10. Provocações

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Eu lhe disse que não me sentiria mais envergonhado por suas provocações, que havia sido a surpresa que me deixara desnorteado. Então entramos em um joguinho de provocações.


Mas a cada dia, Minho elevava o nível, me pegando de surpresa todas as vezes e assim se gabando de sua pontuação.


Saí de meus pensamentos quando senti as mãos dele passearem por meu corpo e eu não consegui conter um gemido.


Senti o cheiro de seu perfume e cravei minhas unhas curtas em seus ombros, tentando me lembrar o porquê àquele cheiro me parecia familiar.


- Não demora! - Apertou minha coxa com força antes de deixar um beijo rápido em meu pescoço e se afastar.


- Espera, onde está indo? - Perguntei ofegante.


- Vou te esperar na sala. - Riu fraco e piscou. - Não demora. Eu também tenho que tomar banho, você não é o único morador desse apartamento. - Bufei audível e saí do box, o empurrando para fora.


- Então vai logo! - Murmurei irritado e fechei a porta com força. - Idiota! Provocador de merda! - Resmunguei enquanto caminhava de volta para o box, grunhindo ao esquecer de abrir o registro da água quente.


...


- Estou pronto! - Minho sorriu grande ao entrar na sala e deu uma voltinha.


- E ainda reclamou de mim. Faz vinte minutos que estou esperando. - Cruzei os braços acima do peito.


- Meu pai vai te adorar. - O olhei sem entender. - Você é um chato que nem ele. - Revirei os olhos.


- Eu preciso da minha própria chave, e preciso também que me leve até a casa dos meus pais. - Minho parou bruscamente e me encarou.


- Por que? Pensei que eles tinham te expulsado. - Franziu o cenho. - E eu não vou nem comentar em como você ficou abusado em apenas um mês. - Riu.


- Eu quero pegar todas as minhas coisas. Não dá para ficar usando suas roupas, são confortáveis, eu confesso, mas são muito... Lee Minho.


- E acha que eles vão te deixar entrar?


- Não sei, mas não custa tentar.


- Não seria mais fácil comprar roupas novas?


- Eu não tenho dinheiro, Minho. Nem sei se vou ser contratado, você sabe que eu não tenho muita experiência. - Suspirei frustrado.


- Não tem problema, eu compro para você.


- Nada disso! Já me trouxe para dentro do seu apartamento, me alimentou e agora quer me vestir?


- Você fez isso sozinho hoje. - Zombou.


- Você entendeu muito bem o que eu quis dizer. - Acusei apontando um dedo para seu rosto. - Eu não posso deixar que pague tudo para mim. Você não é nada meu e mesmo que fosse, eu iria odiar ter que depender de você.


- Isso é temporário, está bem? Meu pai faz questão de depositar dinheiro para mim, mesmo eu recusando até o fim. Eu não gasto comigo e é uma conta bem extensa. Acredite, não vai me fazer falta e ele não vai aceitar de volta. Parte do dinheiro eu transfiro para o orfanato, então é, está tudo bem. - Disse como se não fosse importante.


- Mesmo assim, eu tenho que arranjar um emprego e um lugar para morar.


- Você já tem um lugar para morar, Jisung, e é aqui comigo, você não precisa ter essa pressa toda. Somos amigos, somos a companhia um do outro, somos parceiros, estamos vivendo o sonho de todas as amizades do mundo. - Riu divertido e apertou minhas bochechas. - Você só está morando comigo a mais ou menos um mês e já quer se livrar de mim? Por que a pressa?


- Claro que não, Min. - Corei com a proximidade. - Mas e se você se cansar de mim? E se nós brigarmos? E se eu fizer algo que te deixe chateado? Vou ter que morar na rua de novo? Nada disso! E também, eu não quero atrapalhar a sua vida com outras pessoas.


- Isso não vai acontecer e se acontecer, eu não vou te mandar embora. - Franziu o cenho por alguns segundos e segurou minhas duas mãos. - Eu estou te incomodando?


- O que? Não, Min! Eu só... Vou me sentir mal de continuar aqui. Não quero que se zangue por nenhum motivo e... Eu preciso ter responsabilidade. Fico pensando que se algo te chatear...


- Nada vai me chatear. Você continua repetindo isso como se eu fosse me zangar e não ter coragem de te expulsar. - Bufou audível. - Eu te ajudei porque eu quis e não vou me arrepender. Você precisa de ajuda e eu também preciso, é uma troca de favores. E também... É o que amigos fazem, não é?


- Você mesmo disse que tem uma conta extensa, então tecnicamente, você não precisa de alguém para dividir as despesas.


- Mas eu não quero ficar sozinho, e gosto da sua companhia. - Suspirou derrotado e eu arregalei os olhos com a confissão repentina. - M-Mas não é só por causa disso. Eu quero poder não depender do dinheiro do meu pai. Quero transferir tudo para o orfanato e poder dizer que não uso o dinheiro dele para nada mais. Meu pai não é uma pessoa horrível mas... Também não é a minha pessoa favorita. Não vou conseguir sozinho e tenho certa pressa. Não quero que ele ache que tem poder sobre minha vida. Você também precisa de ajuda, estamos no mesmo barco.


- Mas eu tenho sido uma despesa...


- Isso não muda o fato de que eu quero sua companhia, Jisung. Com o tempo, conseguiremos entrar em uma sintonia sem precisar nos preocupar com quem está fazendo um favor para quem. - Bufou e formou um biquinho nos lábios. - Eu já me acostumei com o seu jeito chato e mandão de ser, estou até comendo melhor. Viu? Vantagem de ter um Jisung no apartamento. - Riu fraco.


- Vai acabar se arrependendo. Você não sabe nada sobre mim, Minho.


- Eu estudei no mesmo colégio que você. Você mencionou o nome e eu consegui me lembrar de você. Fora todas as outras coisas que conversamos e bem... - Arregalei os olhos e dei um passo para trás.


- Já me conhecia?


- Éramos crianças. Lembro de um garoto com bochechas fofas e um ódio declarado por amendoins. Eu o chamava de Hannie. Foi uma surpresa boa. Por isso te ofereci amendoins na semana passada, eu queria ter certeza. Você deu a mesma resposta que àquele garoto. - Ele riu sem graça e eu arregalei os olhos. - Não é uma grande coincidência, Hannie? É engraçado como nossas vidas se cruzaram duas vezes. Ei... É um tique nervoso? Por que você está arregalando os olhos toda hora?


- É porque quanto mais conversamos mais descubro coisas bizarras. Eu não me lembro de ter um amigo chamado Minho na infância. Você é algum tipo de stalker sinistro? - Empinei o nariz e ele revirou os olhos.


- Porque você nunca me chamou pelo nome, sempre me chamava de miau miau. - Bufou e voltou a sorrir grande. - Tanto faz, okay? Não sei muita coisa sobre você mas não me impede de te conhecer melhor. O destino nos uniu outra vez!


- Se eu for embora daqui... Impede. - Tentei me fazer de difícil outra vez, vendo um sorriso se abrir em seus lábios.


- Nem assim. - Balançou a cabeça de um lado para o outro e se aproximou. - Tenho certeza que o destino vai nos juntar quantas vezes forem necessárias.


- Do jeito que você fala, até parece que é o que quer.


- Talvez seja. Você é uma ótima pessoa, Jisung. Gosto de te ter aqui.


...

Heey, nem demoreeeei aaaa perdãoooo ❤

+10 comentários e eu volto hoje ou amanhã com mais :)

Lightning | Versão Minsung | M.Preg ✔Where stories live. Discover now