E se houvesse um mundo depois do "Felizes para sempre?"
Nos Reinos do Norte, três países reúnem os descendentes dos clássicos contos de fadas dos irmãos Grimm, mas nesse ambiente, cada um tem que provar seu valor para além do feito dos seus pais.
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"Nas noites de frio, é melhor nem nascer. Nas de calor, se escolhe: é matar ou morrer" – O tempo não para, Cazuza
Arthur fazia uma seletiva em seus livros quando notou, pelo relógio na estante que se debruçava, a noite caminhando para Valetown, a capital do País das Maravilhas. Ele até abriria as cortinas do quarto para ver o crepúsculo, mas era inverno.
— Mano, tu vais pra faculdade, não pra uma ilha deserta sem serviço de cartas – um garoto estirado no chão do ambiente comentou. Ele possuía seus dedos e olhar voltados a um elegante tabuleiro de xadrez no piso, enquanto sorria esperto.
— Há pessoas que gostam de preencher o tempo vago com afazeres produtivos, Chase. Se tu fosse uma delas, compreenderias – uma garota, deitada na confortável cama do cômodo, murmurou desafiante. Ela brincava de rolar com os dedos o cabelo escuro detentor de algumas mechas cintilante de lilás e azul.
— Não sou esse tipo de pessoa porque eu sou normal, Cat. Se queres saber, esse tipo de gente tem probleminhas – ele tocou as têmporas com os dedos indicadores, sinalizando loucura. — Pessoas como o Artie aí, que por fora estão escolhendo quais livros irão levar pra faculdade, mas por dentro gritam por socorro. É verdade, Cat – assim como a garota, os fios em sua cabeça eram policromáticos.
— Se tu preferes pensar assim..
— Eu não penso assim, o mundo é assim.
— Deixa, então. Abdico de ti.
— E por outra vez eu tô certo – ele largou a prquena torre da mão, erguendo-se em direção ao garoto atento aos livros. — Queres saber a minha opinião?
— Tu já não deste? – Athur olhou de canto.
— A gente vai pra maior universidade dos Reinos do Norte, é de esperar que tenham uma biblioteca do caralho, ou melhor, várias bibliotecas. Vais mesmo ocupar espaço nas tuas coisas com isso?
— Quero levar os meus próprios livros.
— Esses livros com certeza têm lá, inclusive nas edições de luxo.
— E isso faz deles propriedades de PhorusCreek. Aprecio a ideia de que sejam meus, completamente meus.
— Pois então tá certo – Chase Cheshire girou os calcanhares, e referindo-se a Catherine, comentou. — Foi o que eu disse, querida irmã, probleminhas.