AMARANTH. [Guapoduo]

CAPÍTULO 4

Apesar da certeza de que agora não passava de um prisioneiro nesta ilha, Cellbit não conseguia negar o quão bonita era a vista que tinha através da grande janela de vidro do vagão. Mesmo com a escuridão do lado de fora, a luz da lua o deu a bela visão de lagos, montanhas e construções únicas que fazia questão de perguntar a Roier do que de tratava cada uma delas.

— Porque decidiu construir su casa na planície? — virou a cabeça com calma assim que lançou o questionamento ao mexicano sentado ao seu lado, dando continuidade ao assunto sobre as ilhas que haviam engatado a pouco.

— Hm... Cuando llegué, lo elegí aquí porque era más fácil de construir ya que el suelo era plano, ¿sabes? Pero luego vi que era una buena elección por los monstruos. (Quando eu cheguei, eu escolhi aqui porque era mais fácil para construir já que o solo era plano, sabe? Mas depois vi que era uma boa escolha por causa dos monstros.)

— Monstros? Você diz Cocurucho e aquelas otras cosas?

— No no, Cellbit. ¡Mucho más aterrador!... En apariencia, por supuesto. (Não não, Cellbit. Muito mais assustador!... De aparência, claro.)

Não faltava muito para que chegassem ao ponto aonde teriam que descer, porém, o moreno decidiu que seria melhor explicar logo sobre as criaturas que em algum momento com certeza ele encontraria pela ilha. Sendo assim, abriu seu IGS e selecionou a opção "mapa", encontrando ali uma pequena aba que dizia "criaturas" que mostrava não apenas os seres não hostis de toda a ilha, mas também aqueles que apresentavam perigo.

— Estos son los que llamamos Endermans! Son súper altos y fuertes, pero mientras no los mires, está bien. (Esses são o que nós chamamos de Endermans! Eles são super altos e fortes, mas desde que você não encare eles, é tranquilo.)

Se aproximou do loiro até que seus ombros se encostassem, facilitando assim que ele conseguisse ver a interface de seu IGS e por consequência o perfil aberto da então criatura. Os Endermans possuíam corpo humanoide, porém com pernas e braços extremamente longos, uma aparência digna de filmes de terror. Os olhos destes também brilhavam em roxo e seu corpo era inteiro preto e opaco, o que tornava fácil o distinguir das outras coisas que haviam nesta ilha de aparência semelhante.

Roier não demonstraria e sequer falaria sobre isto, mas se sentia inquieto em apresentar as criaturas a Cellbit. Não sabia como ele iria agir sabendo que, como se não bastasse, ainda teria que lidar com esses monstros nessa ilha desconhecida.
Já viu outros moradores terem reações horríveis por tal, porém não sabia como tornar essa notícia menos pesada.

Sendo assim, mesmo depois que terminou de falar, por alguns segundos continuou olhando para a pequena tela brilhante em sua frente, desejando criar a coragem de virar seu rosto e ver a expressão que o brasileiro estava fazendo.

— Isso é... incrível!

No instante que a voz do loiro ecoou, Roier rapidamente virou a cabeça para o encarar com o rosto contorcido em uma mistura de indignação e surpresa. Já Cellbit, não sorria, mas estava claramente animado.
Nunca tinha visto uma criatura daquelas.

— !¿Qué clase de reacción es esa, pendejo?! (Que tipo de reação é essa?!)

— Que?! Porque?!

— ¡Parecías más asustado al ver a Bobby que al Enderman! (Você pareceu mais assustado vendo o Bobby do que o Enderman!)

— Eu não fiquei assustado vendo o Booby!

Os dois se encaravam com os olhos levemente arregalados e falavam alto em um tom até mesmo mais alto, deixando claro a indignação de cada.

Cellbit estava curioso para saber mais não apenas sobre o então Enderman, mas também ver quais outras criaturas poderia encontrar pela ilha. Mal podia esperar para pesquisar mais sobre cada uma e talvez até mesmo as catalogar.