INDECISÃO

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Quando Tay chegou ao local combinado, Macau já o aguardava. O restaurante era simples e acolhedor, localizado em frente à praia e, por ser um dia de semana, estava tranquilamente vazio.

— Demorei, mas cheguei — disse Tay, enquanto se acomodava na cadeira em frente a Macau.
— Ainda bem — respondeu Macau, com um sorriso amigável. — Vamos pedir?

Durante o jantar, conversaram sobre a vida, os planos e as recentes mudanças. No entanto, havia um assunto inescapável pairando no ar.

— Macau... Você me beijou — disse Tay, quebrando o silêncio.
— Beijei — confirmou Macau, com um olhar determinado.
— E... até então, eu não sabia que você se interessava por homens.
— Nem eu sabia, Tay.

— Macau, por mais que eu esteja confortável com minha sexualidade, não quero ser cobaia de um heterossexual curioso.
— Quem disse que você seria? O fato de eu estar descobrindo o que me atrai não significa que vou brincar com seus sentimentos, Tay.

— E o que você espera de mim?
— Que me ensine a ser o melhor para você.
— Talvez eu possa fazer isso.

Macau iniciou o beijo, e Tay retribuiu, mas logo se afastou.
— Vamos para minha casa? — sugeriu Macau.

Ao entrarem, o beijo recomeçou. Tay estava deixando Macau tomar a iniciativa, precisava saber até onde ele estava disposto a ir.

O beijo na boca se transformou em beijos pelo pescoço e ombros, até que Tay se viu completamente entregue, estimulado pela ereção do mais novo e pelo beijo ardente.

Ele se afastou, mesmo sem querer.
— Macau... Precisamos ir com calma.
— Não consigo. Desde a primeira vez que te vi, acho que me tornei obcecado por você.
— Vou levar isso como um elogio — disse Tay, com um sorriso malicioso.

Se recompôs e continuou sentado no colo do mais novo, dessa vez apenas fazendo carinho.

— Não acha que estamos indo rápido demais?
— Passei cinco anos namorando, Tay, para perceber que não era isso que eu queria. Por que tenho que esperar se eu quero você?

— Boa colocação. Mas vamos mais devagar. Se eu te deixar, vamos acabar transando aqui mesmo. E isso não é certo.

— Entendi — disse Macau, dando o último beijo no pescoço de Tay. — Já estou indo. Mas vou voltar.
****

O restante da semana foi perfeito. Macau estava mais solto e Tay cada dia mais apaixonado.

A descoberta e aceitação da sexualidade não são processos tão lineares e simples quanto os livros podem sugerir. E para complicar ainda mais, havia a questão da idade. Tay, um homem vivido, encontrava-se em território desconhecido, começando a experimentar uma sensação que nunca havia sentido antes: insegurança.

E o mais crucial de tudo, Macau ainda não havia mencionado nada sobre o relacionamento deles para Vegas. Que tipo de relação era essa que não podia ser compartilhada com o irmão? Essa omissão apenas acentuava as dúvidas e incertezas de Tay.

Depois de um dia de trabalho, Pete o convidou para sair. Ele nem pensou duas vezes. Estava precisando pensar um pouco por si só.

Só que não calcularam direito a rota e foram parar de cara com Macau e o irmão. Na verdade, Tay nem chegou a comunicá-lo dos planos, já que ele escorregava mais dele do que quiabo quando o assunto era sair como casal em público.

Enquanto Tay e Pete estavam curtindo as músicas, os sons e fofocando, Macau estava de olho neles, sem se aproximar.

Quando se encontraram, Tay já estava um pouco alterado. E Pete também.

— Vish, acho que vi uma assombração. Ah, é só o chato do Vegas.
— Boa noite, Pete. E amigo do Pete.
Pete, já sem noção das coisas, rebateu:

— Amigo do Pete? Macau, conta pra ele quem é esse amigo do Pete.

Por um lado, Tay se encheu de alegria. Era só ele falar.

Mas ele não disse nada. Tay viu o desespero no olhar dele. Resolveu tirar dessa situação constrangedora.
—Nao liga Vegas, Pete já está bêbado. Sou realmente só amigo de Pete. Tinha me esquecido disso.

Depois disso, Enquanto chamava o táxi,Pete saiu para ir ao banheiro. E quando Tay menos esperou veio o golpe de misericórdia...a Mya sentou ao lado.

—Tadinho do Tay. Se deu conta que nunca vai ser assumido. Mas também Tay, você um homem maduro caiu no conto do vigário. No caso de Macau, do hetero excitado né.
Macau está confuso. Deixe ele livre. Deixe ele pensar. Está nítido que ele só está animado com o novo. -levantou faceira-me deixe ir pois ao contrário de você, conhecido todos daquele pessoal ali, afinal sempre fui apresentada como namorada e não apenas uma marmita.

O que Tay poderia fazer? Brigar? Ela estava certa. Ela apenas verbalizou o que estava óbvio.
Entrou no táxi,nem esperou o Pete.
No caminho mandou uma mensagem avisado.
Tirou toda a roupa e deitou na cama e chorou.
Estava na hora da fanfic acabar.
Ele só não esperava que fosse tão rápido.
*****

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DONO DO MEU DESEJO -TAY E MACAUWhere stories live. Discover now