31. Uma Rainha Amarga

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Aquela conversa com Kim havia sido um total desastre. Khun não entendia por que seu irmão mais novo tinha se rebelado assim. Ele sempre fora um ser tão obediente, amigável, e agora, por causa de uma alma gêmea, ele tinha renunciado sua própria vida família.

- Por quê? Um mero humano. Eu não entendo.

" Ó pobre criança. Se continuar com esse ressentimento enraizado em seu coração, nunca poderá ser feliz."

- Lady Magic, perdoe-me mas eu não entendo isso. Achei que a senhora era um ser justo, que desse honras a quem merecia, não a mero mortais que não sabem de nada do nosso mundo.

" Se você parar de olhar para a aparência dos seres, se concentrar em seus corações e no potencial de cada um, irá perceber que aquele mortal é alguém que merece muito mais. Ele também não sabe disso, mas logo saberá...
E quanto a você, se eu não abençoei aquela criatura como sua alma gêmea há milênios atrás, era porque vocês dois não eram compatíveis. Ele encontrou finalmente a alma gêmea dele, e você poderia talvez encontrar a sua se talvez se permitisse viver de verdade. "

- Eu vivo minha vida cuidando do reino.

"... e julgando os outros reinos como sendo inferiores e impróprios. Khun, eu vou te dar um conselho, e será só isso. Você quem deve decidir o que fazer com isso: Observe seu irmão no Reino dos mortais por alguns dias. Veja se ele está feliz ou não e depois você pode viver sua vida, ou continuar com essa amargura em seu coração."

- Ele não me considera mais família. Ele abdicou. - A voz da Rainha saiu entrecortada, triste com o que seu irmão havia feito.

" Essa parte eu cuidarei pessoalmente com ele. Não se preocupe que ele terá seu próprio sermão."

E assim como a voz da Matriarca apareceu repentinamente, também se foi, e Khun sabia que ela tinha razão, mesmo não querendo dar o braço a torcer.

- PingPing! PingPing!

- Sim rainha.

- Vá ao reino dos humanos. Arrume acomodações simples para uma pessoa, por pelo menos uma semana. Irei em uma missão especial. Não quero que ninguém saiba, entendeu?

- Mas senhora, sem guardas nem seguranças?

- Sim, sem nada. Só eu. Sei me virar.. Ande depressa... partirei ainda hoje e você ficará responsável pelas coisas até meu retorno. Quero relatório diários dos assuntos mais relevantes.

- Majestade....

- Ande.... Rápido.

PingPing tratou de se apressar e ir ao mundo dos humanos ajeitar tudo o que a rainha havia pedido ainda sem entender o motivo.

Enquanto isso, Khun revirava seu "pequeno" e majestoso closet à procura de roupas que poderiam ser usadas em solo terrestre e se misturar com os humanos. Porém, sabemos que o gosto nada convencional de nossa rainha, não permitiria ela ter sequer uma peça simples que fosse de roupa. Depois de perceber isso, bufou de frustração, escolhendo pelo menos algo menos chamativo, fazendo uma anotação mental de ir às compras assim que chegasse à cidade.

Khun Theerapanyakul, rainha das fadas há alguns bons milênios, filho mais velho dos Reis Theerapanyakul e irmão mais velho de Kimhan. Sua idade era irrelevante no mundo dos humanos, mas beirava cerca de 5000 anos. Sua aparência poderia ser comparada à de um jovem de 28/30 anos. Khun sempre foi muito belo e sorridente. Seus belos olhos azuis quase transparentes eram seu "cartão de visita", e combinavam muito bem com seus cabelos platinados.
Desde pequeno era muito mimado pelos pais. Cresceu cercado de amor e carinho e sempre foi um bom filho. Viveu como filho único por cerca de quase 3000 anos antes de finalmente seus pais conceberem Kimhan, que foi adorado e cuidado por Khun desde o nascimento.

No Reino das fadas não havia distinção sobre o feminino ou masculino. Todos eram os dois. A única diferença era que algumas famílias nasciam com um útero, e portanto, poderiam gerar filhos, e outros não. Em questão de aparência, todos tinham uma aparência masculina, com exceção de alguns traços mais femininos. No caso de Khun, ele era exatamente de uma dessas famílias, e sonhava um dia poder ter alguém com quem se casar e ter filhos.
Mas isso havia ficado no passado há muito tempo. Desde quando Lady Magic rejeitou seu escolhido como alma gêmea. Na época, seus pais ainda eram vivos e concordaram veementemente com a decisão da Matriarca.

Khun sempre fora um filho perfeito, mas quando ele se apaixonou pelo então ainda arcanjo de nome Sumettikul, tudo mudou. Ele tinha livre acesso ao reino celestial, e sempre ia conversar com Sumettikul, que também apreciava sua companhia, mas não tinha sentimentos tão profundos como o de Khun.

Tudo desandou após a morte dos pais de Khun e ele se tornou a Rainha das fadas, cheio de responsabilidades e decisões a tomar. Ele queria se casar com Sumettikul a todo custo, e ninguém tirava de sua mente que o arcanjo era seu destinado.

Pouco tempo depois, Sumettikul foi expulso dos céus, mas Khun não desistiu dele, e começaram a ter um "caso". Para nosso agora demônio Vegas, era apenas um passatempo. Ele não tinha mais nenhum sentimento, nem bom nem ruim. Seu coração havia sumido, como se tivesse sido arrancado. Ele não se importava com nada nem ninguém, muito menos com os sentimentos de Khun, e não se sentia um pingo culpado por ter tantos quanto queria em sua cama além da rainha. Khun até tentou lidar com isso de maneira "adulta", conversando com o demônio, mas para sua infelicidade, a resposta que recebeu foi que ela era apenas mais uma das criaturas em sua cama. Nada mais. Sumettikul deixou bem claro que não sentia nada de especial pela Rainha e conseguiu destruir o coração apaixonado de Khun em tantos pedaços que nunca fora possível juntar os cacos.

Até agora......

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⏰ Última atualização: Jul 25, 2023 ⏰

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