O dia em que Jonathan e Vicente tiver um felizes para sempre

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— Artes cênicas — ele respondeu.

— Uau, isso é a sua cara, você sempre foi uma pessoa muito comunicativa.

Vicente assentiu orgulhoso.

— E você? Está estudando ou apenas com a banda?

— Ainda não decidi o que vou cursar, por enquanto estou apenas com a banda e dando aulas de violão.

— Oh, é sério? — Vicente ficou surpreso ao ouvir isso.

— É — Jonathan pensou sobre os motivos que o levaram a isso e suspirou — Quando você foi embora... eu nunca voltei para casa. Eu fui viver com o Jace, então eu precisava de dinheiro e comecei a dar aulas. Hoje eu tenho meu próprio apartamento.

Vicente não imaginava esse desenrolar de acontecimentos e seu coração doeu ao lembrar do passado, do dia mais doloroso de toda a sua vida quando teve que deixar seu primeiro amor para trás. Três anos tinham se passado, mas ainda doía como se fosse agora.

— E os seus pais...? — ousou perguntar.

— Não tenho mais contato com o meu pai, ele age como se eu estivesse morto e eu faço o mesmo — ele suspirou — A minha mãe eu vejo seguido, ela visita com frequência.

— Eu sinto muito sobre o seu pai... — Vicente baixou a cabeça — Deve ser difícil...

— Não dói mais, não se preocupe.

Embora estivesse dizendo isso, sabia que era mentira. Aquela era uma dor que sempre levaria no coração. No fundo, queria que seu pai pudesse apoiar suas escolhas e comemorar suas conquistas, mas ele era o tipo de homem que jamais daria o braço a torcer e jamais aceitaria sua sexualidade.

— E os seus pais? — tentou rápido mudar de assunto.

— Estamos bem, eu ainda moro com eles — explicou — Faço apenas um estágio na faculdade que não me paga quase nada, então ainda não pude ter minha própria casa...

— Ah, mas se os seus pais te tratam bem, aproveita. Morar sozinho é bom, mas é ruim também, além de todas as contas caírem no seu bolso, ainda corre o risco de ter um amigo bêbado dormindo no seu tapete todo final de semana...

— Kevin? — Vicente riu.

— O que você acha? — ele riu também — Aliás, suas amigas estão aqui.

— Eu sei, eu vi de longe... mas queria falar com você primeiro.

Eles se olharam e assentiram um para o outro. Jonathan ficou pensando sobre o que deveria falar, não podia negar que estava curioso pela vida pessoal do outro, se estava namorando alguém, se estava feliz, mas tinha vergonha de perguntar. Ele se impulsionou no colchão enquanto refletia e foi quando Vicente viu algo em seu pulso que lhe chamou a atenção: era aquela pulseira, a que tinha feito para ele há três anos. Assim que a viu, seu coração acelerou e foi incapaz de ignorá-la.

— Oh... — apontou — A pulseira...

Jonathan ficou um pouco envergonhado, mas sabia que não tinha como escapar, então afastou a manga do moletom para mostrar a ele. E lá estava, a pulseira que Vicente tinha feito com as próprias mãos.

— Para ser sincero, eu nunca tirei — ele confessou envergonhado — Eu gosto... gosto de ter ela comigo.

Os olhos de Vicente estavam um pouco marejados, então ele afastou a manga do casaco que vestia e mostrou seu pulso ao outro. Assim como ele, também trazia aquela pulseira consigo. Quando o outro a viu, seu coração se encheu de esperança.

— Eu também nunca tirei...

Jonathan sentiu uma porção de emoções enquanto olhava para ambas as pulseiras, tanto que sabia que tinha que fazer aquela pergunta e lidaria com a resposta que recebesse.

Primeiro amor na casa ao ladoWhere stories live. Discover now