CRUEL SUMMER, the summer i turned pretty

❛ prologue

PRÓLOGO
O INÍCIO DO VERÃO

Desde antes do meu nascimento, minha família tem uma tradição especial: viajar para a nossa casa de praia em Cousins. Conto os dias ansiosamente ao longo do ano, ansiando por aqueles momentos mágicos com minha família e os Conklin. Embora os pais venham junto, eles não possuem a mesma conexão com esse lugar. Não é o lar deles. Não como é para nós: as mães e as crianças.

A casa de praia é feita de memórias preciosas: a praia, os lanches nada saudáveis (e escondidos) antes de dormir, as noites de cinema com as mães e as brincadeiras com os garotos. Mas, acima de tudo, o mais especial de tudo era compartilhar o nascer do sol com Steven.

A cada verão, a rotina era a mesma, e eu sempre amei cada instante. No entanto, no último verão, percebi que poderia haver muito mais a descobrir e ansiava que este fosse o verão em que pudesse tê-los todos juntos ao meu lado, revivendo as emoções vividas no verão passado.

Augustine e Shayla percorriam a cidade animadamente, com o celular de Augustine em mãos, capturando cada momento em um vibrante story. Minutos depois de compartilharem o vídeo, as duas amigas adentraram o mercado, caminhando despreocupadas pelos corredores em busca de suas batatinhas favoritas.

── Festa hoje? ── Augustine indagou à sua amiga. O verão anterior havia sido repleto de experiências novas para ela, e Augie havia se encantado pela atmosfera das festas, conhecendo pessoas fascinantes...

── E a noite das mães? ── Shayla devolveu a pergunta, acreditando que Augustine não se lembrava daquele compromisso com sua mãe e madrinha.

── Mamãe vai entender se eu falar com jeitinho. Além dos mais, elas vão ter a Belly e tenho certeza que ainda vão conseguir se divertir ── Declarou, pegando dois pacotes de batatinhas e seguindo em direção ao caixa.

Shayla lançou um suspiro resignado e levantou os ombros num gesto de rendição. No último verão, ela havia feito uma descoberta dolorosa: não importava o quão eloquentes fossem seus argumentos, nada conseguia abalar a determinação implacável de Fisher. Era como se a vontade de Augustine fosse esculpida em pedra, resistente a qualquer tentativa de persuasão.

Os olhos da morena desviaram para a rua, enquanto uma sensação de impotência a envolvia. Ela aprendera da maneira mais difícil que debater com Fisher era como bater em uma parede de concreto, sem esperança de movê-la um centímetro sequer.

── Se você tá dizendo... ── Murmurou, seguindo a loira.

(...)

── Eles chegaram! ── Um arrepio de excitação percorreu o corpo de Augustine quando a voz de sua mãe, cheia de entusiasmo, irrompeu pelo ar. Ela se encontrava sentada em sua cama, segurando um violão em seu colo, enquanto seu pequeno caderno repleto de melodias se encontrava ao seu lado. Ao ouvir o anúncio, Augie se ergueu com pressa, calçou seus chinelos com um movimento ágil e desceu as escadas em uma mistura de antecipação e ansiedade.

Quando abriu a porta de entrada, a luz do sol iluminou seu rosto, revelando uma expressão radiante. Seus olhos encontraram imediatamente os profundos olhos castanhos do primogênito Conklin, cuja presença preenchia o espaço com uma aura magnética. As batidas do coração de Augustine aceleraram, ecoando em seu peito, enquanto a conexão instantânea entre eles deixava-a sem palavras.

── Augie ── Steven exclamou, afastando-se dos braços de Jeremiah e correndo até ela. O moreno a puxou para seus braços e, em um misto de felicidade e saudades, passou seus braços pela cintura dela.

── STEVEN ── Um grito animado escapou da boca da loira quando Steven a ergueu do chão e girou com ela em seus braços. Rindo, Steven a colocou no chão novamente e permitiu-se admira-lá por alguns breves segundos - percebendo o quanto ela havia mudado no último ano, ficando ainda mais linda do que ele se lembrava.

── Olha como você cresceu, querida ── Laurel quebrou o silêncio que havia se formado entre eles, ambos ocupados demais se encarando para proferir alguma palavra.

── Madrinha, eu senti tanto sua falta ── Augustine falou, coçando a garganta em seguida e indo abraçar a mais velha ── Estou tão feliz por terem vindo esse ano.

── Nós também e estou ansiosa para a nossa noite ── Augie sorriu sem graça com a fala de Laurel e engoliu em seco; ela ainda não havia falado com a mãe sobre sair essa noite e esperava que isso não deixasse nem ela e nem Laurel chateadas. ── Vai lá com os meninos ── Apontou para Jeremiah e Steven, o último tendo se afastado delas um pouco envergonhado há alguns segundos ── Vou ajudar sua mãe lá dentro.

Augustine assentiu se aproximando dos meninos que agora se encontravam ao lado de Conrad e Belly; a loira deu um abraço em Belly, ambas contentes por se encontrarem novamente.

── Gente ── Steven chamou, sorrindo cúmplice para Jeremiah eu não sei vocês, mas eu acho que já tá na hora da...

── BARRIGADA DAS MENINAS ── Jeremiah e Steven exclamaram juntos,

── Não ── Belly gritou, tentando correr para longe do trio. Augustine nem mesmo teve tempo de proferir algo, pois Steven foi rápido em se abaixar e passar seus braços pelas pernas dela, erguendo-a em seu colo e correndo até a piscina.

── STEVEN, ME SOLTA! ── Pediu, enquanto gargalhava, fazendo alguns sons que ela considerava constrangedores enquanto ria. Steven gostava tanto daquilo! Era verdadeiro, divertido e contagiante ── NÃO ME SOLTA ── Gritou, ao passo em que o moreno se aproximava da piscina.

Steven fingiu não escutá-la e soltou o corpo da loira na água, Augustine afundando rapidamente - Belly sendo jogando segundos depois.

A loira emergiu, uma expressão de falsa raiva tomando conta de sua face. Steven se aproximou da beirada, agachando-se para deixar rosto próximo do dela ── Barrigada da Augie.

── Idoita ── Augustine sorriu, seu sorriso aumentando assim que Belly puxou Conrad para a piscina. Ela estendeu a mão para Steven e pediu, calma ── Me ajuda a sair.

── Pra você me puxar? Não, valeu ── E dizendo isso, Steven saiu junto de Jeremiah.

E assim, o melhor (e pior) verão que eu poderia ter começou de verdade.