De agora em diante parceiros

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Mesmo atordoado e meio zonzo, o Homem-Aranha encontra-se caído no chão, tentando recuperar a consciência após receber o impacto avassalador do murro desferido pelo bandido. O banco estava mergulhado na escuridão, tornando impossível para o Aranha discernir claramente a identidade de seu adversário. No entanto, à medida que algumas luzes intermitentes do banco piscam incessantemente, o herói consegue vislumbrar brevemente os contornos e as cores do traje do bandido, permitindo-lhe formar uma vaga noção do estilo da vestimenta.

— E então? não vai fazer nada? — perguntou o bandido cheio de marra. 

Apesar da desorientação e da dor, o Aranha tenta se erguer, mas, surpreendentemente, começa a rir. Seu riso ressoa pelo ambiente escuro, ecoando de maneira estranha, fazendo o bandido rival estranhar a situação. A visão de sua contraparte usando um traje que parece mais um traje de festa na peixaria do que o de um vilão faz o herói, em meio à adversidade, encontrar um momento de leveza e ironia na situação.

O bandido olhou para os dois comparsas que não entendiam absolutamente nada daquela situação embaraçosa. 

— Tá fazendo o que!? — o bandido parecia indignado com aquela atitude. 

— EU TÔ RINDO DE VOCÊ! — O Aranha se levanta aos poucos e tenta recuperar o fôlego daquele humor duvidoso que ele tinha.  — Que traje é esse, cara!? Vai pescar no rio Hudson?

Enquanto tenta conter suas risadas, o Homem-Aranha, ainda caído, observa seu oponente se aproximando, tentando entender a reação inesperada do herói diante do traje excêntrico.

— QUE INSOLÊNCIA!! É MEU TRAJE DE VILÃO!! EU VOU TE PEGAR, ISSO NÃO VAI FICAR ASSIM!!

O Aranha, jazia atordoado no chão, respirando com dificuldade, seu traje esfarrapado e manchado. O indivíduo sinistro que empunhava as duas manoplas metálicas, cada uma emitindo pulsos vibrantes de choque. As faíscas ainda dançavam no ar, testemunhas do confronto feroz que acabara de ocorrer. 

— E eu achava que seria mais difícil. — Zombou o bandido. — Mas você é uma piada mesmo. 

Com a visão turva e o zumbido constante nos ouvidos, Peter mantinha os olhos semiabertos, fingindo estar desacordado, esperando o momento perfeito para reagir. O antagonista, confiante em sua vitória, se aproximou lentamente. 

— Eu queria dizer que é uma honra te colocar no chão mais de uma vez. 

Em um movimento surpreendente, o Aranha, com reflexos precisos, lançou-se para cima, apoiando-se nos braços, dando duas pernadas rápidas em direção ao rosto do vilão. O som nítido do impacto ecoou pelo banco, interrompendo momentaneamente o arco dos movimentos do inimigo, que cambaleou para trás, atordoado.

— E é uma honra fazer você sentir o cheiro do meu chulé. — Ironizou o herói. 

A expressão de surpresa estampada no rosto mascarado do Homem-Aranha contrastava com a determinação focada em seus olhos. Ele aproveitou o breve momento de vantagem para se recompor, analisando rapidamente a situação e se preparando para o próximo movimento, enquanto o adversário tentava recuperar o equilíbrio e a compostura, deixando no ar a tensão palpável. 

— COMO SE ATREVE!? — escandalizou o sujeito. 

— Como me atrevo a que? — O Aranha parecia estar curtindo e se levando pelo momento. — Meus pés estão fedendo tanto assim? Olha que hoje nem tive aula de ginástica, quer saber de uma coisa? 

O bandido nem queria ouvir conversar, foi pra cima do herói desferindo socos pesados mas o Aranha era esguio, conseguia se desviar de cada soco. 

— A gente nunca se falou né!? — O Homem-Aranha, aparentemente, estava em uma situação peculiar. Diante dele, um bandido desajeitado, com um olhar furioso e socos descoordenados, tentava acertá-lo, mas parecia mais um dançarino desengonçado do que um criminoso determinado.

O MARAVILHOSO HOMEM-ARANHA Onde histórias criam vida. Descubra agora