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GABRIEL GUEVARA

Eu odiava a sensação de estar em último.

Ver os dois carros na minha frente me deixava extremante frustrado.

O babaca do payton, um garoto mimado que fazia parte do ciclo, tinha batido na traseira do meu carro na última volta, fazendo meu carro rodopiar e perder a velocidade.

Agora mais do que nunca eu queria ganhar desse idiota.

Pisei fundo no acelerador, focando no primeiro carro que eu iria ultrapassar.

Ele estava bem no meio da pista sem deixar espaço pra passar.

Precisava pensar num jeito.

Na estrada de terra que dava para a montanha, a cada 200m havia um tipo acostamento que servia para os turistas tirarem fotos da vista, era minha chance.

Se eu fosse rápido o suficiente eu conseguiria passar os dois carros da frente, usando o acostamento, mas, se eu não fosse rápida o o bastante eu bateria na divisória que encerrava o acostamento.

Avistei o lugar de longe e raciocinei rápido, mudando a marcha e acelerando. Eu poderia ligar o nitro, mas não queria gastar agora,queria deixar para último caso.

Estava chegando, faltava pouco.

Pisei com toda a força no acelerador jogando meu carro pro acostamento assim que ele chegou.

Eu tinha dez metros pra poder ultrapassar dois carros, eu precisava ser rápido ou eu literalmente poderia sofrer um acidente sério.

Isso no melhor das hipóteses.

Passar o primeiro carro não foi muito difícil, mas o segundo carro, o de payton, estava tentando me impedir de sair do acostamento na frente dele.

Estávamos lado a lado e faltava menos de quatro metros pro acostamento acabar.

De duas, uma: ou eu cairia capotando pela ribanceira, ou eu passaria raspando pelo carro dele.

Essa sensação de estar entre a vida e a morte deixava tudo mais intenso.

Se fosse pra morrer, morreria correndo.

Eu precisava sair do acostamento e só tinha uma chance.

Eu tinha que ligar o nitro pra ultrapassar o idiota do meu lado.

Três metros.

Acionei os botões do nitro pisando no acelerador.

Dois metros.

Payton ligou o nitro do carro dele.

Ele nem se importava com a possibilidade do meu carro capotar até lá embaixo.

Babaca.

Um metro.

Eu estava a alguns segundos de morrer.

Meu coração estava acelerado e a adrenalina subiu ainda mais.

Fiz a maior idiotice da minha vida: acelerei ainda mais e de surpresa, joguei meu carro pra esquerda, na frente de payton,nos últimos segundos que eu tinha antes de cair ou bater na grade de separava a estrada do penhasco, arranhando a lateral do meu carro na ultrapassagem.

Soltei um grito animado e aliviado olhando para o retrovisor e vendo a expressão irritada de payton.

Eu estava em primeiro novamente.

Meu coração estava quase saindo pela boca, e eu me sentia ofegante.

Foi por muito, muito pouco.

(...)

ADRENALINA- GABRIEL GUEVARAOnde as histórias ganham vida. Descobre agora