𝑫𝒆𝒗𝒊𝒍 𝒃𝒚 𝒕𝒉𝒆 𝒘𝒊𝒏𝒅𝒐𝒘

Magsimula sa umpisa
                                    

Tendo sua mão sendo segurada pelo diabo, deixou-se ser guiado até a janela sem se queixar, e juntos pularam do quinto andar. Beomgyu esperou sentir o baque de seu corpo atingindo o chão, mas tudo o que sentiu foi a leveza em sua alma, flutuando, voando para longe. Aquele peso que carregava já não existia mais. Estava livre. Completamente livre.

(...)

Beomgyu despertou ao sentir algo molhado respingar em sua face, e abriu os olhos devagar dando de cara com águas no mais belo tom de azul, como vira apenas em filmes. Com calma, o garoto de cabelos castanhos sentou-se e espreguiçou-se na areia, olhando em volta, notando estar à beira do mar. A água límpida tocava seus pés, e era quente, era bom. Não sabia onde estava ou como havia ido parar ali, e tentou puxar na memória alguma lembrança que respondesse sua pergunta, e tudo que veio em mente foi a noite passada onde selou um pacto com o diabo. A lembrança não o assustou, e a beleza aparente daquele lugar apenas o instigou a explorar cada canto. O diabo lhe prometeu um mundo novo, e ali estava ele. Foi pensando nisso, que correu às margens do oceano límpido, sentindo a brisa fresca balançando seus cabelos e levado embora os resquícios do que era antes de chegar ali. Correu até que perdesse o fôlego e riu. Riu maravilhado, aquilo era real, estava longe de tudo, de todos. Estava enfim livre.

O garoto apenas não sabia que estava sendo observado, não até ouvir aqueles mesmos sussurros da noite anterior. Era quase como se entrasse em transe. Não entendia o que diziam, apenas sentia que deveria segui-los. E assim o fez, caminhou para dentro da vasta floresta, por minutos, sem rumo, enfeitiçado pelas vozes estranhas falando todas ao mesmo tempo em seus ouvidos. E não viu quando seu pé enroscou em galhos e caiu rolando ribanceira abaixo. Isso o fez imediatamente despertar do transe, e nem ao menos teve tempo de pensar o que estava acontecendo. Uma hora estava na praia, e no minuto seguinte prestes a morrer. E estava perto de colidir contra uma enorme pedra quando sentiu seus braços sendo suspensos, levantando-o no ar. Mesmo que estivesse com medo de olhar, olhou, e viu cerca de seis criaturinhas brilhantes segurando seus braços com dificuldade. Beomgyu tocou o chão em segurança graças as criaturinhas, e não deixou de agradecê-las, notando então o que de fato eram: fadas.

Beomgyu mal podia acreditar que estava diante de tais criaturas. Quase parecia um sonho do qual desejava nunca acordar. As observou bem. Eram tão pequenas que cabiam perfeitamente em sua mão. O brilho dessas era tão forte que precisou de um tempo para que sua visão se acostumasse e pudesse ver melhor. Eram todas coloridas e soltavam brilhinhos ao voarem ao seu redor. De fato, encantadoras. Dentre elas, havia uma diferente, era um garoto. O pequeno tinha diversas flores nos cabelos pretos cacheados e folhinhas sobre suas roupas, sem contar as orelhas pontudas. Beomgyu achou aquilo deveras interessante, sempre achou que fadas eram todas mulheres.

Curiosas, as fadas aproximaram-se de seu rosto, lhe analisando e sem querer lhe fazendo espirar devido ao pozinho mágico, o que tirava gargalhadas das pequenas fadinhas.

Os dias que se seguiram, Beomgyu criou uma amizade com as pequenas criaturinhas e aprendeu a comunicar-se com elas, dado ao fato de que elas possuem um idioma próprio, e assim descobriu os nomes de cada uma das criaturinhas. E essas estavam sempre por perto, acompanhando-o em sua exploração naquela Terra até então desconhecida por si. Aquele mundo era de fato mágico. Descobriu que os animais eram dóceis e amigáveis em sua maioria, descobriu também que as águas eram as mais puras que poderiam existir, e as frutas as mais doces, mas não tanto quanto a tentação do diabo. E também não deixou de estranhar não ter nenhum outro humano por perto.

Em um dia de suas explorações, encontrou uma caverna escondida atrás de uma cachoeira no centro da floresta, essa que estava muito bem escondida, mas Beomgyu tinha olhos de águia, e a viu por entre os galhos e pedras que a cobriam. As fadas ainda tentaram o alertar, mas o garoto não deu ouvidos. Sua curiosidade sempre falou mais alto que alertas de perigo. Destemido, adentrou então a caverna e pôde ouvir um choro ecoando por todos os lados. As fadas mais uma vez tentaram o alertar, e mais uma vez ele não deu ouvidos, seguindo em frente agora apenas na companhia de uma única criaturinha brilhante. A fadinha Ningning, o garoto, escondia-se por entre os fios castanhos do humano, com medo. Mas mesmo com medo, não o deixaria sozinho. Beomgyu caminhou ao longo da caverna, essa que mais parecia um labirinto, até que o encontrou. Um garoto de fios negros quase tão brilhantes quanto a pequena fadinha, encolhido no chão frio e molhado, preso em diversos galhos envoltos em seu corpo e flores roxas sobre a cabeça que pareciam o machucar. Mas estava quieto, chorando, nem ao menos tentava se soltar. Talvez estivesse tentado tanto que terminou por desistir. Seu rosto e braços estavam cobertos de arranhões e sangue... Sangue roxo. "Ele só pode ser outra criatura mágica, humano nenhum tem sangue dessa cor" Beomgyu pensava. Cauteloso, não querendo assustar o garoto, aproximou-se devagar.

Sweet TemptationTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon