— Hum! Vai correr hoje? — perguntou mamãe. Ela parecia outra pessoa... Na verdade, a maioria parecia outra pessoa. Todos transformados pela a alegria, e o maior responsável por isso, era deus.

— Milagre... — murmurou minha irmã bebendo um pouco de café.

— É, decidi que vou correr ao menos por uma horinha.

— Não vai tomar ao menos comer alguma coisa antes?

— Não não, estou bem...

O olhar de meu tio tornou-se distante, mas sabia que estava me avaliando. Sempre observador...

— Bom, vou lá — dei uma mordida e assim voltei em direção a saída da casa.

Antes de correr, alonguei meus braços e pernas. Minha calça Legging preta combinava perfeitamente com meus tênis baixos, roxos, prendi meu cabelo mais uma vez. Suspendi o ziper da blusa de frio e pus os fones de ouvido. Contei até três e assim iniciei minha corrida, tinha objetivo de dar até uma volta na praça próxima ao nosso bairro.

No meio do caminho acabei me lembrando o quão Ângelo e eu gostávamos de fazer isso assim que ele voltava das férias e principalmente nas manhãs em que o dia anterior não havia sido tão bom — mas naquele momento, eu estava usando para expor meu contentamento e realização através da corrida.

Foi engraçado quando estava grávida com os meus sete meses, e eu não podia correr por conta do tamanho da minha barriga e preguiça.

— Vamos lá rapazes! Nada de descansar!

— Pra você é fácil falar! — reclamou meu primo, suas mãos no joelho denunciava o quão estava cansado — Está sentada numa cadeira...

— E é de rodas ainda — acrescentou meu marido.

— Isso não quer dizer nada. Vocês podem descansar da corrida, mas eu não posso descansar tão cedo dessa barriga.

— Hum engraçadinha — brincou meu irmão, sua camisa estava ensopada pelo suor — Quando Oliver não estiver mais aí, e você não mais no resguardo, só espere — ameaçou — Vai correr mais do que nós.

— Vocês tem dois segundos.

— Olha o que você fez! — reclamou Patrick.

— Ah deixa de frescura! Vamos logo — defendeu-se.

— Ah! — gritou.

Os três seguiram na frente, correndo, era divertido me sentir no controle.

Parei um pouco assim que uma sensação ruim me corroeu, respirei fundo olhando para os lados, não havia ninguém... Na volta estava tão imersa em minha mente que gritei assim que mãos fortes me pegaram pelos braços — havia muita razão para gritar...

— Aaron?! O que está fazendo aqui?

— Ué, vim vê como está a minha noiva. Não posso? — me afastei de forma brusca.

— Eu não sou noiva sua coisa nenhuma!

— Ah você é sim! — me senti indefesa próxima ao seu corpo assim que me agarrou trazendo para perto — Você sequer rejeitou meu pedido e apenas pediu dias para pensar...

— Aaron, me solta! Você está me machucando!

— Infelizmente. Eu não tenho paciência. Principalmente tratando-se de uma pessoa como você.

Tentei recuar, mas foi inútil, ele se aproximou mais ainda.

— Me solta seu maldito!

— Olha como fala com seu futuro marido... Esqueceu que o futuro da empresa da sua família está na palma das minhas mãos? — engoli em seco — Você pode muito bem poupar eles de morarem debaixo de uma ponte — meu estômago torceu assim que o toque de seus dedos frios chegarem à pele do meu rosto — E você sabe muito bem disso... — completou sua fala.

A Verdadeira Felicidade | Livro IOnde as histórias ganham vida. Descobre agora