Realmente, quando avaliamos de forma separada cada membro do nosso grupo de amigas, somos todas polos opostos uma da outra, o que torna tudo impressionante. Cada uma tem uma personalidade que destoa de como as pessoas não relacionados provavelmente nos veem, a maior prova disso é ela própria.

Por mais que a distância nunca tenha sido o problema no laço que construí ao longo do tempo com elas, em menos de alguns dias já pude sentir a diferença de quando você está perto realmente da pessoa. Não sei exatamente como vai ser com as outras, já que além da viagem para a Tailândia, ainda não nos encontramos em Seul de forma casual, apenas marcando de nos encontrar para uma festa de boas vindas no meu novo apartamento quando Jia estiver de volta a cidade.

Mas isso não é ruim.

Cada coisa nova que aprendemos sobre uma pessoa nos torna mais perto de entender quem elas realmente são, além de que em casos como esse em que somos amigas a anos, podemos acabar nos sentindo ainda mais próximas do que éramos. Um frescor para uma amizade sólida, e novidades sempre são bem vindas em qualquer fase da vida, porque ficar estagnado é o pior resultado.

O restaurante está consideravelmente cheio, me fazendo segurar a risada, não quero parecer grosseira só que fica meio difícil quando minha colega de apartamento temporária acena discretamente para um dos atendentes do caixa. Não parece que esse é um ambiente requintado como condiz a vizinhança, mas isso se torna ótimo. É uma noite morna, e seria horrível comer fora pela primeira vez em um lugar cheio de códigos e restrições; melhor dizendo, um lugar destinado ao dinheiro, ao invés sabor e conforto.

— Se você está na Coreia precisa aprender a cultura do frango — murmura animada enquanto aguardamos uma mesa — Podemos comer e beber soju do jeito coreano, ao invés ir pegar carne bovina com as garotas.

Assinto, mas isso não faz tanta diferença pra mim, mas não vou deixa-la saber em vista de como está excitada em trocar a salada de antes por carne branca agora. É interessante assistir o equilíbrio que Chaeyoung tem sobre a própria dieta. Isso me deixa feliz de certa maneira, porque quando estávamos morando em países diferentes, enquanto ela estava focada em estudar, sempre achei que ela negligenciava a si mesma.

— Você parece vir com frequência — murmuro descontraída e recebo um aceno positivo como resposta — Impressionante, achei que estaria mais preocupada com seu peso, você sempre reclamou da bunda parecer grande.

— Isso eu posso resolver com exercícios físicos, e eu também gosto de reclamar.

Faz sentido.

— Quem diria — assobio — Posso tirar essa máscara? Isso está me incomodando bastante.
Suspira — Espera até liberarem uma mesa, assim chamamos menos atenção.

— Tudo bem — mesmo não fazendo sentido pra mim, concordo. Todo mundo parece mais preocupado com seu próprio negócio, ao invés sobre quem está chegando ou saindo.

— Você vai entender em alguns dias, mas por enquanto vamos nos aproveitar da ignorância — encaixa o braço no meu, ao mesmo tempo que uma mesa fica livre para nós — Pelos assim fazemos algumas memórias leves.

Franzo o cenho com o que sai de sua boca, mas não falo nada porque desde que chegamos não apenas ela, mas todas, estão deixando coisas assim saírem e empurrando com a barriga a explicação. Isso de fato está me incomodando bastante.

Eu não gosto de estar à par de tudo que acontece, mas quando o assunto parece estar diretamente relacionado a mim, isso acaba se tornando uma bola de neve de sensações dentro da minha cabeça. E mais do que não ser a única por fora, essas informações em pedaços pequenos, acabam aumentando o nível de estresse do meu corpo.

GIRLS FROM SEUL | #1 SCANDAL NOVELWhere stories live. Discover now