inspirado na música "the happiest girl", do blackpink.
voltando com mais uma história de término como se não tivesse a quase um mês sem postar, amaram? não esqueça de comentar e favoritar :D
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jeonghan já ouviu tanto "o problema não é você, sou eu" que estava começando a pensar que o problema era sim ele.
se ele era tão bonito como seungcheol sempre disse, por que ele viu seungcheol beijando outro garoto?
e jeonghan se odeia um pouco, porque não foi a primeira vez, mas ele estava tão cego de amor que acreditou em mentira após mentira. o problema é que dessa vez não tinha ninguém pra culpar.
não existia um "foi ela quem me beijou" como ele ouviu da primeira vez. não tinha como culpar o álcool porque seungcheol parou de beber depois que começou a tomar remédio. só não tinha quem culpar além deles mesmos.
óbvio, seungcheol podia culpar jeonghan, porque naquele dia eles brigaram feio mais cedo porque jeonghan teve uma crise de ciúmes e então o garoto que normalmente era tão calmo se tornou alguém que seungcheol não reconheceu, então depois muitos gritos e muitos pratos quebrados - um deles até chegou a machucar feio o braço de jeonghan, por sinal -, seungcheol saiu batendo a porta e deixando um jeonghan culpado pra trás.
e a culpa se tornou um sentimento que jeonghan não sabe reconhecer quando, três horas depois, seu melhor amigo, joshua, mandou um vídeo de seungcheol beijando um menino, para logo em seguida o americano perguntar: "vocês terminaram?"
não, inferno, eles não terminaram.
pelo menos não tinham até aquela hora.
jeonghan esperou até quatro da manhã sentado no sofá com os olhos inchados e o rosto vermelho, as luzes apagadas e a única iluminação sendo a porta da varanda aberta, enrolado em um cobertor e olhando fixamente a tv desligada quando seungcheol chegou.
- você não tem nada pra me dizer? - o mais novo perguntou, assustando seungcheol.
- que susto, achei que você já estava dormindo. - riu fraco, tirando o tênis e caminhando até o sofá. - hm... sobre a discussão de mais cedo? me desculpa, o prato machucou se braço, né? espero que esteja tudo bem.
- seungcheol, eu estou te dando uma chance de admitir que me traiu. - o outro abriu a boca. - e sem justificativas dessa vez. não tem justificativa.
- como você sabe? - jeonghan se levantou.
- é isso que você tem a dizer? antes mesmo de pedir desculpas você vai perguntar como eu sei? alguém me enviou um vídeo, seungcheol.
- foi o joshua, não foi? jeonghan, esse teu amigo tá só esperando uma chance pra te pegar faz tempo! não acredita nele!
- sai da minha casa. eu não quero mais te ver.
seungcheol levantou do sofá, passando a mão pelo rosto, nervoso.
- han... me desculpa, tá legal? eu errei, mas podemos superar isso. eu te amo. - ele tentou segurar o braço do mais novo, que praticamente o empurrou, atordoado.
- seungcheol, eu juro que não vou responder por mim se você ousar falar que podemos superar isso de novo. eu vou superar isso, mas não vai ser com você.
ah, ai estava o menino agressivo que seungcheol não podia reconhecer. de novo.
e nas duas vezes, a culpa foi dele. seungcheol sentiu lágrimas em suas bochechas.
- ya! não é você quem tem direito de chorar aqui! - gritou, pouco se importando com os vizinhos que já deveria estar acordados com a discussão de madrugada.
agora, pensando melhor, toda a briga soa como o som da loucura para jeonghan.
e seungcheol realmente foi embora, porque não tinha como transformá-los em santos. a relação acabou e a culpa era só deles. o passado e a imagem de casal perfeito não existe mais.
honestamente, jeonghan não consegue nem lembrar por quê tentaram.
o problema é que se foi seungcheol quem arruinou tudo, por quê doía em jeonghan?
não, não doía. jeonghan poderia parar as lágrimas se quisesse, óbvio que poderia.
mas ele queria?
jeonghan só desejava voltar ao passado, quando tudo começou e eles viviam em uma eterna lua de mel.
mas, já que não poderia, jeonghan não precisaria de muito para esquecer seungcheol e ser o garoto mais feliz do mundo.
sério! só precisava de muito papel para enxugar as lágrimas e o som de uma garrafa de álcool abrindo. e então não existia mais discussão. não existia mais seungcheol e definitivamente não existia mais coração partido.
nada doeria mais se ele deixasse se levar pela vontade de pegar algo afiado na cozinha.
óbvio que ele poderia esquecer seungcheol se quisesse.
