Sweet Temptation

𝑭𝒂𝒓𝒆𝒘𝒆𝒍𝒍, 𝑵𝒆𝒗𝒆𝒓𝒍𝒂𝒏𝒅

Olá, bem-vindos a mais um capítulo de Sweet Temptation. Antes de começar, gostaria de deixar aqui um aviso de que PODE CONTER GATILHOS. Boa leitura!

...

"Esse lugar é... cura."

"Aquilo que você viu no céu não é o que parece."

Localizada bem no centro da grande cidade de Antares, havia a escola de dança mais requisitada de todo o país. Alunos vinham de todos os lados do mundo para aprender e aperfeiçoarem-se na arte. A escola era uma das mais premiadas e boa parte de seus alunos alcançavam o sucesso. Todos que tinham o mínimo apreço pela arte, mesmo que não fosse seu sonho de vida, almejavam entrar em tal escola, apenas para ter a experiência incrível que diziam se ter ali. Mas, bem... nem tudo são flores. Havia um garoto, tão jovem e cheio de sonhos, ingênuo, que se sentia perdido. A cada passo de dança, que antes o fazia sentir-se livre a ponto de flutuar nos céus e alcançar a estrelas mais distante, agora via seu sonho morrendo aos poucos como uma bela flor bruscamente arrancada de seu galho. Choi Yeonjun sempre amou dançar, mas agora, queria gritar para o mundo o quanto estava cansado. A dança não era mais a mesma. Não era mais sua libertação, era sua prisão.

Desde muito pequeno, fora incentivado pela mãe. Adorava vê-la dançar para si e sua irmãzinha. E sentia-se inspirado. Pretendia seguir os passos da mãe. Queria fazê-la orgulhar-se de si. E desejou ainda mais quando soube do motivo para que ela não praticasse mais. A bela mulher, ainda em sua juventude, era uma dançarina em ascensão. Mas devido à um trágico acidente, onde fora atropelada ao sair de sua primeira grande apresentação, resultando em danos sérios na perna que impossibilitaram certos movimentos, infelizmente fora forçada a deixar seu sonho. Simplesmente desistiu. E não tocou no assunto por anos... Até o nascimento de Yeonjun.

Começou como um hobby, mas logo tornou-se uma paixão. No momento em que fechava os olhos, mesmo que não houvesse música, mesmo que o mudo estivesse desabando sobre sua cabeça, Yeonjun movia seu corpo como se fosse sua maior fonte de energia, como se sua vida dependesse daquilo. Sentia-se a poucos centímetros de tocar o paraíso. Amava sua dança. Amava mais que tudo. E não demorou até que conseguisse entrar na escola mais requisitada, e ali viu que as coisas não eram tão fáceis quanto imaginava. Mas estava tudo bem, faria seu melhor. Daria seu melhor, pois amava o que fazia. Seu corpo muitas vezes voltava para casa quase sem energias, sem contar as vezes em que se machucara e até torcera os dedos. Mas ainda assim, estava tudo bem.

Em sua primeira apresentação, seus pais estavam lá torcendo por si. Não cometeu qualquer erro apesar do nervosismo. Foi apenas a música soar que seus pés criaram vida e o guiaram naquele palco. Foi perfeito. Seus professores e colegas eram só elogios, e até mesmo sentia-se um tanto tímido com toda a atenção. Mas estava verdadeiramente feliz.

Naquela noite, voltava para casa realizado. Aquela pequena apresentação fora para si uma provação de que estava no caminho certo. E durante o trajeto, sua irmã insistiu com o pai que parassem em uma floricultura para presentear o irmão. Eunchae, a garotinha de apenas 9 anos, era um grude no mais velho, e sempre o olhava com admiração. E seu pai, comovido pela pequena, fez o que foi pedido. E Yeonjun quase não conseguiu impedir as lágrimas ao segurar as flores que sua própria irmã havia escolhido. Estava tudo perfeito. Bem... quase tudo. Pois no meio daquele momento tão familiar, reparou como sua mãe parecia distante. Calada, quieta, e mal o olhava. Pensou que essa poderia apenas estar cansada. Mas mal sabia o inferno que as coisas se tornariam a partir dali.

"Parece preguiçoso."

"Faça de novo."

"Tão desleixado..."