- O senhor é solteiro senhor Sharma?

-Mamãe! - vergonha me consome

-O que?- ela pergunta inocente

-Sou, senhora - ele responde com um sorriso implicante, até parece que está gostando da situação

Três dias passaram voando, talvez por eu estar muito entretida estudando sobre infartos e ervas venenosas, eu tinha uma certeza, meu irmão tinha feito aquilo e eu estava impotente por não conseguir provar, pensei sinceramente em pedir ajuda ao bom doutor, porém tinha quase certeza que ele também adotaria o discurso de que eu estava ficando louca e Aniket era uma vítima do meu ciúme. Então a grande noite do jantar chegou, apesar de estarmos na Tailândia a temática era indiana do cardápio à vestimenta, segundo minha mãe gostaria de fazer o convidado se sentir em casa, a minha vontade era já ter retornado a Coreia, mesmo tendo tirado três semanas de licença dos trabalhos estava sentindo falta das gêmeas e de um certo idol com nome de sopa, pensei por várias vezes ligar, mandar mensagens, mas não queria deixá-lo preocupado e com certeza a vontade de vê-lo só aumentaria se ouvisse sua voz, sei que é errado e meio egoísta, mas o queria só pra mim e falar de tudo que estava acontecendo na minha família parece que poderia tirar o encanto da nossa relação.
Só mais aquela noite, eu pensei, no dia seguinte estaria em um voo de volta pra Coreia, só mais esse capricho do meu pai, vesti minha melhor roupa, coloquei as mais brilhantes joias e o meu melhor sorriso, seria a filha perfeita, aquela noite pelo menos, a campainha tocou e mamãe me fez ir abrir a porta, mesmo tendo outras pessoas para fazê-lo, quase lá, só precisava aguentar mais um pouco, respirei fundo

-Kabir - sorrio para o homem a minha frente - você chegou...

-Senhorita Patil - ele se curva e espelho meu movimento

-Me desculpe, devo chamá-lo de doutor Sharma? - pergunto constrangida - pode me chamar de Purple se quiser...

-Purple... - ele testa, é estranho - Tudo bem então, Purple. São pra você - ele me entregar um buquê de rosas brancas, agradeço mesmo não gostando muito.

Lhe dou espaço para entrar e logo atrás dele entra dois homens com pacotes e o acompanha, o que era aquilo uma festa de aniversário, noivado, porque indianos precisam ser tão espalhafatosos, ele trouxe presentes para todos, até Maya ganhou presente, meu irmão mais velho inventou uma desculpa qualquer para não vir, mas até ele e sua esposa ganharam presente, papai ganhou uma caixa de charutos cara, minha mãe e Maya saris novos, Odara ganhou um livro, senti vontade de rir da alfinetada e sua esposa ganhou um pendente. Quando estava todos com seus presentes o infeliz tira mais uma caixa fina e quadrada e me entrega

-Isso é para você - todos estão olhando para mim, inclusive ele, como que esperando a minha reação - espero que goste...

-Owh... - senti meu coração parando e meu sangue gelando, havia um *"Nath" na caixa e bem eu não era exatamente virgem para ganhar tal coisa - é lindo, mas vou recusar...

-Porque você recusaria um colar? - ele pergunta com falsa surpresa - deixe-me colocar, ficará adorável...

Meu pai acena positivamente, minha mãe bate palmas e sorri, Maya está tão tensa quanto eu, mas relaxa quando percebe que eu relaxei, viro e afasto o cabelo, ele coloca o colar

-Seu segredo está seguro - ele fala apenas para eu ouvir- meree raajakumaaree

O Jantar corre tranquilo, o ambiente fica muito mais arejado sem a presença de Aniket, comemos, bebemos, falamos sobre tudo, parecia que o bom doutor fazia parte da família a anos, o assunto casamento não foi tocado o que sem dúvidas foi um alívio para mim, eu até fiz caricaturas. No dia seguinte peguei o voo de volta pra Coreia, a recuperação do meu pai estava sendo ótima, apesar de sentir que algo estava fora do lugar, mas podia ser apenas coisa da minha cabeça. Parecia que tudo estava voltando aos eixos, quando pousei em Seoul mandei mensagem para um certo idol

Numa escala de 0 a 10 quão chateado você está?

Vou chutar 7 ^^°

Talvez 8 e meio?


Talvez um pouco mais...

Desculpa?


Dang!

Tenho uma ótima explicação...

Dang!

Vou fazer um cartaz e protestar em frente a sua empresa...

Isso é uma ameaça?

Depende? Achou fofo ou ficou com medo?

Um pouco dos dois



Ainda tinha uma semana livre então um plano se formou na minha mente, quando cheguei em casa as gêmeas me contaram do alistamento do membro mais velho, Talassa estava com o rosto inchado e já tinha passado alguns dias já. Me senti a pior pessoa do mundo, coloquei meu plano em prática e rezei para o chefe de segurança não estar lá ou pelo menos ir um pouco com a minha cara se estivesse. Eu estava agora na porta dele, quando me viu pela câmera apenas me deixou entrar, ou quase

-Qual a senha? - pergunta através da porta

-Desculpa? - Tento

-Dang!

-Trouxe cerveja? - tento novamente

-Dang! - aquilo estava ficando ridículo

-Desculpa, por favor?, trouxe comida? Playboyzinho? - desato a falar qualquer coisa..

-Daaaaang! - ele continua, respiro fundo

-*Bogo sip-eoss-eo... - a porta abre e ele me olha por um longo minuto, então se aproxima e encosta a testa na minha

-Eu também senti a sua roxinha... - ele sussurra

*Nath: piercing usado por noivas indianas para simbolizar pureza e virgindade

*Bogo sip-eoss-eo : Senti sua falta em coreano

Decalcomania Where stories live. Discover now