UMA NOITE EM TÓQUIO ───── YUTA NAKAMOTO ✓

Chapter 4

⎯⎯ Japão, Tóquio

― Haechan, você tem certeza? ― Taeil perguntou, saindo do carro, seguindo de todos os outros.

― Tenho, ontem a noite me lembro de dizer a Yuta que queria tomar refrigerante. Ele tem que estar hyung, onde mais poderíamos comprar refrigerante?

― Certo, vamos logo ver se Yuta está aqui e ir embora, o tempo está curto demais. ― Jungwoo falou. ― Já devíamos estar em Busan.

― Vamos encontrá-lo e ir embora. ― Taeil resmungou. 

O mais velho olhou em volta, haviam saído da cidade, não tinham ido muito longe, mas a estrada não tinha nada além de um mercadinho velho. Os sete seguiram rapidamente para dentro do local, aproximando-se do balcão e encarando o homem de cabelos grisalhos.

― Oh! Vocês novamente! Vejo que estão melhores, imagino que a ressaca deve estar daquelas. ― Riu.

― Bem, sim. ― Taeil falou em um inglês um pouco embolado. ― Estivemos aqui na noite passada?

― Sim, compraram alguns refrigerantes e Kiwi.

― Kiwi? ― Jungwoo resmungou. 

― Sim, a galinha.

― Quando viemos, tinha mais alguém conosco? Era o único japonês.  ― Johnny falou dando uma risada fraca após ouvir o nome da galinha.

― Oh, sim, o de cabelos vermelhos. Ele estava com vocês, tinha mais um também, mas não me lembro bem, vocês compraram as coisas as coisas e depois foram embora, estavam caindo de bêbados. 

Taeil engoliu seco, assentindo fracamente. 

― Então ele não está aqui?

― Não, foi embora com vocês. 

Dando-se por vencido, Taeil assentiu, optando por sair dali, os mais novos compraram um refrigerante de uva e seguiram para fora também, os mais velhos sentaram-se no capô do carro, vendo Taeil andar de um lado para o outro parecendo uma barata tonta.

― Vou ligar para Taeyong e dizer que não o encontramos, depois, vamos até a delegacia e vamos dar queixa. ― Falou rapidamente, discando o número de Taeyong, enquanto passava os dedos pelos fios de cabelo, de forma aflita.

Ninguém se dispôs a falar nada, todos estavam cansados demais e para piorar ainda tinha a maldita ressaca que nunca parecia ir embora, o Sol estava quente, batendo sobre eles como se fosse fritá-los ali mesmo.

Quente. Mark pensou de repente, afastando a garrafinha de refrigerante dos lábios.  Quente.

― ...Sim, Tae, olhamos em todos os lugares, nós não o encontramos, sinto muito, vamos dar queixa à polícia e...

― Não! ― Mark gritou, descendo do capô em um pulo e arregalando os olhos, em passos rápidos ele se apressou para pegar o celular da mão do hyung.  ― Tae, está tudo bem, nós o encontramos, estaremos aí em algumas horas.

Mark encerrou a ligação, ofegante e encarou todos.

― Eu sei onde ele está. 

     

𝌀

― Mark, você tem certeza?

― Sim, eu tenho, Johnny! ― Afirmou. ― O refrigerante estava quente então chamei Yuta para pegar gelo comigo, no entanto, a máquina de gelo fica no último andar, Yuta só pode estar lá eu não me lembro dele voltando para o quarto.

― Vamos torcer muito para que você esteja realmente certo, Mark. ― Taeil resmungou, entrando no elevador.

Mark bateu o pé no chão, impacientemente, esperando pelo momento em que as portas se abririam, todos estavam ansiosos, precisavam encontrar Yuta e correr com tudo para chegassem ao casamento a tempo, quando enfim as portas metálicas se abriram, os sete saíram dali quase voando, ao lado da máquina de gelo era possível ver um par de pernas e apressadamente Taeil seguiu até lá, soltando todo o ar quando enfim viu que estava ali.

― Você é um grande filho da puta, Nakamoto. ― Sussurrou.

Yuta estava sentado no chão de forma desajeitada, as costas estavam escoradas na parede e os fios de cabelo caíam sobre os olhos, estes que agora possuíam uma coloração avermelhado, um vermelho vivo e chamativo, usava uma camisa com estampas de cavalo e ao seu lado, no chão, tinha chapéu de cowboy.

― Yuta, ei! ― Chamou, balançando-o fracamente.

O japonês soltou um resmungo baixo antes de os olhos, no canto dos lábios havia sangue seco, talvez causado pela briga que haviam descoberto mais cedo.

― Yuta, pelo amor de Deus, você precisa levantar, seu casamento é hoje! ― Haechan falou alto, chutando o pé do mais velho.

― Casamento... ― Murmurou um pouco perdido e então como se finalmente tivesse acordado, levantou-se, fazendo com que suas vistas escurecerem e tudo ao redor rodasse. ― O casamento! Puta merda! Que horas são?

Yuta fechou os olhos ao sentir tudo à sua volta revirar, ele se apoiou na parede e sentiu o estômago embrulhar, um gosto ruim e amargo subiu por sua garganta, tomando seu paladar e Taeil se aproximou para ajudá-lo quando ele se inclinou, colocando tudo o que havia em seu estômago para fora.

― Aw! Que nojo. ― Mark revirou os olhos, dando as costas para sair dali, sentindo seu estômago também embrulhar. 

― Jaehyun, acerte tudo na recepção, os outros comecem a juntar as coisas, não temos muito tempo. ― Johnny falou rapidamente, pegando o celular e discando o número de Taeyong. ― Vou tentar falar com Taeyong.

𝌀

A viagem de volta foi rápida graças ao jatinho particular do pai de Yuta. O garoto havia passado mal a viagem inteira e já podia dizer que não havia mais nada em seu estômago para colocar para fora, devido o horário, teve apenas tempo de tomar uma ducha rápida no hotel, o suficiente para tirar o cheiro horrível que tinha antes, diferente do que pensava, o vermelho em seu cabelo não saiu com água, assim como o verde de Mark. Johnny também havia dado um jeito em seu cabelo, Jungwoo ainda usava as botas, já que não havia encontrado os sapatos, agora prestes a pousarem, as coisas pareciam ainda mais bagunçadas enquanto todos tentavam se trocar dentro daquele avião. 

― Taeyong, como assim... Não! Ela não pode fazer isso, nós estamos pousando, pelo amor de Deus! ― Doyoung falava rápido e alto enquanto tentava, desajeitadamente, passar a outra perna para dentro da calça social. ― Diga à ela que estamos chegando. 

― Eu já disse isso, Doyoung! ― Taeyong exclamou irritado, ainda tentando abrir a porta do quarto em que a irmã estava. ― Ela acha que Yuta desistiu.

― Desistiu? Como assim desistiu? Você não explicou nada à ela?

Yuta levantou rapidamente o olhar para Doyoung, arregalando os olhos e um pouco sem equilíbrio, aproximando-se em passos rápidos, deixando a calça em que vestia jogada de lado, todos encararam Doyoung, um pouco assustados. 

― Como assim desistiu? Taeyeon desistiu do nosso casamento?