O RECOMEÇO

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    Elena acorda em sua cama ao amanhecer e se sente estranha ao olhar para sua janela. a janela transparente, onde a luz do sol bate e reflete em seus olhos castanhos como o mel. ela sente a sensação de que está esquecendo alguma coisa, mas logo esquece, pois se lembra que é seu primeiro dia de aula. Elena levanta se veste e enquanto desce as escadas se vê pensando em seus pais. faz 2 meses desde que morreram, mas ela continua aflita e bastante sensível ao pensar ou falar neles. ela pega alguns biscoitos para comer, quando escuta um barulho vindo do armazém ela se aproxima, afim de saber a origem do barulho, quando sua tia Jenna do nada surge de trás das caixas velhas.

- MDS JENNA! quase que você me mata de susto. oq veio fazer aqui tão cedo?

- ai me desculpa Elena, n queria te assustar, só estava vendo coisas velhas para doar.

- essas caixas, elas são do passado dos meus pais, eu não quero doar.

- tudo bem então, não quero te forçar a nada, ate porque cheguei aqui a pouco tempo né. Jeremy ja esta pronto pra aula?

- pode se sentir a vontade tia, você já é da família, e com o tempo vamos nos conhecendo melhor. Jeremy saiu mais cedo hoje. ele disse que tinha um compromisso antes de ir pra escola, so não sei qual era.

- tudo bem então. eu vou no mercado fazer umas compras e tals, quer uma carona?

- pode ser. so vou pegar minha bolsa lá encima.

    No meio do caminho para escola, elena não podia parar de pensar sobre como as pessoas vão reagir a essa volta pra escola depois de praticamente 2 meses. o que vão pensar? oq vão fazer? e pior, o que mais vão espalhar por aí? Pelo menos ela tinha duas amigas que dariam apoio a ela. ao chegar na escola todos os olhares se voltam para elena, mas ela segue em frente e tenta evitar contato visual, afim de não ter outra crise de ansiedade. ela se pergunta como Jeremy está tão disposto assim pra se levantar as 4 da madrugada e sair atras de aventura. tipo, nossos pais morreram, e parece que ele nem se importa, ou ele só ta tentando esconder seus sentimentos do resto do mundo e fingir que está tudo bem, assim como eu. enquanto elena passava pelos corredores perdida em seus pensamentos ela esbarra num garoto e derruba seus livros no chão.

- ah, me desculpe, eu não te vi passando.

- ah, de boa, eu que estava distraída. -diz ela envergonhada.

Eles se abaixam para pegar os livros e quando se levantam o garoto diz;

- meu nome é Stefan, sou novo por aqui. e você? nova também é?

- eu sou elena, e não, estou aqui já faz um tempo.

- serio? nunca te vi pelos corredores. olha que já estou aqui faz 1 semana. e com certeza não me esqueceria se tivesse visto você por aí. -ele mostra um sorriso de canto.

- estou voltando agora por causa de alguns problemas familiares.

- então tá Elena, te vejo por aí.

Chegando em seu armário, encontra Bonnie e Caroline conversando. ela tenta evitar as duas por estar com medo de não reagirem bem a ela ter ignorado todas as ligações e mensagens durante esses 2 meses.

- ELENA! É  ELA BONNIE, A ELENA VOLTOU!

Nossa, que bom que meus pensamentos estavam enganados.

- sim Caroline, eu vi, mas também não precisa estourar meus tímpanos.

- ah, você sabe que eu não posso evitar. -ela ri.

- oi meninas, desculpa por não ter retornados suas ligações, é queee, eu estava querendo ficar sozinha por um tempo.

- a gente te entende elena, perder os pais não é uma experiencia muito fácil. estranho seria se no próximo dia você já estivesse toda feliz na escola. eu e Caroline estamos aqui para o que precisar, você sabe né? 

- claro que sei. -ela sorri e abraça as duas.

Depois da aula, quando saia da escola para ir embora, ela vê Jeremy entrando na floresta com uma garota e uns outros caras e decide segui-lo para ver o que ele anda fazendo depois da aula. chegando lá ela experimenta um mix de emoções quando vê seu irmão bebendo e usando drogas, em um colchão todo empoeirado e cheio de manchas. ela se levanta atras da moita e sai em direção de seu irmão.

- JEREMY! ONDE VOCE TA COM A CABEÇA? PQ TA AQUI, SE DROGANDO COM ESSA GENTE DESCONHECIDA?

- ELENA! - diz ele assustado. -aqui não. 

- aqui sim Jeremy!  todos esses dias! você vinha aqui, e eu pensando que VOCÊ pelo menos tinha achado um jeito de superar nossos pais, se for possível, mas não, so tá se afundando em um caminho sem volta.

- tá, mas o que você tem a ver com isso??? as primeiras semanas foram as mais difíceis pra mim. tia Jenna era nova, não me sentia a vontade perto dela. então pensei em ir falar com você, mas sempre achava um jeito de desviar a conversa, me evitar e voltar pro seu travesseiro encharcado de lágrimas. eu precisava de você, eu tentei não seguir esse caminho, mas foi o único. o único que me restou. foi você que não me deu escolha. então não venha criticar e dizer o que eu tenho ou não de fazer, porque quando eu mais precisei você não estava lá.

- Jeremy, as primeiras semanas também foram as mais difíceis pra mim, você não faz ideia-          - elena e interrompida por seu irmão.

- CHEGA! você insiste em fazer o mundo girar ao seu redor né, nunca liga para os outros! todas as vezes que alguém fala dos próprios problemas, você sempre acha um jeito pra tudo aquilo ser sobre você. e eu não quero mais ficar perdendo meu tempo com uma discussão que não vai levar a nada. então vai embora, antes que tudo isso piore.

- Jeremy, eu-

- VAI EMBORA!

Elena se vira e vai. enquanto caminha para ir para casa ela decide parar para refrescar a cabeça e escrever tudo sobre o seu dia cansativo em seu diário. era um lugar novo, mas macabro, e ela não dava a mínima. só queria se afastar de todos naquele momento. e o cemitério parecia o lugar ideal. enquanto começava a escrever, a culpa de não ter ajudado Jeremy quando ele precisou a consumia, ela estava tão presa em seus próprios sentimentos que se esqueceu de seu irmão, e ela se culpa por isso. mas naquele momento ela só precisava de uma coisa, chorar. enquanto suas lágrimas caíam nas páginas de seu diário, uma neblina começa a surgir do nada, suas emoções mudam rapidamente de culpa pra medo. ela não conseguia ver nada, estava tudo tão embaçado e ela sentia calafrios no corpo todo. e de repente surge um forte vento e uma luz amedrontadora, mas ao msm tempo acolhedora que a chamava pra dentro. ela nem teve tempo de conseguir distinguir o que era aquilo, por quê no momento em que tenta chegar mais perto aquilo se fecha rapidamente e tudo volta ao normal, como se nada tivesse acontecido. só ela e os mortos. ela se sente observada e prefere ir pra casa. pelo menos lá  ela estava mais segura. ao chegar recusou o jantar e foi direto pra cama. esse foi um dia longo, precisava de descanso físico e mental pra suportar o dia de amanha. 


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