𝑮𝒊𝒗𝒆 𝒊𝒏 𝒕𝒐 𝒅𝒆𝒔𝒊𝒓𝒆𝒔

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𝙴𝚕𝚕𝚒𝚎

Entregue aos desejosCap:20

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Entregue aos desejos
Cap:20

- Às vezes, eu quero apenas... ver de novo. Ver você acesa.

Coloco as mãos em sua cintura. Não me lembro de tomar esta decisão. Mas não consigo me afastar. Aproximo o meu corpo do seu peito, o
envolvendo em meus braços. Meus dedos acariciam os músculos das suas costas.

Depois de alguns segundos, ele toca as minhas costas que estão ganhando músculos, apertando-me para mais perto de si, e acaricia meus cabelos com sua outra mão. Me sinto pequena outra vez, mas agora isso não me assusta. Fecho os olhos pra aguçar meus sentidos.

Ele nunca me assusta. Ele me acalma. Ele me preenche...

- Será que eu deveria estar chorando? - pergunto, com a voz abafada pela sua camisa. - Será que há algo de errado comigo Eric?

As Simulações abriram uma ferida tão grande em Al que ele não conseguiu fechá-la. Por que o mesmo não ocorreu comigo? Por que não sou como ele, e por que esse pensamento faz com que me sinta tão inquieta, como se fosse eu que estivesse me equilibrando na beirada de um abismo?

- Você acha que eu entendo alguma coisa de lágrimas? - perguntou ele baixinho.

Fecho os olhos. Não espero que o Eric me acalente, mas me sinto melhor aqui do que me senti no meio daqueles que são meus amigos, minha facção. Aperto a testa contra seu ombro.

- Se eu ou Tris o houvesse perdoado - pergunto -, você acha que ele estaria vivo agora?

- Não sei - responde ele.

Eric coloca a mão sobre minha bochecha, e eu viro o rosto para ele, mantendo os olhos fechados.

- Sinto que isso tudo é minha culpa.

- Não é sua culpa - diz ele, encostando a testa na minha.

- Mas eu devia. Devia tê-lo perdoado.

- Talvez. Talvez todos nós pudéssemos ter feito mais por ele - afirma ele -, mas nós devemos apenas fazer com que a culpa nos ajude a fazer mais no futuro.

Eu franzo as sobrancelhas e afasto o corpo. Esta é uma lição que aprendemos na Abnegação: usar a culpa como uma ferramenta, e não como uma arma contra si mesmo.

É exatamente o que meu pai disse em um dos seus sermões nos nossos encontros semanais.

- Você era mesmo da Erudição? - Pergunto e ele engole seco.

- Minha mãe era da Abnegação. É aqui que estou agora. E você deveria se lembrar disso também.

Ele me encara com um olhar indeciso e encosta os lábios entre minhas sobrancelhas. Fecho os olhos. Não entendo isso, seja lá o que for. Mas não quero estragar o momento, então não falo nada. Ele não se move; apenas fica ali, com a boca encostada na minha pele, e eu fico ali, com as mãos na sua cintura, por muito tempo.

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⏰ Última atualização: Apr 24 ⏰

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