«Momento - Um Curta Skephalo»

Ele põe os dedos em seus lábios, relembrando o sabor e a textura de outros lábios que a pouco tocaram os seus. Se sentia mágico, poético, incrível.

Não haviam palavras que pudessem ousar sair de sua boca naquele momento, ele apenas mirou o outro moço, que continha um sorriso bobo no rosto, o sorriso de quem conquistou algo que soubera ninguém mais poderia e ninguém mais teria.

Darryl virou seu olhar para outro lado, frustado como costumava dizer, mas parece que agora ele realmente entendia essa palavra, essa que só era usada de forma boba, agora era usada com o sentimento que transmitia como ondas de calor em um microondas.

Zak começa a soltar leves risadinhas pelas ações do outro, que genuinamente, era um tomate neste momento.

Zak então, moveu sua mão em direção ao rosto do homem, que por sua vez, tremeu um pouco pelo contato inesperado, o fazendo mirar o mais baixo com surpresa e curiosidade. Darryl viu um sorriso reconfortante no rosto do moreno, que lhe perguntava calmamente se estava bem.

Darryl se sentiu bobo, repensando sobre sua reação bobinha. Ele riu, olhando uma vez ao chão, aos seus pés, os de Zak bem perto aos seus...

Então, volta seu olhar a Zak, que mantém seu sorriso tão confortável quanto uma cama de espuma. O rosto do garoto se aproximava ao seu, novamente.

Darryl sente seus olhos se arregalaram e sua respiração travar por um momento, porém se recompôs e moveu seu rosto em direção ao do outro, lenta e cautelosamente.

Ambas respirações então colidem, se juntando em uma, para então, não haver mais uma. Seus lábios haviam se encontrado mais uma vez, para um toque mais suave, um beijo delicado e cheio de amor. Seus ombros relaxaram enquanto a mão de Zak cariciava sua bochecha, calmando seu peito clamante.

Aquele sentimento... Era tão bom, ambos pareciam estar no céu naquele instante, parecia que iriam voar daquela sala tão cheia de móveis, mas que no momento, não havia nada nela além deles.
Dois simples amantes apreciando a companhia um do outro, só dois melhores amigos que não se aguentavam de amores. Só isso.

Aquela sensação mágica, acaba por chegar a um lento e morno final, os lábios ansiosos se separam, finalmente deixando os garotos respirarem.
Mas, para que respirar se não podem sentir aquela sensação a todo instante?

Seus rostos, ainda muito próximos, respirando aquele ar doce de carinho e afeto, vermelhos pelo sangue que corria a suas bochechas, seus sorrisos bobos agora tão desengonçados, soltavam risadinhas baixas.

"Céus... O que, acabou de acontecer?"

"Eu te beijei? Achei que já tava claro."

Zak ri abobado, Darryl revira os olhos e os volta ao rosto do menor.

"Não, digo... Eu sei mas, por quê?"

Zak o mira incrédulo. Antes de rir como uma hiena.

"Cara, sério? Por quê? Darryl, quer mesmo que eu explique isso?"

Ele diz, tomando as mãos do cabeludinho que não parecia ter notado o ato. Enfim olhando as próprias mãos, sendo tocadas pelas do outro, um cálido carinho para suas mãos frias de atenção.