a cor que ela havia escolhido para Hadrian, já que ela poderia ser facilmente disfarçada e ele nunca deveria usar algo dourado ou verde, já que dourado fazia um contraste chamativo com sua pele e o verde combinava com seus olhos.

E ele não queria chamar a atenção.

Ele usava uma blusa preta com um colete social, esse que tinha desenhos de rosas com uma textura de veludo. Sua calça era igualmente preta, com sapatos sociais pretos e bem polidos. Uma capa preta transparente era um charme a mais que sua mãe havia insistido que ele colocasse. Apertou a capa em minha mão, sentindo sua textura antes de ouvir alguém bater levemente na porta e ele logo liberou a entrada, vendo seu pai entrar pelo quarto pelo reflexo no espelho.

— Uau, você nunca consegue esperar as ajudantes, não é? — perguntou e Hadrian riu levemente, dando de ombros.

— posso me vestir sozinho. — disse, se virando para o futuro Rei consorte e vendo o olhar dele sobre os livros em sua cama. Respirou fundo, caminhando até a cadeira de sua penteadeira. — não tenho um plano, se é isso que prendeu sua curiosidade.

— não se cobre tanto, Hadrian. — seu pai se aproximou, colocando as mãos no ombro do filho enquanto Hadrian se encarava no espelho. — vai dar tudo certo e se não der, nós vamos dar um jeito, tudo bem? Não coloque a responsabilidade toda eu seus ombros, meu filho. Agora, me conte tudo que descobriu que talvez eu possa ajudar. — ele apertou o nariz do príncipe, uma mania que ele tinha desde que o adotou e descobriu que aquilo sempre Hadrian fazia sorrir.

E, mais uma vez, el sorri para a brincadeira do seu pai e empurrou sua mão para longe do seu nariz.

— bem...não tem nada, pai. Todas as informações que temos estão desatualizadas ou não fazem sentido, entende? — ele concordou com a cabeça, puxando um banco para se sentar ao lado do filho. — não temos nada que eles possam querer, e eles não têm nada a nos oferecer, aparentemente. Não temos nada a que fechar um acordo além dos bruxos nascidos aqui. Meu projeto e o de Leo dificilmente será aprovado em pouco tempo assim para provarmos aos bruxos que não estamos blefando.