Capítulo XX

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CAPÍTULO XX


- Bom dia.

- Dia. - murmurei, ainda sem reação pelo que vi no seu aparelho. Senti seus lábios roçarem minha pele, seus braços me moldaram e guiaram apertado contra seu corpo. Ele já estava excitado. E eu também. Honestamente, por vezes odiava as minhas reações involuntárias a Romano. Para mim, era intolerável e insustentável estar chateada com ele, mas ter consciência de meu corpo desolado e sedento por um contato mais íntimo.

- Sinto muito sobre o telefonema. - sua voz estava áspera e baixa, sua mão desceu até meu quadril e deslizou sob minha camisola, indo aos poucos para a minha virilha.

- Quem era?

- Ninguém importante. - ele me acariciou sob o fino tecido.

- Ninguém importante que foi relevante o suficiente para nos interromper?

- Ninguém importante se comparado ao momento de agora. Foi um erro ter atendido, não seria capaz de cometê-lo outra vez.

Suspirei quando seus dedos me manusearam. Com seus dentes ele desceu a alça da camisola e mordiscou meu ombro.

- Espero que não tenha problemas quanto a se atrasar um pouco para o trabalho, pois não sairá dessa casa sem nos saciarmos.

Mordi o lábio inferior para evitar um gemido e pus toda minha força de vontade para pular fora da cama.

- O que foi?

- Preciso beber água. - por sorte meu telefone tocou no mesmo instante. - E atender a ligação.

Saí do quarto rapidamente desprezando o olhar parcialmente incrédulo dele. Na sala, atendi a ligação e segui para a cozinha.

- Clarinha, bom dia. Há quanto tempo!

- Patrício, como você está? - perguntei, ainda um tanto surpresa por seu telefonema.

- Muito melhor agora ouvindo sua voz. E você?

- Estou bem.

- Passei ontem à noite na frente da nossa antiga casa e me lembrei de você.

- Depois de todo esse tempo, apenas a casa te fez recordar de mim? - sabia que pela minha voz eu parecia corresponder ao flerte dele, só que não fiz esforço para conter porque estava chateada com o Enzo, que havia entrado na cozinha no exato momento.

- Você sabe que não. É só que ontem foi diferente a sensação, sabe? Eu fui dormir pensando em você. Relembrando as coisas boas que passamos juntos.

Não soube o que falar. E seu dito me fez frear de vez a ideia de provocar Enzo. Eu não podia brincar com os sentimentos de Patrício.

- Eu sinto muito. - falei e olhei para Enzo, que havia sentado na cadeira ao redor da mesa e me observava seriamente.

- Eu também sinto muito. Quero te pedir perdão por todo erro que cometi, por todas as vezes que te magoei.

Caminhei até a geladeira, fugindo do olhar de Enzo.

- Por que está me dizendo tudo isso de novo? Você já me pediu perdão aquela vez.

- Porque também recordei dos momentos ruins e percebi o quanto estive em falta com você. Muitas vezes. Você disse que eu podia ter sua amizade, então por ela lhe faço esse convite para passarmos o sábado juntos.

- Sábado ficarei com a Anna. Ela está com o braço machucado e precisa de mim, desculpa.

- Tudo bem. O que ocorreu com ela?

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